O paradigma e a vivência: a busca da identidade

Autores

  • Maria Leonor Carvalhão Buescu Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v0i1p21-29

Palavras-chave:

Identidade. Consciência românica. Conformidade (com o latim). Apologia (da Língua portuguesa). Quadros normativos. Normalização.

Resumo

Ao erigirem os modelos clássicos da Gramática, transmitidos pela tradição latino-medieval, os gramáticos portugueses, em convergência com seus pares castelhanos, franceses e italianos, estão também a edificar um paradigma novo: a consciência românica. Para essa consciência, que é, ao mesmo tempo, um factor de identidade, contribui a dialéctica, profundamente criativa entre a postura reverencial em relação ao latim e a atitude por vezes "contestária" em relação a uma auctoritas que é, então, submetida a uma análise crítica e, até, a uma dinâmica de competição. Assim, a famosa "conformidade" com o latim, argumento maior e primeiro da apologia da Língua Portuguesa, concorre com esse outro argumento apologético, aparentemente inconciliável com o primeiro: a "desconformidade" em relação ao latim, argumento esse que vem, afinal, postular a identidade, individualidade e autonomia da Língua Portuguesa. Manifesto da consciência românica ou Romanicidade, a codificação gramatical, isto é, a construção de quadros normativos, analógicos e sistemáticos, transporta consigo um ideal de normalização, criador e legitimador da norma lingúística.

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Publicado

1997-08-02

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O paradigma e a vivência: a busca da identidade. (1997). Filologia E Linguística Portuguesa, 1, 21-29. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v0i1p21-29