Avaliação da distribuição do peso corporal em hemiparéticos: medidas posturográficas versus o instrumento avaliação da simetria e transferência de peso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/19013727022020

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Paresia, Equilíbrio Postural, Atividade Motora

Resumo

A assimetria na distribuição do peso corporal (DPC) é um achado comum após um acidente vascular cerebral. Embora a posturografia seja considerada o padrão-ouro para a detecção da assimetria da DPC, exige equipamentos e conhecimentos específicos, limitando seu uso na prática clínica. Por outro lado, a Escala de Avaliação da Simetria e Transferência de Peso (ASTP) é um método simples para identificar a assimetria na DPC. Entretanto, não foi testado se seus resultados estão relacionados às medidas posturográficas. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a validade concorrente por meio da identificação do grau de associação entre a ASTP e as medidas posturográficas da DPC em indivíduos com hemiparesia. Sessenta indivíduos, com hemiparesia [mediana (min-max)] 58 (33-86) anos e 24 (6-29) meses desde o primeiro AVC, foram avaliados. zA DPC foi avaliada por meio da ASTP e da posturografia (percentual da DPC sobre o membro não parético). A mediana do escore ASTP foi 23 (14-27), “capacidade parcialmente boa de simetria e transferência de peso”. A posturografia revelou 59% de apoio do peso corporal (50-97) sobre o lado não parético. Além disso, identificou uma proporção maior de indivíduos assimétricos do que a ASTP (29 vs. 8; p=0,003). Não houve correlação significativa entre ASTP e %DPC (rho=0,001, p=0,992). Concluiu-se que a ASTP não está relacionada à assimetria na DPC estimada pela posturografia, sugerindo a necessidade de uma reavaliação de sua utilidade clínica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Mozaffarian D, Benjamin EJ, Go AS, Arnett DK, Blaha MJ, Cushman

M, et al. Heart disease and stroke statistics—2015 update:

a report from the American Heart Association. Circulation.

;131:e29-e322. doi: 10.1161/CIR.0000000000000152

World Health Organization. Accident vasculaire cérébral

(AVC) [Internet]. 2015 [citado em 16 jun. 2020]. Disponível

em: https://bit.ly/2CdqNFH

Lawrence ES, Coshall C, Dundas R, Stewart J, Rudd AG,

Howard R, et al. Estimates of the prevalence of acute stroke

impairments and disability in a multiethnic population. Stroke.

;32(6):1279-84. doi: 10.1161/01.STR.32.6.1279

Barra J, Oujamaa L, Chauvineau V, Rougier P, Pérennou D.

Asymmetric standing posture after stroke is related to a biased

egocentric coordinate system. Neurology. 2009;72(18):1582-87.

doi: 10.1212/WNL.0b013e3181a4123a

Haart M, Geurts AC, Huidekoper SC, Fasotti L, van Limbeek

J. Recovery of standing balance in postacute stroke patients:

A rehabilitation cohort study. Arch Phys Med Rehabil.

;85(6):886-95. doi: 10.1016/j.apmr.2003.05.012

Eng JJ, Chu KS. Reliability and comparison of weightbearing ability during standing tasks for individuals with

chronic stroke. Arch Phys Med Rehabil. 2002;83(8):1138-44.

doi: 10.1053/apmr.2002.33644

Geurts AC, Haart M, van Nes IJ, Duysens J. A review of standing

balance recovery from stroke. Gait Posture. 2005;22(3):267-81.

doi: 10.1016/j.gaitpost.2004.10.002

Wang Z, Newell KM. Asymmetry of foot position and weight

distribution channels the inter-leg coordination dynamics of

standing. Exp Brain Res. 2012;222(4):333-44. doi: 10.1007/

s00221-012-3212-7

Genthon N, Gissot AS, Froger J, Rougier P, Pérennou D.

Posturography in patients with stroke: Estimating the percentage

of body weight on each foot from a single force platform. Stroke.

;39(2):489-91. doi: 10.1161/STROKEAHA.107.493478

Marigold DS, Eng JJ. The relationship of asymmetric weightbearing with postural sway and visual reliance in stroke. Gait

Posture. 2006;23(2):249-55. doi: 10.1016/j.gaitpost.2005.03.001

Roerdink M, Geurts AC, Haart M, Beek PJ. On the relative

contribution of the paretic leg to the control of posture

after stroke. Neurorehabil Neural Repair. 2009;23(3):267-74.

doi: 10.1177/1545968308323928

Goldie PA, Matyas TA, Evans OM, Galea M, Bach TM. Maximum

voluntary weight-bearing by the affected and unaffected legs

in standing following stroke. Clin Biomech (Bristol, Avon).

