Juízo e opinião em Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i1p35-65Palavras-chave:
Hannah Arendt, Filosofia política, Pluralidade, Juízo, OpiniãoResumo
A primeira parte deste texto reconstrói a história da filosofia política, tal como contada por Hannah Arendt a partir de alguns dos seus personagens principais: Platão, Hegel e Marx. A despeito dos distintos contextos, problemas e eventos aos quais respondem, estes filósofos apresentam um traço comum: a fuga da política e a hostilidade contra a pluralidade humana. Trata-se de mostrar que, para Arendt, a possibilidade de uma nova filosofia política depende desse exercício de submeter a filosofia política ocidental a uma crítica radical. A segunda parte analisa as soluções filosóficas que Arendt apresenta na sua tentativa de reconciliar a filosofia com a política no que diz respeito a dois temas centrais e interligados: a formação do juízo e da opinião. A formação dialógica e intersubjetiva de opinião (que Arendt formula com Sócrates) e o pensamento representativo (que Arendt formula com Kant) são, na minha interpretação, dois dos momentos mais potentes da sua obra, capazes de fornecer insights preciosos para a constante atualização do seu pensamento político.
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