A influência do afastamento do trabalho na percepção de saúde e qualidade de vida de indivíduos adultos
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/14900923012016Resumo
Este estudo comparou percepção de saúde e qualidade de vida entre trabalhadores ativos e afastados do trabalho atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Uberaba (MG). Foram estudados 111 trabalhadores avaliados por um questionário com dados sociodemográficos e ocupacionais, avaliação da percepção de saúde e SF-36 para qualidade de vida. Os dados foram submetidos à análise descritiva, teste qui-quadrado para comparação da percepção de saúde e teste U de Mann-Whitney para comparação da qualidade de vida. Mais da metade da amostra era do sexo feminino (63,1%), com média de idade de 36 anos. Quanto à situação atual no trabalho, a maioria (69,4%) estava ativa e 30,6% afastada, sendo a média de 2,85 meses de afastamento. Mais de 75% dos respondentes avaliaram sua saúde como muito boa ou boa, e 23,4% como regular, ruim ou muito ruim. Os trabalhadores afastados tinham qualidade de vida significativamente pior nos domínios capacidade funcional, aspecto físico, dor, estado geral de saúde, aspecto social, aspecto emocional e saúde mental, e pior percepção de saúde quando comparados aos trabalhadores ativos. Estar fora do mercado de trabalho associou-se a uma pior percepção de saúde e qualidade de vida; dessa forma, ações e políticas para inserção de indivíduos adultos em atividades laborais devem ser incentivadas.Downloads
Referências
Tolfo SR, Piccinini VC. Sentidos e significados do trabalho:
explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos
brasileiros. Psicol Soc. 2007;19(esp 1):38-46.
Morin EM. Os sentidos do trabalho. Rev Adm Empres.
;41(3):8-19.
Lancman S, Ghirardi MIG. Pensando novas práticas em
terapia ocupacional, saúde e trabalho. Rev Ter Ocup. Univ.
São Paulo. 2002;13(2):44-50.
Giatti L, Barreto SM. Situação do indivíduo no mercado de
trabalho e iniqüidade em saúde no Brasil. Rev Saúde Pública.
;40(1):99-106.
Roux AVD. Integrating social and biologic factors
in health research: a systems view. Ann Epidemiol.
;17(7):569-74.6. Alcântara MA, Sampaio RF, Assunção AA, Silva FCM. Work
Ability: using structural equation modeling to assess the
effects of aging, health and work on the population of
Brazilian municipal employees. Work. 2014;49(3):465-72.
Barbosa LN, Almeida FQA. Relato de experiência sobre
a avaliação dos riscos ambientais e mapeamento em uma
unidade de alimentação e nutrição (UAN) para a promoção da
segurança no trabalho. Rev Simbio-Logias. 2008;1(2):170-80.
Ramos MZ, Tittoni J, Nardi HC. A experiência de afastamento
do trabalho por adoecimento vivenciada como processo de
ruptura ou continuidade nos modos de viver. Cad Psicol Soc
Trab. 2008;11(2):209-21.
Silva FCM, Sampaio RF, Mancini MC, Luz MT, Alcântara MA. A
qualitative study of workers with chronic pain in Brazil and its
Social Consequences. Occup Ther Int. 2011;18(2):85-95.
Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.
Portaria nº 1679. Dispõe sobre estruturação da rede nacional
de atenção integral à saúde do trabalhador no SUS e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2002.
Seção 1.
Prefeitura Municipal de Uberaba. Plano Municipal de Saúde
- 2017. Secretaria Municipal de Saúde - Assessoria de
Planejamento em Saúde, 2014. 157p.
Ciconelli RM, Ferraz, MB, Santos W, Meinão I, Quaresma,
MR. Tradução para a língua portuguesa e validação do
questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol. 1999;39(3):143-50.
Barata RB. Acesso e uso de serviços de saúde: considerações
sobre os resultados da Pesquisa de Condições de Vida 2006.
São Paulo. Perspectiva. 2008;22(2):19-29.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo
[citado 2015 abr 11]. Disponível em: http://censo2010.
ibge.gov.br/.
Prefeitura Municipal de Uberaba. Uberaba em dados:
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo -
Prefeitura de Uberaba, 2009, cap. 4. [citado 2015 abr 12].
Disponível em: http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/
acervo/desenvolvimento_economico/arquivos/uberaba_
em_dados/Edicao_2009/capitulo_04.pdf.
Ministério da Previdência Social (MPS). Estatísticas:
Informações Estatísticas Relativas à Segurança e Saúde
Ocupacional, 2011. [citado 2015 mar 11]. Disponível em: http://
www.previdencia.gov.br/estatsticas/.
Moretto AJ, Proni MW. O desemprego no Brasil: análise da
trajetória recente. Econ Desenv. 2011;10(2):7-35.
Mergener CR, Kehrig RT, Traebert J. Sintomatologia músculoesquelética relacionada ao trabalho e sua relação com
qualidade de vida em bancários do Meio Oeste Catarinense.
Saude Soc. 2008;17(4):171-81.
Marconato RS, Monteiro MI. Pain, health perception and
sleep: impact on the quality of life of firefighters/rescue
professionals. Rev Latino-Am. Enferm. 2015;23(6):991-9.
Carmo IC, Soares EA, Virtuoso JJS, Guerra RO. Fatores
associados à sintomatologia dolorosa e qualidade de vida em
odontólogos da cidade de Teresina - PI. Rev Bras Epidemiol.
;14(1):141-50 .
Teixeira JRB, Boery EN, Casotti CA, Araújo TM, Pereira R,
Ribeiro IJS et al. Associação entre aspectos psicossociais do
trabalho e qualidade de vida de mototaxistas. Cad Saúde
Pública. 2015; 31(1):97-110.
Saraiva LEF, Medeiros LP, Melo MDM, Tiburcio MP, Costa
IKF, Torres GV. Chronic health conditions related to quality
of life for federal civil servants. Rev Gaúcha Enferm.
;36(2):35-41.
Ferreira JM, Campos NF, Bassi IB, Santos MAR, Teixeira
LC, Gama ACC. Analysis of aspects of quality of life in
teachers’ voice after discharged: longitudinal study. CoDAS.
;25(5):486-91.
Bracarense CF, Costa NS, Duarte JMG, Ferreira MBG,
Simões ALA. Qualidade de vida no trabalho: discurso dos
profissionais da Estratégia Saúde da Família. Esc Anna Nery.
;19(4):542-8.
Hultman B. Self-rated quality of life among unemployed
people and people in work in northern Sweden. 2007. 14f.
Dissertation (Master of Science in Public Health). Nordic
School of Public Health.
Kentos M, Birknerová Z, Komarova M. Quality of life of
short term and long term unemployed. Človek Spoločnosť.
;13(2):26-37.
Alavinia SM, Burdorf A. Unemployment and retirement
and ill-health: a cross-sectional analysis across European
countries. Int Arch Occup Environ Health. 2008;82(1):39-45.
Waddell G, Burton A. Is work good for your health and wellbeing? Norwich, United Kingdom: TSO (The Stationary
Office), 2006. [citado 201r abril 20]. Disponível em: http://
www.dwp.gov.uk/docs/hwwb-is-work-good-for-you.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Fisioterapia e Pesquisa

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.