Interação toracoabdominal e sua relação com os fatores de risco biológico em recém-nascidos prematuros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/19011927022020

Palavras-chave:

Recém-Nascido Prematuro, Mecânica Respiratória, Parede Torácica, Parede Abdominal, Fotogrametria

Resumo

O objetivo do estudo foi avaliar a participação toracoabdominal durante a respiração e sua relação com os fatores de risco clínicos em recém-nascidos prematuros (RNPT). Trata-se de um estudo multicêntrico, transversal, realizado em duas unidades de cuidado intermediário neonatal com RNPT entre 26-35 semanas, estáveis hemodinamicamente, que fizeram uso de oxigênio ou suporte ventilatório durante a fase da internação. O movimento lateral do tronco foi filmado por 2 minutos e os vídeos foram avaliados no software MATLAB® para interpretação quantitativa da participação toracoabdominal, por um pesquisador cego sobre os dados da amostra. Os dados foram expressos graficamente em cm2 representando os valores máximos, mínimos e médios da participação de tórax e abdômen. O coeficiente de Pearson foi usado para avaliar a correlação entre as variáveis neonatais com a mobilidade. Foram avaliados 2.080 frames de 26 RNPT com idade gestacional média de 31 semanas ±2,34. Quanto maior a idade e o peso, maior a participação do tórax na respiração (r=0,55; p=0,001); e quanto maior o tempo de internação, menor é a sua participação (r=-0,40; p=0,04). A participação do abdômen aumenta de acordo com o aumento do número de dias em uso de oxigênio (r=0,33; p=0,001) e diminui com o aumento da idade e do peso (r=-0,41; p=0,001). A participação toracoabdominal tem relação direta com a idade gestacional e o peso. Como fatores externos, o uso prolongado de oxigênio e o tempo de internação interferem negativamente no padrão respiratório, uma vez que o aumento da participação abdominal durante a biomecânica respiratória pode representar um gasto energético

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Publicado

2020-03-03

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Interação toracoabdominal e sua relação com os fatores de risco biológico em recém-nascidos prematuros. (2020). Fisioterapia E Pesquisa, 27(2), 155-160. https://doi.org/10.1590/1809-2950/19011927022020