Capacidade, desempenho e confiança da marcha como preditores de quedas em indivíduos pós-acidente vascular encefálico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/21005528042021%20%20

Resumo

O objetivo do presente estudo foi avaliar a correlação entre capacidade, desempenho e a confiança da marcha e o número de quedas em indivíduos pós acidente vascular encefálico (AVE), além de investigar quais destas variáveis relacionadas à marcha poderiam predizer as quedas nesta população. Foram avaliados 95 indivíduos pós AVE, de acordo com número de quedas no último ano e capacidade de marcha (Teste de Caminhada de 10m), desempenho na marcha (ABILOCO-Brasil) e confiança na marcha (modified Gait Efficacy Scale). Coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para avaliar as correlações entre as variáveis. Regressão linear múltipla foi utilizada para avaliar se as variáveis relacionadas à marcha são capazes de predizer as quedas em indivíduos pós AVE. Não foram encontradas correlações significativas entre capacidade (p=0,87) e performance na marcha (p=0,06) e número de quedas. Correlação significativa, negativa, de magnitude moderada, foi encontrada somente entre confiança na marcha e quedas (r=-0,43; p<0,01). Na análise de regressão, apenas a confiança na marcha permaneceu no modelo (p<0,01) como preditora do número de quedas em indivíduos pós AVE, sendo capaz, sozinha, de explicar 18% (R2=0,18) desta variável. Assim, os achados do presente estudo demonstraram que apenas a confiança na marcha está diretamente relacionada com o número de quedas em indivíduos pós AVE, sendo essa também a única variável que pode ser considerada preditora deste evento nesta população.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Silva SM, Corrêa JCF, Pereira GS, Corrêa FI. Social participation

following a stroke: an assessment in accordance with

the international classification of functioning, disability

and health. Disabil Rehabil. 2017;41(8):879-86. doi:

1080/09638288.2017.1413428.

Teixeira-Salmela LF, Oliveira ESG, Santana EGS, Resende

GP. Fortalecimento muscular e condicionamento físico

em hemiplégicos. Acta Fisiatrica. 2000;7(3):108-18.

doi: 10.5935/0104-7795.20000001.

Elloker T, Rhoda A, Arowoiya A, Lawal IU. Factors predicting

community participation in patients living with stroke, in the

Western Cape, South Africa. Disab Rehabil. 2019;41(22):2640-7.

doi: 10.1080/09638288.2018.1473509.

Geyh S, Cieza A, Schouten J, Dickson H, Frommelt P, Omar

Z, et al. ICF core sets for stroke. J Rehabil Med. 2004;

(44 Suppl):135-41. doi: 10.1080/16501960410016776.

Marchetti GF, Whitney SL. Older adults and balance dysfunction.

Neurol Clin. 2005;23(3):785-805. doi: 10.1016/j.ncl.2005.01.009.

Gama ZAS, Conesa AG, Ferreira MS. Epidemiología de caídas

de ancianos en España: una revisión sistemática. Rev Esp Salud

Publica. 2008;82(1):43-56.

Organização Mundial da Saúde; Organização Panamericana

de Saúde. CIF: classificação internacional de funcionalidade,

incapacidade e saúde. São Paulo: Edusp; 2003.

Friedman SM, Munoz B, West SK, Rubin GS, Fried LP.

Falls and fear of falling: which comes first? A longitudinal

prediction model suggests strategies for primary and

secondary prevention. J Am Geriatr Soc. 2002;50(8):1329-35.

doi: 10.1046/j.1532-5415.2002.50352.x.

Lopes KT, Costa DF, Santos LF, Castro DP, Bastone AC.

Prevalence of fear of falling among a population of older

adults and its correlation with mobility, dynamic balance, risk

and history of falls. Braz J Phys Ther. 2009;13(3):223-9. doi:

1590/S1413-35552009005000026.

Faria CDCM, Saliba VA, Teixeira-Salmela LF, Nadeau S.

