A isonomia das espécies: uma perspectiva biológico-evolucionista para o biocentrismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v15i2p195-223

Palavras-chave:

Evolução, Progresso direcional, Superioridade humana, Antropocentrismo, Biocentrismo

Resumo

O presente trabalho discute sobre teorias de evolução focando na relação entre homens e os demais animais à luz da Filosofia ética prática contemporânea. Busca esclarecer se o antropocentrismo está fundamentado nos conhecimentos da Biologia Evolutiva (primeira hipótese), ou se a racionalidade da Biologia Evolutiva se aproxima do biocentrismo (segunda hipótese). Objetiva-se analisar criticamente as ideias antropocentristas do progresso direcional e da superioridade natural humana a partir da lireratura disponível sobre filosofia ética, antropologia geral, genética, biologia evolutiva, história natural, ecologia e zoologia. Esta pesquisa, com base nos conhecimentos da biologia evolutiva, defende a segunda hipótese: o posicionamento racional técnico-científico sobre o biocentrismo e os direitos dos animais.

Biografia do Autor

  • Rodrigo Bilieri de Almeida, Universidade Federal do Rio Grande

    Estudante de Graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande e Graduação-sanduíche pela Universidade de Coimbra.

Referências

BEGUN, David R. Human evolution: retrodicions and predictions. Pp. 69-81. In: BURDYUZHA, V. (ed.). The Future of Life and the Future of Our Civilization. Springer, Dordrecht, 2006. <https://doi.org/10.1007/978-1-4020-4968-2>.

BYARS, Sean G; EWBANK, Douglas; GOVINDARAJU, Diddahally R.; STEARNS, Stephen C. Natural selection in a contemporary human population. Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, 107 (suppl 1), 1787-1792, 2010. <https://doi.org/10.1073/pnas.0906199106>.

DARWIN, Charles. [1859] A origem das espécies. Trad. Eduardo Fonseca. São Paulo: Hemus, 1981.

DAWKINS, Richard. O maior espetáculo da Terra: as evidências da evolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

DUNBAR, Robin. Grooming, Gossip, and the Evolution of Language. Cambridge: Harvard University Press, 1998.

FARIA, Catia; PAEZ, Eze. Anthropocentrism and speciesism: conceptual and normative issues. Revista de Bioética y Derecho, Barcelona, (32): 95-103, 2014.

FELIPE, Sônia T. Ética e experimentação animal: fundamentos abolicionistas. Florianópolis: UFSC, 2007.

FOLEY, Robert. Os humanos antes da humanidade: uma perspectiva evolucionista. Trad. Patrícia Zimbres. São Paulo: Editora UNESP, 2003.

FOHRMANN, Ana Paula Barbosa; KIEFER, Sandra Filomena Wagner. Para além do antropocentrismo: uma proposta de reflexão. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, 11 (22): 15-49, 2016.

FREEMAN, Scott.; HERRON, Jon. C. Análise evolutiva. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FUTUYAMA, Douglas J. Biologia evolutiva. 2. ed. Ribeirão Preto: FUNPEC-RP, 2002.

GOLDMAN, Marcio. Alguma antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Núcleo de Antropologia da Política, 1999.

HARARI, Yuval Noah. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre: L&PM, 2015.

INSTITUTE OF HUMAN ORIGINS. Homo rudolfensis essay, 2009. Disponível em: <http://www.becominghuman.org/node/homo-rudolfensis-essay>. Acesso em: 24 dez. 2019.

KADAR, George. Parting Thoughts: The eternal conflict. The Barnes Review Maganize. Upper Malboro: TBR, v. XVI, n. 3, mai./jun. 2010, p. 70.

KECK, Frédérick.; RABINOW, Paul. Invenção e representação do corpo genético. Pp. 83-105. In: CORBIN, Alain et al (dir.). História corpo 3: As mutações do olhar: o século XX. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, , 2009.

KING, Chris. The Tree of Life: Tangled Roots and Sexy Shoots: Tracing the genetic pathway from the first Eukaryotes to Homo sapiens. DNA Decipher Journal, 1 (1), 2011.

KLEIN, Richard G. Darwin and the recent African origin of modern humans. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS). Washington, 106 (38): 16007-9, 2009a.

KLEIN, Richard G. The Human Career: human biological and cultural origins. 3th. ed. Chicago and London: University of Chicago Press, 2009b.

LEVAI, Laerte Fernando. Ética ambiental biocêntrica: pensamento compassivo e respeito à vida. In: ANDRADE, Silvana (org.). Visão abolicionista: ética e direitos animais. São Paulo: Libra Três, 2010.

