Reconstrução e indignação: Sobre o potencial transformador do último modelo de Teoria Crítica de Axel Honneth

Autores

  • Ricardo Crissiuma Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i3p35-58

Palavras-chave:

crítica, metacrítica, indignação, Teoria Crítica, reconhecimento e reconstrução normativa

Resumo

Este artigo analisa o potencial transformador do último modelo de Teoria Crítica de Axel Honneth. Para tanto, ele é dividido em três seções. Primeiramente, são apresentadas as críticas contra o último modelo honnethiano de Teoria Crítica que o acusam de uma inflexão conservadora por conta de sua metodologia da reconstrução (I). A segunda seção vai focar na análise da “virada reconstrutiva” de Honneth, apresentando suas razões e consequências (II). A terceira seção enfatiza como a crítica reconstrutiva é complementada por uma “ressalva genealógica” que denuncia metacriticamente a crescente lacuna entre promessas históricas e provisões institucionais; esta instância metacrítica será reelaborada a partir do sentimento de indignação moral, abrindo um horizonte potencialmente revolucionário (III). Finalmente, o texto vai tecer breves considerações sobre a relação entre este sentimento de indignação e o comprometimento de Honneth com uma ideia reatualizada de socialismo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ricardo Crissiuma, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    O autor é também pesquisador do Núcleo de Direito e Democracia do Cebrap (São Paulo).

Referências

Allen, A. (2015). The end of progress. Decolonizing the Normative Foundations of Critical Theory. New York: Columbia University Press.

Bressiani, N. (2016). Uma nova geração da teoria crítica. Discurso, 46(1), 231-249. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2016.119162

Dejours, C.; Deranty, J.P.; Renault, E. & Smith, N.H. (2018). The Return of Work in Critical Theory. Columbia University Press.

Deranty, J-P. (2019). Beyond Communication: A Critical Study of Axel Honneth's Social Philosophy. Leiden: Brill.

Freyenhagen, F. (2015). Honneth on Social Pathologies: a Critique. Critical Horizons, 16(2), 131–152. DOI : https://doi.org/10.1179/1440991715Z.00000000044

Hegel, G.F.W. (2009). Grundlinien der Philosophie des Rechts. Hamburg: F. Meiner.

Heidegren, C-G. (2002). Anthropology, Social Theory, and Politics: Axel Honneth’s Theory of Recognition. Inquiry, 45, 433–446. DOI: https://doi.org/10.1080/002017402320947531

Honneth, A. (1992) Kampf um Anerkennung: Zur moralischen Grammatik sozialer Konflikte. Frankfurt: Suhrkamp, (Erw. Aus. 2003) [Honneth, A. (2003) Luta por Reconhecimento: para a gramática moral dos conflitos sociais. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Editora 34].

Honneth, A. (1994/2000). „Die soziale Dynamik von Missachtung. Zur Ortbestimmung einer Kritischen Gesellschaftstheorie“. In: Das Andere der Gerechtigkeit. Frankfurt: Suhrkamp, p. 88-109 [Honneth, A. (2018). A dinâmica social do desrespeito: para a situação de uma teoria crítica da sociedade. Tradução de Luiz G. da Cunha de Souza. Política & Sociedade, 17(40), 21-42. DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2018v17n40p21].

Honneth, A. (2000/2007). „Rekonstruktive Gesellschaftskritik unter genealogischem Vorbehalt. Zur Idee der ‘Kritik’ in der Frankfurter Schule“. In: Honneth, A. Pathologien der Vernunft. Frankfurt: Suhrkamp.

Honneth, A. (2001). Leiden an Unbestimmtheit: eine Reaktualisierung der Hegelschen Rechsphilosophie. Stuttgart: Reclam [Honneth, A. (2007). Sofrimento por Indeterminação: uma reatualização da Filosofia do Direito de Hegel. Tradução de Rúrion S. Melo. São Paulo: Editora Singular].

Honneth, A. (2002a). Grounding Recognition: A Rejoinder to Critical Questions. Inquiry, 45, 499-520. DOI: https://doi.org/10.1080/002017402320947577

Honneth, A. & Fraser, N. (2003a) Redistribution or Recognition? A Political-Philosophical Exchange. New York: Verso.

Honneth, A. (2003b). Unsichtbarkeit: Stationen einer Theorie der Intersubjektivität. Frankfurt: Suhrkamp.

Honneth, A. (2005). Verdinglichung: eine anerkennungstheoretische Studie. Frankfurt: Suhrkamp [Honneth, A. (2018). Reificação: um estudo de teoria do reconhecimento. Tradução de Rúrion Melo. São Paulo: Editora Unesp].

Honneth, A. (2008). “A irretrocedibilidade do progresso: a determinação kantiana da relação entre moral e história”. In: Peres, D. & alia (orgs.) Tensões e Passagens: pp.27-42.

Honneth, A. & Boltanski, L. (2009). “Soziologie der Kritik oder kritische Theorie? Ein Gespräch mit Robin Celikates”. In: Jaeggi, R; Wesche, T. Was ist Kritik? Frankfurt: Suhrkamp.

Honneth, A. (2010). “Anerkennung als Ideologie: zum Zusammenhang zwischen Moral und Macht”. In: Honneth, A. Das Ich im Wir. Frankfurt: Suhrkamp, pp.103-130 [Honneth, A. (2014). Reconhecimento como ideologia: sobre a correlação entre moral e poder. Tradução de Ricardo Crissiuma. Revista Fevereiro. julho. Recuperado de: http://www.revistafevereiro.com/pag.php?r=07&t=09 [acesso em 07.12.2020].

