A importância dos estudos linguísticos no aperfeiçoamento do Google Tradutor: linguagem, neurociência e inteligência artificial

Autores

  • Kelly Cristhel do Nascimento Pimentel Universidade Estadual de Goiás
  • Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque Universidade Federal de Mato Grosso

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v24i2p161-180

Palavras-chave:

Linguagem, Tradução, Neurociência, Inteligência artificial

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar a análise da tradução da música They don’t care about us do cantor Michael Jackson, por meio da ferramenta Google Tradutor, refletindo como a inter-relação dos estudos linguísticos, neurocientíficos e em inteligência artificial podem contribuir para o aperfeiçoamento da ferramenta Google Tradutor. A abordagem metodológica desta pesquisa é de caráter qualitativo e articula-se aos estudos em linguagem (Dik, 1989; Givón, 1989) neurociência (Consenza; Guerra, 2011; Herculano-Houzel, 2012) e em inteligência artificial (Russell; Norvig, 2004; Othero, 2005). As análises, neste trabalho, mostraram que os processos de tradução não são eficazes, desconsiderando-se os aspectos cognitivos e pragmático-discursivos, já que a sintaxe (codificação), reflete essa relação. Ainda assim, percebeu-se que a ferramenta Google Tradutor apresentou avanços linguísticos significativos, especialmente por ter em seu processamento a tecnologia de Redes Neurais Artificiais. O programa já mostra avanços na construção de frases sintática e semanticamente adequadas ao contexto comunicativo, em português brasileiro, mas ainda há a necessidade de os estudos em inteligência artificial considerarem as pesquisas linguísticas, porque “linguagem” não é apenas execução da fala/escrita, mas todo um aparato linguístico, discursivo e cognitivo que intermedeia as relações socioculturais por meio da língua.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Arrojo R. Oficina de tradução: a teoria na prática. São Paulo: Ática; 2007.

Astangl A. Google Tradutor. Ciência da abelha; 2010. [citado 30 jan. 2018]. Disponível em: http://cienciadaabelha.wordpress.com/2010/05/02/google-tradutor.

Bertoque LADP. Elaborações de voz da fala goiana: o destaque ao argumento afetado [tese]. Goiânia: Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás; 2014.

Bertoque LADP, Casseb-Galvão VC. Aspectos biofisiológicos no processo funcional da linguagem. In: Resende BD, et al., organizadores. Linguagem e cognição: um diálogo interdisciplinar. Lecce/Rovato: Pensa MultiMedia Editore; 2015.

Braga AP, et al. Redes neurais artificiais: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: Travessa do Ouvidor; 2000.

Cosenza RM, Guerra LB. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed; 2011.

Dik SC. The theory of functional grammar. Berlin, New York: Mouton de Gruyter; 1989.

Drew DH. The dream: Martin Luther King Jr. and the speech that inspired a nation. California: Harper Collins e-books; 2005.

Fernandes AMR. Inteligência Artificial: noções gerais. Florianópolis: Visual Books Editora; 2003.

Ferrari L. Introdução à linguística cognitiva. São Paulo: Contexto; 2011.

Givón T. Mind, code and context: Essays in pragmatics. University of Oregon. Lawrence Erlbaum Associates, Publishers. Hillsdale, New Jersey London; 1989.

Haykin S. Redes neurais: princípios e práticas. Paulo Martins Engel. Porto Alegre: Bookman; 2001.

Herculano-Houzel S. A neurociência do aprendizado. Direção: Paulo Aspis. Roteiro: Paulo Aspis e Suzana Herculano-Houzel. Direção de fotografia: Paulo Baroukh. Edição e pós-produção: Fernando Taliba e Luciana Sperandio. Som: Roberto Davy. Locução: Luiz ALbuquerque. São Paulo: Atta-mídia e educação; 2012. Vídeo (36 min.), son., color.

Ilari R, Basso RM. Algumas características do português brasileiro. In: O português da gente: a língua que estudamos e a língua que falamos. 2.ª ed., 2.ª reimpressão. São Paulo: Contexto; 2011.

Jakobson R. Linguística e comunicação. 23.ª ed. São Paulo: Cultrix; 2008.

Kahmann A. Introdução aos estudos da tradução. João Pessoa: Biblioteca virtual UFPB; [data desconhecida]. [citado 20 jan. 2018]. Disponível em: http://biblioteca.virtual.ufpb.br/files/introduaao_aos_estudos_de_traduaao_1330351847.pdf.

Kean S. O duelo dos cirurgiões: e outras histórias de traumas, loucura e recuperação do cérebro humano. Borges ML, tradutora. Rio de Janeiro: Nova Aguilar; 2008.

Levy S. Google a biografia. São Paulo: Universo dos livros; 2012.

Martelotta ME. Manual de linguística. São Paulo: Contexto; 2010.

Michael J. They don’t care about us (prison version). [citado 03 jun. 2022]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=t1pqi8vjTLY.

Neves MHM. A gramática funcional. São Paulo: Editora Contexto; 2018.

Neves MHM. Gramática de usos do português. 2.ª ed. São Paulo: Editora Unesp; 2011.

Othero GA. Linguística computacional: teoria e prática. São Paulo: Parábola Editorial; 2005.

Phillips SF. The teen brain. United States of America; 2007.

Relvas MP, orgnizador. Que cérebro é esse que chegou à escola? As bases neurocientíficas da aprendizagem. Rio de Janeiro: Wak; 2012.

Roque A. Psicologia conexionista - aula 4. [citado 6 jun. 2022]. Disponível em: http://www.sisne.org/Disciplinas/PosGrad/PsicoConex/aula4.pdf.

Russell SJ, Norvig P. Inteligência artificial. Rio de Janeiro: Elsevier; 2004[2001].

Smith D. Michael Jackson apologizes for hurt caused by lyrics. The New York Times. 1995 Jun.;17. [citado 02 fev. 2018]. Disponível em: http://www.nytimes.com/1995/06/17/arts/michael-jackson-apologizes-for-hurt-caused-by-lyrics.html.

Tomasello M. Origins of human communication. Cambridge: The MIT Press; 2008.

Van De Graaff KM. Anatomia humana. Nader Wafae, revisor científico. Barueri, SP: Manole; 2003.

Downloads

Publicado

2022-03-16

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A importância dos estudos linguísticos no aperfeiçoamento do Google Tradutor: linguagem, neurociência e inteligência artificial. (2022). Filologia E Linguística Portuguesa, 24(2), 161-180. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v24i2p161-180