Correlação entre espasticidade do membro superior e movimentação da mão no pós-AVC
DOI:
https://doi.org/10.1590/1809-2950/20030129012022PTPalavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral, Espasticidade Muscular, Força Da MãoResumo
A hemiparesia e espasticidade são consequências comuns em pacientes pós Acidente Vascular Cerebral (AVC), ocasionando dificuldade na movimentação no hemicorpo acometido. O objetivo deste estudo foi verificar a relação da espasticidade no membro superior (MS) com a capacidade de movimentação da mão nestes pacientes. Estudo transversal de delineamento ex post facto correlacional. Foram avaliados pacientes que realizavam acompanhamento no Ambulatório de Neurovascular no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foi preenchida uma ficha de avaliação com dados da amostra e realizada avaliação da espasticidade do MS pela Escala de Ashworth Modificada (MAS) e da movimentação ativa da mão pela Escala de Movimentação da Mão (EMM). Para a correlação das variáveis foi usado o Coeficiente de correlação tau de Kendall, adotando-se um nível de significância de 5% (p≤ 0,05). Foram avaliados 47 sujeitos de ambos os sexos, com média de idade de 64,5 (± 13) anos e média de tempo de AVC de 2,7 (± 1,8) meses. A moda da EMM foi 6 pontos e, 74,4% dos pacientes não eram espásticos. O movimento da mão apresentou correlação significativa negativa com as musculaturas espásticas avaliadas. Houve uma correlação negativa moderada com as musculaturas peitoral (r=-,383/ p=,007), flexores de cotovelo (r=-,339/ p=,016) e pronadores (r=-,460/ p=,001) e alta com flexores de punho (r=-,588/ p<,001) e flexores de dedos (r=-,692/ p<,001). Conclui-se que quanto maior o grau de espasticidade do membro superior, menor a capacidade de movimentação da mão nestes pacientes.
Downloads
Referências
Smania N, Paolucci S, Tinazzi M, Borghero A, Manganotti P, Fiaschi A. et al. Active finger extension. Stroke. 2007; 38(3): 1088-1090. doi/10.1161/01.STR.0000258077.88064.a3
Nakayama H, Jorgensen HS, Raaschou HO, Olsen TS. Recovery of upper extremity function in stroke patients: the Copenhagem Stroke Study. Arch Phys Med Rehabil. 1994; 75(4): 394-8. https://www.archives-pmr.org/article/0003-9993(94)90161-9/pdf
Beebe JA, Lang CE. Active range of motion predicts upper extremity function 3 months after stroke. Stroke. 2009; 40(5): 1772-9. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/STROKEAHA.108.536763
Thibaut A, Chatelle C, Ziegler E, Bruno MA, Laureys S, Gosseries O. Spasticity after stroke: physiology, assessment and treatment. Brain Inj. 2013; 27(10): 1093-105. doi.org/10.3109/02699052.2013.804202
Bhakta BB. Management of spasticity in stroke. British Medical Bulletin. 2000; 56(2): 476-485. doi.org/10.1258/0007142001903111
Soares AV; Kerscher C; Uhlig L; Domenech SC; Borges Junior NG. Escala de movimentos da mão: um instrumento preditivo da recuperação funcional do membro superior de pacientes hemiparéticos por acidente vascular cerebral. Arq Catarinenses Med. 2011a; 40: 47-51. http://www.acm.org.br/acm/revista/pdf/artigos/862.pdf
Paz LPS, Marães VRFS, Borges G. Relação entre a força de preensão palmar e a espasticidade em pacientes hemiparéticos após acidente vascular cerebral. Acta Fisiatr. 2011;18(2):75-82.https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103618/102083
Hunter S, Crome P. Hand function and stroke. Reviews in Clinical Gerontology. 2002; 12(1): 68-81. doi.org/10.1017/S0959259802012194
Shumway-Cook A, Woollacott MH. Motor control: theory and pratical applications. 2a ed. Baltimore. Williams & Wilkins; 2001.