;11(6):333-42. doi: 10.1016/0268-0033(96)00014-9

Esquenazi A, Moon D, Wikoff A, Sale P. Hemiparetic gait and

changes in functional performance due to OnabotulinumtoxinA

injection to lower limb muscles. Toxicon. 2015;107(Pt A):109-13.

doi: 10.1016/j.toxicon.2015.08.004

Mayer M. Clinical neurokinesiology of spastic gait. Bratisl Lek

Listy. 2002;103(1):3-11.

Engardt M. Rising and sitting down in stroke patients:

Auditory feedback and dynamic strength training to enhance

symmetrical body weight distribution. Scan J Rehabil Med

Suppl. 1994;31:1-57.

Hesse S, Schauer M, Petersen M, Jahnke M. Sit-to-stand

manoeuvre in hemiparetic patients before and after a

-week rehabilitation programme. Scan J Rehabil Med Suppl.

;30(2):81-6. doi: 10.1080/003655098444174

Hurkmans HLP, Bussmann JBJ, Benda E, Verhaar JAN,

Stam HJ. Techniques for measuring weight bearing during

standing and walking. Clin Biomech. 2003;18(7):576-89. doi:

1016/S0268-0033(03)00116-5

Duarte M, Freitas SMF. Revisão sobre posturografia baseada em

plataforma de força para avaliação do equilíbrio. Braz J Phys Ther.

;14(3):183-92. doi: 10.1590/S1413-35552010000300003

Winter DA. Human balance and posture control during

standing and walking. Gait Posture. 1995;3(4):193-214. doi:

1016/0966-6362(96)82849-9.

Pérennou D. Postural disorders and spatial neglect in stroke

patients: A strong association. Restor Neurol Neurosci.

;24(4-6):319-34.

Mansfield A, Danells CJ, Zettel JL, Black SE, Mcllroy WE.

Determinants and consequences for standing balance of

spontaneous weight-bearing on the paretic side among individuals

with chronic stroke. Gait Posture. 2013;38(3):428-32. doi:

1016/j.gaitpost.2013.01.005

Pérennou D. Weight bearing asymmetry in standing hemiparetic

patients. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2005;76:621. doi:

1136/jnnp.2004.050468

Chagas EF, Tavares MCGCF. A simetria e transferência de peso

do hemiplégico: relação dessa condição com o desempenho

de suas atividades funcionais. Fisioter Pesqui. 2001;8(1):40-50.

doi: 10.1590/fpusp.v8i1.79397.

Almeida OP. Miniexame do estado mental e o diagnóstico de

demência no Brasil. Arq Neuro-Psiquiatr. 1998;56(3 Pt B):605-12.

doi: 10.1590/S0004-282X1998000400014.

Souza L, Lemos T, Silva DC, Oliveira JM, Corrêa JFG, Tavares

PL, et al. Balance impairments after brachial plexus injury as

assessed through clinical and posturographic evaluation. Front

Hum Neurosci. 2016;9:715. doi: 10.3389/fnhum.2015.00715

Costa MCF, Bezerra PP, Oliveira APR. Impacto da hemiparesia

na simetria e na transferência de peso: repercussões no

desempenho funcional. Rev Neurociên. 2006;14(2):10-3. doi:

34024/rnc.2006.v14.8757

Martins EF, Barbosa PH, Menezes LT, Sousa PH, Costa AS.

Comparação entre medidas de descarga, simetria e transferência

de peso em indivíduos com e sem hemiparesia. Fisioter Pesqui.

;18(3):228-34. doi: 10.1590/S1809-29502011000300005

Trindade APNT, Barboza MA, Oliveira FB, Borges APO. Influência

da simetria e transferência de peso nos aspectos motores após

Acidente Vascular Cerebral. Rev Neurociênc. 2011;19(1):61-7.

doi: 10.34024/rnc.2011.v19.8402

Blaszczyk JW, Prince F, Raiche M, Hébert R. Effect of ageing and

vision on limb load asymmetry during quiet stance. J Biomech.

;33(10):1243-8. doi: 10.1016/S0021-9290(00)00097-X

Kinsella-Shaw JM, Harrison SJ, Carello C, Turvey MT.

Laterality of quiet standing in old and young. Exp Brain Res.

;231(4):383-96. doi: 10.1007/s00221-013-3696-9

Publicado

2020-03-03

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Avaliação da distribuição do peso corporal em hemiparéticos: medidas posturográficas versus o instrumento avaliação da simetria e transferência de peso. (2020). Fisioterapia E Pesquisa, 27(2), 168-173. https://doi.org/10.1590/1809-2950/19013727022020