Batalhas de MC's de Hip Hop na cidade de São Paulo: uma compreensão antropológica

Autores

  • Amanda Ferreira Gomes Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP)

DOI:

https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.153950

Palavras-chave:

Hip Hop, Batalhas de MC's, Rap

Resumo

Este artigo tem por objetivo levantar uma reflexão sobre o crescimento das Batalhas de MC’s na cidade de São Paulo, partindo da premissa de que tais eventos culturais se configuram como um fenômeno urbano recente na história do movimento Hip Hop Brasileiro, mas trazendo a discussão para o contexto da cidade. A ideia é mostrar por meio de um relato de experiência no projeto Rinha dos MC’s, como as Batalhas constituem espaços de alternativa para a politização da vida e criação de identidade, ao passo que atuam no combate ao preconceito e estigma social. Sistematizei os seguintes materiais como fonte da problematização: a facilidade de acesso pelo convívio profundo com o campo; relatos de experiências por meio dos eventos realizados; transcrição de entrevistas oriundas da websérie que realizei sobre as Batalhas de MC’s na cidade de São Paulo e debates teóricos a partir de bibliografia sobre Antropologia Urbana e estudos de Hip Hop. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Amanda Ferreira Gomes, Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP)
    Graduada em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo FESPSP e especialista em gestão de projetos socioculturais. Atua como pesquisadora e articuladora de projetos ligados a periferia da cidade de São Paulo, tendo contribuído com diversas iniciativas como Banco Comunitário União Sampaio, Agência Popular Solano Trindade, Café Filosófico do Grajaú, Rinha dos MC’s, Criando Criadores – programa de formação de agentes culturais na periferia, CUFA São Paulo, Rede do Lado de Cá, dentre outros.

Referências

AGIER, Michel. Antropologia da Cidade. São Paulo: Terceiro Nome, 2011.
ALMEIDA, Renato S. Juventude, direito à cidade e cidadania cultural na periferia de São Paulo. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 56, p. 151-172, jun. 2013. Disponível em <http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i56p151-172>. Acesso em 18 maio 2014.
ANDRADE, Elaine Nunes. Movimento negro juvenil: um estudo de caso sobre jovens rappers de São Bernardo do Campo. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 1996.
BATALHA no parque. Produção de Amanda Ferreira Gomes. São Paulo: [s.n.], 2015. 1 vídeo (10 min), son., color. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JycGZm8Vfi8&t=78s>. Acesso em: 20 nov. 2017. Série Rinha dos MC’s: na batalha da vida.
CALDEIRA, T. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Ed. 34 / EDUSP, 2000.
CARNEIRO DA CUNHA, Maria Manuela. Negros, Estrangeiros: Os escravos libertos e sua volta a África. São Paulo – SP, Ed, Brasiliense, 1985.
DAGNINO, Evelina (Org). Movimentos sociais e a emergência de uma nova noção de cidadania. In: ______________. Anos 90: política e sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.
D’ANDREA, Tiarajú Pablo. A formação dos sujeitos periféricos: cultura e política na periferia de São Paulo. Tese (Doutorado em Sociologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.
DAGNINO, Evelina. Os movimentos sociais e a emergência de uma nova geração de cidadania. São Paulo: Brasiliense, 1994.
FELIX, João Batista de Jesus. Chic Show e Zimbabwe e a construção da identidade nos bailes Black paulistanos. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
FELIX, João Batista de Jesus. Hip Hop: cultura e política no contexto paulistano. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
FELTRAN, Gabriel de Santis. Periferias, direito e diferenças: notas de uma etnografia urbana. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 53, n. 02, jul-dez. 2010.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro, LTC, 2013.
GUATARRI, F; ROLNIK, S. Micropolítica: Cartografia do Desejo. Petrópolis: Vozes, 1986.
HISTÓRIAS do Rap nacional: Criolo, Dj Dandan e Rinha dos Mc’s. São Paulo: TV Gazeta, 2016. 1 vídeo (26 min), son., color. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=kCaaj5TovLg&t=1123s>. Acesso em: 20 nov. 2017. Série Histórias do Rap Nacional, episódio 6.
HOLSTON, James. Cidadania insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. Cia das Letras, São Paulo, 2013.
KOWARICK, L. A espoliação urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. Estudos Brasileiros. V. 44).
MAGNANI, José Guilherme Cantor. De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 49, p. 11-29, fev. 2002.
MAGNANI, José Guilherme Cantor. Rua, símbolo e suporte da experiência urbana. Cadernos de História de São Paulo: Museu Paulista, São Paulo, n. 2, jan-dez 1993. Versão revista e atualizada do artigo “A rua e a evolução da sociabilidade”.
PARK, Robert Ezra. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. In: VELHO, Otávio Guilherme (Org.). O Fenômeno Urbano. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.
PEREIRA, Alexandre Barbosa. As marcas da cidade: a dinâmica da pixação em São Paulo. Lua Nova, São Paulo, n.79, p. 143-162, 2010.
RINHA dos MC’s: na batalha da vida. Produção de Amanda Ferreira Gomes. São Paulo: [s.n.], 2015. 12 vídeos, son., color. Disponível em: < https://www.youtube.com/channel/UCgvMFVkHPr1cd54NDOCCyDQ>. Acesso em: 20 nov. 2017. Websérie de 12 episódios sobre as batalhas do MC’s produzidas em Sâo Paulo.
ROCK, Edi; BROWN, Mano. A fórmula mágica da paz. Intérprete: Racionais MC’s. In: RACIONAIS MC’S. Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997. 1 disco sonoro.
ROCK, Edi; BROWN, Mano. A vida é um desafio. Intérprete: Racionais MC’s. In: RACIONAIS MC’S. Nada como um dia após o outro dia. São Paulo: Cosa Nostra, 2002. 1 disco sonoro.
ROSE, Tricia. Black Noise, rap music and black culture in contemporary America. London: University Press of New England Hanover & London, 1994.
ROSE, Tricia. Um estilo que ninguém segura: política, estilo e a cidade pós-industrial no hip-hop. In: HERSCHMAN, M. (Org.). Abalando os anos 90. funk e hip-hop, globalização, violência e estilo cultural. Rio de Janeiro, Rocco, 1997. p. 192-212.
SANTOS, Mílton. Por uma outra globalização, do pensamento único à consciência universal. 6 ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001.
SIMMEL, George. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, Otávio Guilherme (Org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: [S.n.], 1967.
SINGER, André. Os Sentidos do Lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
TEPERMAN, Ricardo Indig. Tem que ter suingue: batalhas de freestyle no Metrô Santa Cruz. 2011. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
VIANNA, Hermano. O Mundo Funk Carioca. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed. 1988.
ZENI, Bruno. Sobrevivente André du Rap: do massacre do Carandiru. São Paulo: Labortexto Editorial, 2002.

Downloads

Publicado

2019-10-17

Edição

Seção

GT5 - Congresso de iniciação científica

Como Citar

Ferreira Gomes, A. (2019). Batalhas de MC’s de Hip Hop na cidade de São Paulo: uma compreensão antropológica. Revista Extraprensa, 12, 838-860. https://doi.org/10.11606/extraprensa2019.153950