Funcionalidade da família dos pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/19033328022021

Palavras-chave:

Isolamento Social, Relações Familiares, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Afeto, Adaptação Psicológica

Resumo

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é altamente limitante, tanto nos aspectos físicos, quanto socioemocionais, causando dificuldades significativas no cotidiano dos pacientes. Além de afetar os pacientes, a DPOC também influência na vida dos familiares e
amigos próximos, pois deles vem a rede de apoio de que os pacientes necessitam. O objetivo deste artigo é avaliar a funcionalidade da família no cotidiano de pacientes acometidos por DPOC. É um estudo transversal que avaliou a funcionalidade de família de pacientes com DPOC em diferentes estágios da doença e que realizam Programa Reabilitação  Cardiorrespiratória (PRC). Utilizou-se o instrumento APGAR de Família, sendo este, um acrônimo caracterizado por A = (Adaptation/Adaptação), P = (Partnership/Companheirismo),
G = (Grow/Desenvolvimento), A = (Affection/Afetividade), R = (Resolve/Capacidade resolutiva), composto por 5 questões avaliadas em “sempre”, “algumas vezes” e “nunca”, o que somados resultam em “elevada disfunção familiar”, moderada disfunção familiar” e “boa funcionalidade familiar”. Foram avaliados 21 pacientes DPOC [sexo masculino (n=11; 52,3%); idade média 66,3±10 anos], com estadiamento entre moderado a muito severo. Através do
APGAR da Família identificamos 2 pacientes com elevada disfunção familiar; 2 pacientes com moderada disfunção familiar; 17 pacientes com boa funcionalidade familiar. Dos que relataram elevada e moderada disfunção familiar, os acrômios mais comprometidos foram “companheirismo”, “afetividade” e “desenvolvimentos”. O grau de obstrução das vias áreas associou-se moderada e positivamente com a funcionalidade da família (r = 0,697; p = 0,004). Pacientes com DPOC participantes do PRC apresentaram boa funcionalidade familiar no seu cotidiano e a gravidade da doença esteve associada a esta funcionalidade. Pacientes
que apresentaram maior disfunção familiar relataram falta de “companheirismo”,  afetividade” e “desenvolvimentos”.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Martinez CH, Mannino DM, Divo MJ. Defining COPD-Related

Comorbidities, 2004-2014. Chronic Obstr Pulm Dis. 2014;1(1):51-

doi: 10.5216/ree.v16i1.22514

Tselebis A, Pachi A, Ilias I, Kosmas E, Bratis D, Moussas G et al.

Strategies to improve anxiety and depression in patients with

COPD: A mental health perspective. Neuropsychiatr Dis Treat.

;12:297-328. doi: 10.2147/NDT.S79354

Patel AR, Patel AR, Singh S, Singh S, Khawaja I. Global Initiative

for Chronic Obstructive Lung Disease: The Changes Made.

Cureus. 2019;11(6):e4985. doi: 10.7759/cureus.4985

Ministério da Saúde (BR). Perfil da morbimortalidade por

doenças respiratórias crônicas no Brasil, 2003 a 2013. Bol

Epidemiol. 2016;47(19):1-9.

Deng X, Song J. Correlation analysis between depression

and family fitness in chronic obstructive pulmonary disease

inpatients: A cross-sectional study. Med (Baltimore).

;97(52):e13946. doi: 10.1097/MD.0000000000013946.

Graham BL, Steenbruggen I, Barjaktarevic IZ, Cooper BG, Hall

GL, Hallstrand S et al. Standardization of spirometry 2019

update an official American Thoracic Society and European

Respiratory Society technical statement. Am J Respir Crit Care

Med. 2019;200(8):E70-88. doi: 10.1164/rccm.201908-1590ST.

Raggi P. The never ending search for the elusive vulnerable

plaque. Atherosclerosis. 2017;263(2006):311-2. doi: 10.1590/

s1806-37132007000400008

Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. GOLD

Pocket Guide 2020 (COPD). Fontana-on-Geneva-Lake; 2020.

Available from: www.goldcopd.org

Smilkstein G. The family APGAR: a proposal for a family function

test and its use by physicians. J Fam Pract. 1978;6(6):1231-9.

Vera I, Lucchese R, Nakatani AYK, Sadoyama G, Bachion MM,

Vila VSC. Fatores associados à disfuncionalidade familiar

em idosos não institucionalizados. Texto e Context Enferm.

;24(2):494-504. doi: 10.5216/ree.v16i1.22514.

Vera I, Lucchese R, Munari DB, Nakatani AYK. Índex APGAR

de Família na avaliação de relações familiares do idoso:

revisão integrativa. Rev Eletron Enferm. 2014;16(1):199-210.

doi.org/10.1590/0104-07072015001602014

Gomes IS, Pinheira VMB. Dor crónica, funcionalidade familiar

e solidão em pessoas idosas seguidas em consulta de

dor. Rev Ibero-Am Saude Envelhec. 2018;4(1):1282-95. doi.

org/10.24902/r.riase.2018.4%281%29.1281

Kerkoski E, Maria D, Vieira G, Chesani FH. A tristeza de

viver com falta de ar : experiências de pessoas com doença

pulmonar obstrutiva crônica. Proceedings of the 7th Congresso

Ibero-Americano em Investigação Qualitativa; 2018 Jul 10-13;

Fortaleza, Brazil. Aveiro: Ludomedia; 2018. p. 753-62.

Marquese A, Jácome C, Cruz J, Gabriel R, Brooks D, Figueiredo

D. Family-based psychosocial support and education as part

of pulmonary rehabilitation in COPD: A randomized controlled

trial. Chest. 2015;147(3):662-72. doi: 10.1378/chest.14-1488.

Publicado

2023-02-23

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Funcionalidade da família dos pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. (2023). Fisioterapia E Pesquisa, 28(2), 145-150. https://doi.org/10.1590/1809-2950/19033328022021