Comparison between post-stroke hemiparetic subjects with

and without history of falls on the basis of the international

classification of functioning, disability and health. Fisioter Pesqui.

;17(3):242-7. doi: 10.1590/S1809-29502010000300010.

Ricci NA, Ferrarias GP, Molina KI, Dib PM, Alouche SR. Velocidade

de marcha e autoeficácia em quedas em indivíduos com

hemiparesia após acidente vascular encefálico. Fisioter Pesqui.

;22(2):191-6. doi: 10.590/1809-2950/14484522022015.

Harris JE, Eng JJ, Marigold DS, Tokuno CD, Louis CL. Relationship

of balance and mobility to fall incidence in people with chronic

stroke. Phys Ther. 2005;85(2):150-8.

Salbach NM, Mayo NE, Higgins J, Ahmed S, Finch LE, Richards

CL. Responsiveness and predictability of gait speed and other

disability measures in acute stroke. Arch Phys Med Rehabil.

;82(9):1204-12. doi: 10.1053/apmr.2001.24907.

Nascimento LR, Caetano LCG, Freitas DCMA, Morais TM, Polese

JC, Teixeira-Salmela LF. Different instructions during the tenmeter walking test determined significant increases in maximum

gait speed in individuals with chronic hemiparesis. Braz J Phys

Ther. 2012;16(2):122-7. doi: 10.1590/S1413-35552012005000008.

Avelino PR, Faria-Fortini I, Basílio ML, Menezes KKP, Magalhães

LC, Teixeira-Salmela LF. Adaptação transcultural do ABILOCO:

uma medida de habilidade de locomoção, específica para

indivíduos pós-acidente vascular encefálico. Acta Fisiatrica.

;23(4):161-5. doi: 10.5935/0104-7795.20160031.

Caty GD, Arnould C, Stoquart GG, Thonnard JL, Lejeune

TM. ABILOCO: a rasch-built 13-item questionnaire to assess

locomotion ability in stroke patients. Arch Phys Med Rehabil.

;89(2):284-90. doi: 10.1016/j.apmr.2007.08.155.

Avelino PR, Menezes KKP, Nascimento LR, Faria-Fortini I, Faria,

CDCM, Scianni AA, et al. Adaptação transcultural da Modified

Gait Efficacy Scale para indivíduos pós-acidente vascular

encefálico. Rev Ter Ocup. 2018;29(3):230-6. doi: 10.11606/

issn.2238-6149.v29i3p230-236.

Newell AM, Vanswearingen JM, Hile E, Brach JS. The modified gait

efficacy scale: establishing the psychometric properties in older

adults. Phys Ther. 2012;92(2):318-28. doi: 10.2522/ptj.20110053.

Knapp TR, Campbell-Heider N. Numbers of observations and

variables in multivariate analyses. West J Nurs Res. 1989;11(5):634-41.

Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences.

a ed. Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates; 1988.

Robinson CA, Shumway-Cook A, Matsuda PN, Ciol MA.

Understanding physical factors associated with participation

in community ambulation following stroke. Disabil Rehabil.

;33(12):1033-42. doi: 10.3109/09638288.2010.520803.

McAuley E, Mihalko SL, Rosengren KS. Self-efficacy and

balance correlates of fear of falling in elderly. J Aging Phys

Act. 1997;5(4):329-40.

Jorstad EC, Hauer K, Becker C, Lamb SE. Measuring the

psychological outcomes of falling: a systematic review.

J Am Geriatr Soc. 2005;53(3):501-10. doi: 10.1111/j.1532-

2005.53172.x.

Publicado

2023-02-23

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Capacidade, desempenho e confiança da marcha como preditores de quedas em indivíduos pós-acidente vascular encefálico. (2023). Fisioterapia E Pesquisa, 28(4), 443-448. https://doi.org/10.1590/1809-2950/21005528042021