Katrak P, Bowring G, Conroy P, Chilvers M, Poulos R, McNeil D. Predicting upper limb recovery after stroke: the place of early shoulder and hand movement. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(7):758-61. doi.org/10.1016/s0003-9993(98)90352-5
Smania N, Gambarin M, Tinazzi M, Picelli A, Fiaschi A, Moretto G, et al. Are indexes of arm recovery related to daily life autonomy in patients with stroke? Eur J Phys Rehabil Med 2009; 45:349-54. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19396056/
Soares AV; Kerscher C; Uhlig L; Domenech SC; Borges Junior NG. Dinamometria de preensão manual como parâmetro de avaliação funcional do membro superior de pacientes hemiparéticos por acidente vascular cerebral. Fisioter Pesqui. 2011b; 18: 359-64. doi.org/10.1590/S1809-29502011000400011
Woellner SS, Soares AV, Cremonini CR, Poluceno L, Domenech SC, Borges Júnior NG. Treinamento específico do membro superior de hemiparéticos por acidente vascular encefálico. ACM arq. catarin. med. 2012;41(3):49-53. http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/944.pdf
Hacke W, Schwab S, Horn M, Spranger M, De Georgia M, Von Kummer R. Malignant middle cerebral artery infarction: clinical course and prognostic. Arch Neurol. 1996; 53:309-15. doi:10.1001/archneur.1996.00550040037012
Brito RG, Lins LCRF, Almeida CDA, Ramos Neto ES, Araújo DP, Franco CIF. Instrumentos de avaliação funcional específicos para o acidente vascular cerebral. Rev Neurocienc. 2013;21(4):593-599. doi.org/10.34024/rnc.2013.v21.8145
Fugl-Meyer AR, Jääskö L, Leyman I, Olsson S, Steglind S. The post-stroke hemiplegic patient: 1. A method for evaluation of physical performance. Scand J Rehab Med. 1975; 7:13-31. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1135616/
Bohannon RW, Smith MB. Interrater reliability of a Modified Ashworth Scale of muscle spasticity. Phys. ther. 1987;67(2):206-207. doi.org/10.1093/ptj/67.2.206
Gregson JM, Leathley MJ, Moore AP, Smith TL, Sharma AK, Watkins CL. Reliability of measurements of muscle tone and muscle power in stroke patients. Age Ageing. 2000;29(3):223-8. doi.org/10.1093/ageing/29.3.223
Cohen J. Statistical Power Analysis for the Behavioral Sciences, 2nd ed. New York (NY): Lawrence Erlbaum Associates; 1988. http://www.utstat.toronto.edu/~brunner/oldclass/378f16/readings/CohenPower.pdf
Ropper AH. Cerebrovascular accident. In: Ropper AH, Brown RH. Principles of neurology: Adam’s e Victor’s. New York: Mc Graw Hill; 2005. p. 1255-71.
Twitchell TE. The restoration of motor function following hemiplegia in man. Brain. 1951;74(4):443-80. doi:10.1093/brain/74.4.443
Escarcel BW, Müller MR, Rabuske M. Análise do controle postural de pacientes com AVC Isquêmico próximo a alta hospitalar. Rev Neurocienc. 2010;18(4):498-504. doi.org/10.34024/rnc.2010.v18.8449
Kwakkel G, Kollen JB, Twisk J. Impact of time on improvement of outcome after stroke. Stroke. 2006; 37: 2348-2353. doi.org/10.1161/01.STR.0000238594.91938.1e
Marzolini S, Robertson AD, Oh P, Goodman JM, Corbett D, Du X, et al. Aerobic training and mobilization early post-stroke: cautions and considerations. Frontiers in neurology. 2019; 10 (1187): 1-26. doi.org/10.3389/fneur.2019.01187
Paz LPS, Marães VRFS, Borges G. Relação entre a força de preensão palmar e a espasticidade em pacientes hemiparéticos após acidente vascular cerebral. Acta Fisiatr. 2011;18(2):75-82.https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103618/102083
Correia ACS, Silva JDS, Silva LVC, Oliveira DA, Cabral ED. Crioterapia e cinesioterapia no membro superior espástico no acidente vascular cerebral. Fisioter. mov. 2010;23(4):555-563. doi.org/10.34024/rnc.2004.v12.8877
Medeiros MSM, Lima E, Martins RA, Gomes Júnior LA, Medeiros RF. Treinamento de força em sujeitos portadores de acidente vascular cerebral. Rev Dig Vida Saúde. 2002;1(3):21.http://www.luzimarteixeira.com.br/wpcontent/uploads/2010/01/treinamento-de-forca-no-ave.pdf
Cacho EWA, Melo FRLV, Oliveira R. Avaliação da recuperação motora em pacientes hemiplégicos através do protocolo de desempenho físico (FUGL – MEYER). Rev Neurocienc. 2004;12(2):94-102. doi.org/10.34024/rnc.2004.v12.8877
Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (BR). Diagnóstico e tratamento da espasticidade. São Paulo (SP): Projeto Diretrizes; 2001. https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/espaticidade.pdf
O’Dwyer NJ, Ada L, Neilson PD. Spasticity and muscle contracture following stroke. Brain. 1996; 119(Pt 5):1737-49. doi:10.1093/brain/119.5.1737
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Isadora Martins Postiglioni de Vargas, Luciano Palmeiro Rodrigues
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.