Farinha de mandioca: salvaguarda das culturas alimentares desde o tratado descritivo do Brasil a indicação geográfica

Autores

  • Gabriele Tres Maniezo Uiversidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina
  • Gilvan C. C. de Araújo Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.194191

Palavras-chave:

Cultura alimentar, Saberes e práticas alimentares, Farinha de mandioca, Tratado descritivo do Brasil, Indicação geográfica

Resumo

O artigo analisa o ato de nomear elementos das culturas alimentares de um povo como forma de salvaguarda das culturas populares. Analisam-se as culturas alimentares da farinha de mandioca, a partir de sua nomeação em dois pontos separados por 434 anos: as menções no Tratado Descritivo do Brasil, de 1587; e a Indicação Geográfica (IG), de 2021. Partindo da língua como um produto de uma série de transformações que ocorrem ao longo do tempo, salientam-se as implicações do nomear no período colonial e nos dias atuais, entendendo-a como instrumento para preservação, proteção e viabilidade econômica das culturas alimentares da farinha de mandioca.

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Biografia do Autor

  • Gabriele Tres Maniezo, Uiversidade de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina

    Atualmente é mestranda em Integração da América Latina (PROLAM), na Universidade
    de São Paulo; e mestranda em Estudos Latino-Americanos, na Universiteit van Amsterdam.

  • Gilvan C. C. de Araújo, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas

    Atualmente é professor de Geografia na Secretaria de Estado de Educação do Distrito
    Federal e realiza estágio de pós-doutoramento em Geografia pela Universidade de São
    Paulo.

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Publicado

2022-05-31

Como Citar

Maniezo, G. T., & Araújo, G. C. C. de . (2022). Farinha de mandioca: salvaguarda das culturas alimentares desde o tratado descritivo do Brasil a indicação geográfica. Revista Extraprensa, 15(Especial), 816-832. https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.194191