Correlação entre espasticidade do membro superior e movimentação da mão no pós-AVC

Autores

  • Isadora Martins Postiglioni de Vargas Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil Brasil https://orcid.org/0000-0002-8801-8963
  • Luciano Palmeiro Rodrigues Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil https://orcid.org/0000-0002-6888-192X

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/20030129012022PT

Palavras-chave:

Acidente Vascular Cerebral, Espasticidade Muscular, Força Da Mão

Resumo

A hemiparesia e espasticidade são consequências comuns em pacientes pós Acidente Vascular Cerebral (AVC), ocasionando dificuldade na movimentação no hemicorpo acometido. O objetivo deste estudo foi verificar a relação da espasticidade no membro superior (MS) com a capacidade de movimentação da mão nestes pacientes. Estudo transversal de delineamento ex post facto correlacional. Foram avaliados pacientes que realizavam acompanhamento no Ambulatório de Neurovascular no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foi preenchida uma ficha de avaliação com dados da amostra e realizada avaliação da espasticidade do MS pela Escala de Ashworth Modificada (MAS) e da movimentação ativa da mão pela Escala de Movimentação da Mão (EMM). Para a correlação das variáveis foi usado o Coeficiente de correlação tau de Kendall, adotando-se um nível de significância de 5% (p≤ 0,05). Foram avaliados 47 sujeitos de ambos os sexos, com média de idade de 64,5 (± 13) anos e média de tempo de AVC de 2,7 (± 1,8) meses. A moda da EMM foi 6 pontos e, 74,4% dos pacientes não eram espásticos. O movimento da mão apresentou correlação significativa negativa com as musculaturas espásticas avaliadas. Houve uma correlação negativa moderada com as musculaturas peitoral (r=-,383/ p=,007), flexores de cotovelo (r=-,339/ p=,016) e pronadores (r=-,460/ p=,001) e alta com flexores de punho (r=-,588/ p<,001) e flexores de dedos (r=-,692/ p<,001). Conclui-se que quanto maior o grau de espasticidade do membro superior, menor a capacidade de movimentação da mão nestes pacientes.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Smania N, Paolucci S, Tinazzi M, Borghero A, Manganotti P, Fiaschi A. et al. Active finger extension. Stroke. 2007; 38(3): 1088-1090. doi/10.1161/01.STR.0000258077.88064.a3

Nakayama H, Jorgensen HS, Raaschou HO, Olsen TS. Recovery of upper extremity function in stroke patients: the Copenhagem Stroke Study. Arch Phys Med Rehabil. 1994; 75(4): 394-8. https://www.archives-pmr.org/article/0003-9993(94)90161-9/pdf

Beebe JA, Lang CE. Active range of motion predicts upper extremity function 3 months after stroke. Stroke. 2009; 40(5): 1772-9. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/STROKEAHA.108.536763

Thibaut A, Chatelle C, Ziegler E, Bruno MA, Laureys S, Gosseries O. Spasticity after stroke: physiology, assessment and treatment. Brain Inj. 2013; 27(10): 1093-105. doi.org/10.3109/02699052.2013.804202

Bhakta BB. Management of spasticity in stroke. British Medical Bulletin. 2000; 56(2): 476-485. doi.org/10.1258/0007142001903111

Soares AV; Kerscher C; Uhlig L; Domenech SC; Borges Junior NG. Escala de movimentos da mão: um instrumento preditivo da recuperação funcional do membro superior de pacientes hemiparéticos por acidente vascular cerebral. Arq Catarinenses Med. 2011a; 40: 47-51. http://www.acm.org.br/acm/revista/pdf/artigos/862.pdf

Paz LPS, Marães VRFS, Borges G. Relação entre a força de preensão palmar e a espasticidade em pacientes hemiparéticos após acidente vascular cerebral. Acta Fisiatr. 2011;18(2):75-82.https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103618/102083

Hunter S, Crome P. Hand function and stroke. Reviews in Clinical Gerontology. 2002; 12(1): 68-81. doi.org/10.1017/S0959259802012194

Shumway-Cook A, Woollacott MH. Motor control: theory and pratical applications. 2a ed. Baltimore. Williams & Wilkins; 2001.