Honneth, A. (2011). Das Recht der Freiheit. Frankfurt: Suhrkamp [Honneth, A. (2015). Direito da Liberdade. Tradução de Saulo Krieger. São Paulo: Martins Fontes].

Honneth, A. (2012). Brutalization of social conflict: struggles for recognition in the early 21st century. Distinktion: Scandinavian Journal of Social Theory, 13(1) 5-19 [Honneth, A. (2014). Barbarizações do conflito social: Lutas por reconhecimento ao início do século 21. Tradução de Luiz G. da Cunha de Souza e Emil Sobottka. Civitas, 14(1), 154-176. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2014.1.16941]

Honneth, A. (2015a). Rejoinder. Critical Horizons, 16(2), 204–226. DOI: https://doi.org/10.1179/1440991715Z.00000000048

Honneth, A. (2015b). Die Idee des Sozialismus: Versuch einer Aktualisierung. Frankfurt: Suhrkamp [Honneth, A. (2017). A ideia de Socialismo. Tradução de Marian Toldy, Teresa Toldy. Lisboa: Edições 70].

Huyssen, A. (2019). Behemoths Wiederkehr. Faschismus im 21 Jahrhundert. WestEnd. Neue Zeitschrift für Sozialforschung, 16, 2/2019.

Iser, M. (2011). Empörung und Fortschritt: Grundlagen einer kritischen Theorie der Gesellschaft. Frankfurt: Campus Verlag.

Iser, M. (2013). Desrespeito e revolta. Sociologias, 15(33), 82-119. DOI: https://dx.doi.org/10.1590/S1517-45222013000200004

Jaeggi, R. (2008). Repensando a ideologia. Civitas - Revista De Ciências Sociais, 8(1), 137-165. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2008.1.4326

Jaeggi, R. (2009). „Was ist Ideologie Kritik?“ In: Jaeggi, R. & Wesche, T. (hgs.). Was ist Kritik? Frankfurt: Suhrkamp.

Jaeggi, R. (2014). Kritik von Lebensformen. Frankfurt: Suhrkamp.

Gerbaudo, P. (2017). The Mask and the Flag: Populism, Citizenism and Global Protest. Oxford: Oxford University Press.

Kauppinen, A. (2002). Reason, Recognition, and Internal Critique. Inquiry: An Interdisciplinary Journal of Philosophy, 45(4), 479-498, DOI: http://dx.doi.org/10.1080/002017402320947568

Kortian, G. (1979) Métacritique. Paris: Editions de Minuit.

Nobre, M. (2004). Teoria Crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Nobre, M. (2018). Como Nasce o Novo: Experiência e diagnóstico de tempo na Fenomenologia do Espírito de Hegel. São Paulo: Todavia.

Repa, L. (2016). Reconstrução e crítica imanente. Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 21(1), 13-27. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v21i1p13-27

Repa, L. (2020). O leve ajuste do método: reconstrução normativa e experimentalismo socialista na Teoria Crítica de Axel Honneth. Cadernos de filosofia alemã, 25(3).

Ruda, F. (2011). Hegels Pöbel. Eine Untersuchung der “Grundlinien der Philosophie des Rechts”. Konstanz University Press.

Ruda, F. (2019). A populaça ou: o fim do Estado hegeliano. Tradução de Ricardo Crissiuma. Revista Eletrônica de Estudos Hegelianos, 16(28), 1-22.

Saar, M. (2009a). Genealogische Kritik. In: Jaeggi, R. & Wesche, T. (hg.). Was ist Kritik? Frankfurt: Suhrkamp.

Saar, M. (2009b). Macht und Kritik. In: Forst, R.; Jaeggi, R. & Hartmann, M. (hg.). Sozialphilosophie und Kritik. Frankfurt: Suhrkamp, pp.567-587.

Schaub, J. (2015). Misdevelopments, Pathologies, and Normative Revolutions: Normative Reconstruction as Method of Critical Theory. Critical Horizons, 16(2), 107–130. DOI: https://doi.org/10.1179/1440991715Z.00000000043

Shafer, M.T.C. (2018). The utopian shadow of normative reconstruction. Constellations; 25, 406–420. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-8675.12307

Stahl, T. (2017). Immanent critique and the particular moral experience. Critical Horizons. DOI: https://doi.org/10.1080/14409917.2017.1376939

Teixeira, M. (2016). Patologias Sociais, Sofrimento e Resistência: Reconstrução da negatividade latente na Teoria Crítica de Axel Honneth. Campinas: Unicamp.

Voirol, O. (2012). Teoria crítica e pesquisa social: Da dialética à reconstrução. Novos Estudos Cebrap, 93, 81-99. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-33002012000200007

Waszek, N. (2020). “Hegelsche Schule, Links- und Rechtshegelianer, Jung- und Althegelianer". In: Eke, N. O. (hrsg.). Vormärz-Handbuch. Bielefeld, Aisthesis, p. 372-380.

Zurn, C. (2000). Anthropology and normativity: a critique of Axel’s Honneth ‘formal conception of ethical life’. Philosophy and Social Criticism 26(1), 115-124. DOI: https://doi.org/10.1177/019145370002600106

Downloads

Publicado

2020-12-23

Edição

Seção

Artigos - Dossiê Axel Honneth

Como Citar

Reconstrução e indignação: Sobre o potencial transformador do último modelo de Teoria Crítica de Axel Honneth. (2020). Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 25(3), 35-58. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i3p35-58