Descaso e deterioração do lugar de memória no caso da chacina da Candelária no Rio de Janeiro

Autores

  • Guillermo Gumucio Universidade de Mogi das Cruzes
  • Cristina Schmidt Universidade de Mogi das Cruzes

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2018.145213

Palavras-chave:

Chacina da Candelária, Violência policial, Memória coletiva, Lugar de memória, Memória social

Resumo

O presente estudo de caso visa a explicitar a situação do lugar de memória no caso da Chacina da Candelária, na região central do Rio de Janeiro, com o devido trabalho de campo para registro fotográfico in situ realizado em novembro de 2016. Com fundamentação nos ensinamentos de Nora (1996) e Seixas (2009), é possível constatar como o descaso para com determinados locais da cidade marcados por episódios da mais alta relevância como peças acusatórias do tipo de relação entre a máquina pública e a sua população é prejudicial para a manutenção e propagação da memória social coletiva. Além disso, descrevemos a ocorrência de um processo de suplantação da memória da chacina perpetrada por policiais militares do estado do Rio de Janeiro que vitimou oito pessoas em situação de rua, seis delas menores de idade, com a decisão do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016 de realizar um segundo ato de acender a pira olímpica na Praça Pio X, em frente à Igreja da Candelária, na abertura oficial dos Jogos Olímpicos.

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Biografia do Autor

  • Guillermo Gumucio, Universidade de Mogi das Cruzes
    Mestrando do Curso de Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes e professor especialista dos cursos de Comunicação Social e Design Gráfico da Universidade de Mogi das Cruzes.
  • Cristina Schmidt, Universidade de Mogi das Cruzes
    Doutora em comunicação e Semiótica pela PUC-SP; Mestre em Teoria e Ensino em Comunicação pela Metodista-SP, Pós-doutora pela Cátedra UNESCO/Umesp. Coordenadora, professora e pesquisadora do Mestrado em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes. Coordena o Núcleo de Ciências Sociais Aplicadas da UMC, e o Grupo de Pesquisa Comunicação, Diversidade e Cidadania CNPq/UMC. Atua no Curso de Comunicação e Design da UMC, e no Curso de Administração na Faculdade Bertioga – FABE. Sócia-fundadora da Rede Brasileira de Estudos da Folkcomunicação – Rede Folkcom, e Sócia da Intercom

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Publicado

2018-06-28

Como Citar

Descaso e deterioração do lugar de memória no caso da chacina da Candelária no Rio de Janeiro. (2018). Revista Extraprensa, 11(esp), 64-79. https://doi.org/10.11606/extraprensa2018.145213