Katrak P, Bowring G, Conroy P, Chilvers M, Poulos R, McNeil D. Predicting upper limb recovery after stroke: the place of early shoulder and hand movement. Arch Phys Med Rehabil. 1998;79(7):758-61. doi.org/10.1016/s0003-9993(98)90352-5

Smania N, Gambarin M, Tinazzi M, Picelli A, Fiaschi A, Moretto G, et al. Are indexes of arm recovery related to daily life autonomy in patients with stroke? Eur J Phys Rehabil Med 2009; 45:349-54. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19396056/

Soares AV; Kerscher C; Uhlig L; Domenech SC; Borges Junior NG. Dinamometria de preensão manual como parâmetro de avaliação funcional do membro superior de pacientes hemiparéticos por acidente vascular cerebral. Fisioter Pesqui. 2011b; 18: 359-64. doi.org/10.1590/S1809-29502011000400011

Woellner SS, Soares AV, Cremonini CR, Poluceno L, Domenech SC, Borges Júnior NG. Treinamento específico do membro superior de hemiparéticos por acidente vascular encefálico. ACM arq. catarin. med. 2012;41(3):49-53. http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/944.pdf

Hacke W, Schwab S, Horn M, Spranger M, De Georgia M, Von Kummer R. Malignant middle cerebral artery infarction: clinical course and prognostic. Arch Neurol. 1996; 53:309-15. doi:10.1001/archneur.1996.00550040037012

Brito RG, Lins LCRF, Almeida CDA, Ramos Neto ES, Araújo DP, Franco CIF. Instrumentos de avaliação funcional específicos para o acidente vascular cerebral. Rev Neurocienc. 2013;21(4):593-599. doi.org/10.34024/rnc.2013.v21.8145

Fugl-Meyer AR, Jääskö L, Leyman I, Olsson S, Steglind S. The post-stroke hemiplegic patient: 1. A method for evaluation of physical performance. Scand J Rehab Med. 1975; 7:13-31. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1135616/

Bohannon RW, Smith MB. Interrater reliability of a Modified Ashworth Scale of muscle spasticity. Phys. ther. 1987;67(2):206-207. doi.org/10.1093/ptj/67.2.206

Gregson JM, Leathley MJ, Moore AP, Smith TL, Sharma AK, Watkins CL. Reliability of measurements of muscle tone and muscle power in stroke patients. Age Ageing. 2000;29(3):223-8. doi.org/10.1093/ageing/29.3.223

Cohen J. Statistical Power Analysis for the Behavioral Sciences, 2nd ed. New York (NY): Lawrence Erlbaum Associates; 1988. http://www.utstat.toronto.edu/~brunner/oldclass/378f16/readings/CohenPower.pdf

Ropper AH. Cerebrovascular accident. In: Ropper AH, Brown RH. Principles of neurology: Adam’s e Victor’s. New York: Mc Graw Hill; 2005. p. 1255-71.

Twitchell TE. The restoration of motor function following hemiplegia in man. Brain. 1951;74(4):443-80. doi:10.1093/brain/74.4.443

Escarcel BW, Müller MR, Rabuske M. Análise do controle postural de pacientes com AVC Isquêmico próximo a alta hospitalar. Rev Neurocienc. 2010;18(4):498-504. doi.org/10.34024/rnc.2010.v18.8449

Kwakkel G, Kollen JB, Twisk J. Impact of time on improvement of outcome after stroke. Stroke. 2006; 37: 2348-2353. doi.org/10.1161/01.STR.0000238594.91938.1e

Marzolini S, Robertson AD, Oh P, Goodman JM, Corbett D, Du X, et al. Aerobic training and mobilization early post-stroke: cautions and considerations. Frontiers in neurology. 2019; 10 (1187): 1-26. doi.org/10.3389/fneur.2019.01187

Paz LPS, Marães VRFS, Borges G. Relação entre a força de preensão palmar e a espasticidade em pacientes hemiparéticos após acidente vascular cerebral. Acta Fisiatr. 2011;18(2):75-82.https://www.revistas.usp.br/actafisiatrica/article/view/103618/102083

Correia ACS, Silva JDS, Silva LVC, Oliveira DA, Cabral ED. Crioterapia e cinesioterapia no membro superior espástico no acidente vascular cerebral. Fisioter. mov. 2010;23(4):555-563. doi.org/10.34024/rnc.2004.v12.8877

Medeiros MSM, Lima E, Martins RA, Gomes Júnior LA, Medeiros RF. Treinamento de força em sujeitos portadores de acidente vascular cerebral. Rev Dig Vida Saúde. 2002;1(3):21.http://www.luzimarteixeira.com.br/wpcontent/uploads/2010/01/treinamento-de-forca-no-ave.pdf

Cacho EWA, Melo FRLV, Oliveira R. Avaliação da recuperação motora em pacientes hemiplégicos através do protocolo de desempenho físico (FUGL – MEYER). Rev Neurocienc. 2004;12(2):94-102. doi.org/10.34024/rnc.2004.v12.8877

Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (BR). Diagnóstico e tratamento da espasticidade. São Paulo (SP): Projeto Diretrizes; 2001. https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/espaticidade.pdf

O’Dwyer NJ, Ada L, Neilson PD. Spasticity and muscle contracture following stroke. Brain. 1996; 119(Pt 5):1737-49. doi:10.1093/brain/119.5.1737

Publicado

2022-04-04

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Correlação entre espasticidade do membro superior e movimentação da mão no pós-AVC. (2022). Fisioterapia E Pesquisa, 29(1), 29-36. https://doi.org/10.1590/1809-2950/20030129012022PT