Por uma Semiose cognitiva de infância: Uma poesia contínua

Autores

  • Maria José Palo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v24i2p215-226

Palavras-chave:

Literatura, Artes, Poesia, Experiência de linguagem, Semiose Cognitiva de Infância

Resumo

A cognição forma-se na mente do intérprete, ou  torna-se um hábito ou torna-se certa forma de comportar-se mentalmente, que lhe oferece modelos mentais sob circunstâncias similares. Suas raízes múltiplas geram matrizes de ideias que nos ensinam a ver e a pensar (Deleuze; Guattari, 2012). Essa atividade cognitiva faz a mediação entre sentimento e volição e a correspondência com o signo na semiose, em exercício de significação em significação. Uma outra  práxis surge na cognição dirigida pela percepção que a Literatura e as Artes privilegiam em sua linguagem aberta às coordenações de ações humanas (Maturana, 2001). Na singularidade, a Semiose cognitiva, em sistemas sígnicos e performáticos, agencia a ambivalência e a sobredeterminação do objeto de conhecimento traduzido na aprendizagem. Entende-se que a conjugação desses aspectos cognitivos e estéticos atua como medium de exploração da natureza específica da literatura para criança, denominada poeticidade, que privilegia o movimento de recriação e interpretação das potencialidades do devir (Agamben, 2008). Em resposta, esse movimento metacrítico poético – a Semiose, projeta um modo de construir matrizes do conhecimento, da informação e da aprendizagem com elementos da experiência de linguagem ou de uma poesia contínua de signos ou de uma Semiose cognitiva de infância.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Agamben G. Infância e história. Destruição da experiência e origem da história. Burigo H, tradutor. Belo Horizonte: Editora UFMG; 2008.

Agamben G. A linguagem e a morte. Um seminário sobre o lugar da negatividade. Burigo H, tradutor. Belo Horizonte: UFMG; 2006.

Agamben G. A experiência da língua. Oliveira C, tradutor. Rio de Janeiro: Circuito; 2018.

Aristóteles. Física. Livro IV. Echandía GR, tradutor. Madrid: Editorial Gredos; 1995.

Barthes R. A preparação do romance I: da vida à obra. São Paulo: Martins Fontes; 2005.

Benveniste É. Problemas de linguística geral. Guimarães E, et al., tradutores. 2.ª ed. Campinas: Pontes Editores; 2006. v. 1.

Deleuze G, Guattari F. Mil platôs. Pelbart PP, Caiafa J., tradutores. São Paulo: Editora 34; 2012. v. 5.

Gagnebin JM. Sete aulas sobre linguagem, memória e história. Rio de Janeiro: Imago Ed.; 1997.

Lévinas E. Entre nós. Ensaios sobre a alteridade. Pivatto PS, tradutor. Petrópolis, RJ: Editora Vozes; 2010.

Maturana H. Cognição, ciência e vida cotidiana. Magro C, Paredes V, organizadores e tradutores. Belo Horizonte: Editora UFMG; 2001.

Nascimento E. Derrida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2004.

Nunes B. Hermenêutica e poesia. O pensamento poético. Campos MJ, organizadora. 2.ª reimp. Belo Horizonte: Ed. UFMG; 2011.

Oliveira C. A linguagem e a morte. In: Pucheu A, organizador. Nove abraços no inapreensível: filosofia e arte em Giorgio Agamben. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, FAPERJ; 2008.

Palo MJ, Palo C. Histórias em Hai-Kai. 2.ª ed. São Paulo: ÔZÉ; 2021.

Valéry P. Variedades. Siqueira MM, tradutor. São Paulo: Iluminuras; 1991.

Zumthor P. Performance, recepção, leitura. São Paulo: Cosac & Naify; 2007.

Downloads

Publicado

2022-03-16

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Por uma Semiose cognitiva de infância: Uma poesia contínua. (2022). Filologia E Linguística Portuguesa, 24(2), 215-226. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v24i2p215-226