MAGALHÃES, Gildo. A evolução das espécies: da Natureza ao liberalismo econômico. Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, 1 (2): 1-33, 2007. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/RevistaHistoriaComparada/article/view/143/135>. Acesso em 2 out 2020.

MAYR, Ernst. Biologia, ciência única: reflexões sobre a autenticidade de uma disciplina científica. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

MCGREW, William C. Chimpanzee Material Culture: implications for human evolution. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

NACONECY, Carlos Michelon. Ética & Animais: um guia de argumentação filosófica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.

NEVES, Walter A. E no princípio... era o macaco! Estudos Avançados, São Paulo, 20 (58): 249-85, 2006.

OLIVEIRA, Ana Maria Soares de. Relação homem/natureza no modo de produção capitalista. Pegada - A Revista da Geografia do Trabalho, 3, pp. 1-9, 2002. Disponível em: <https://doi.org/10.33026/peg.v3i0.793>. Acesso em: 29 set. 2020.

POUGH, F. Harvey ; JANIS, Christine M; HEISER, John B. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo: Ateneu, 2008.

RAVEN, Peter; JOHNSON, George B. Biology. 6th. ed. Boston: McGraw-Hill, 2002.

RAPCHAN, Eliane Sebeika. Sobre o comportamento de chimpan-zés: o que antropólogos e primatólogos podem ensinar sobre o assunto? Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 16 (33): 227-266, 2010. <https://doi.org/10.1590/S0104-71832010000100012>.

REMANE, Adolf. A importância da teoria da evolução para a Antropologia geral. In: GADAMER, Hans-Georg.; VOGLER, Paul. Nova antropologia 2: Antropologia Biológica I. São Paulo: EDUSP, pp. 261-85, 1997.

SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Algumas Notas sobre a Dimensão Ecológica da Dignidade da Pessoa Humana e sobre a Dignidade da Vida em Geral. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, 2 (3): 69-94, 2007.

SEED, Amanda; TOMASELLO, Michael. Primate Cognition. Topics in Cognitive Science, 2 (3): 407-19, 2010. <https://doi.org/10.1111/j.1756-8765.2010.01099.x>.

SEYFARTH, Robert M.; CHENEY, Dorothy L.; MARLER, Peter. Vervet monkey alarm calls: semantic communication in a free-ranging primate. Animal Behaviour, 28 (4): 1070-1094. 1980.

SILVA, Diego Coimbra Barcelos da; RECH, Adir Ubaldo. A superação do antropocentrismo: uma necessária reconfiguração da interface homem-natureza. Revista da Faculdade de Direito da UFG, Goiânia, 41 (2): 13-27, 2017.

SMITHSONIAN INSTITUTE. Homo rudolfensis, 9 fev. 2016 (atual.). Disponível em: <http://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/homo-rudolfensis>. Acesso em: 24 dez. 2019.

STOPPA, Tatiana; VIOTTO, Thaís Boonem. Antropocentrismo X biocentrismo: um embate importante. Revista Brasileira de Direito Animal, Salvador, 9 (17): 119-33, 2014.

TAYLOR, Paul W. Respect for Nature: a theory of environmental ethics. 2. impress with corrections. New Jersey, Princeton: Princeton University Press, 1987.

URRY, Lisa; CAIN, Michael; WASSERMAN, Steven; MINORSKY, Peter; REECE, Jane. Campbell Biology. 11th ed. New Jersey: Pearson Higher Education, 2016.

WHITEN, Andrew; BOESCH, Christophe. The Cultures of Chim-panzees. Scientific American, Scientific American, 284 (1): 60-67, 2001.

WILSON, Edward Osborne. A diversidade da vida. São Paulo: Companhia de Bolso, 2012.

ZALLINGER, Rudolph. A Marcha do Progresso. In: HOWELL, F. Clark. O homem pré-histórico. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969. 200p. Coleção LIFE Nature Library, v. 22.

ZIMMER, Carl. À beira d’água: a macroevolução e a transformação da vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

Downloads

Publicado

2020-12-20

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A isonomia das espécies: uma perspectiva biológico-evolucionista para o biocentrismo. Filosofia e História da Biologia , [S. l.], v. 15, n. 2, p. 195–223, 2020. DOI: 10.11606/issn.2178-6224v15i2p195-223. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/fhb/article/view/fhb-v15-n2-04.. Acesso em: 19 abr. 2024.