Telefonemas mensais e calendários como registro para a taxa de quedas de idosos da comunidade inseridos em um ensaio clínico randomizado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/200322300522PT

Palavras-chave:

Envelhecimento, Acidentes por Quedas, Serviços Preventivos de Saúde

Resumo

O objetivo deste estudo longitudinal prospectivo foi analisar telefonemas mensais e calendários como registro para a taxa de quedas de idosos da comunidade ao longo de 22 semanas, e verificar os fatores relacionados à adesão ao calendário de quedas. Os participantes passaram por uma avaliação que conteve anamnese, nível de atividade física, medidas neuropsicológicas e mobilidade. Receberam também um calendário de quedas que deveria ser preenchido, ao longo de 22 semanas, no(s) dia(s) em que o evento ocorresse. Ademais, os idosos foram contatados mensalmente por telefone para o questionamento da ocorrência de quedas naquele período. Para análise dos dados, foi adotado nível de significância de α= 0,05 e para execução dos testes estatísticos foi utilizado o software SPSS (20.0). Os dois instrumentos foram comparados quanto à “sensibilidade” e “especificidade”.  Foram incluídos 52 idosos no estudo, com média de idade de 70,5 anos. A adesão ao método do calendário foi de 63,4% em comparação aos telefonemas. Dos 9 participantes que relataram quedas pelos telefonemas, 3 as notificaram no calendário, resultando em uma sensibilidade de 33%. Dos 43 idosos que não relataram quedas pelos telefonemas, 31 entregaram o calendário sem registro, sendo a especificidade do calendário de 72%. Anos de escolaridade, a pontuação no Mini Exame de Estado Mental e o desempenho no Exame Cognitivo de Addenbrooke - versão revisada influenciaram significativamente na adesão ao calendário de quedas. Conclui-se que houve maior notificação de quedas pelo método do telefonema mensal em comparação ao calendário em idosos da comunidade

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007. 192 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n. 19). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad19.pdf. Acesso em: 28 fev 2019.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE. Projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades de Federação, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projeção/. Acesso em: 28 fev 2019.

Siqueira FV, Facchini LA, Silveira DS, Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, et al. Prevalence of falls in elderly in Brazil: a countrywide analysis. Cad Saúde Pública. 2011;27(9):1819-1826. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000900015.

Datasus. Morbidade hospitalar do SUS por causas externas, 2019; c. 2020. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/fims.def.

Cruz Danielle Teles da, Leite Isabel Cristina Gonçalves. Falls and associated factors among elderly persons residing in the community. Ver Bras Geriatr Gerontol. 2018;21(5):532-41. doi.org/10.1590/1981-22562018021.180034.

Prato SCF, ASFM, Cabrera MAS, Dip RM, Santos HG, Dellaroza MSG, et al. Frequência e fatores associados a quedas em adultos com 55 anos e mais. Rev Saúde Pública. 2017;51(37):1-11. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2017051005409.

Muyinat YO, Ashwini KR, Sunil KA, Anil KL. Balance and gait in the elderly: a contemporary review. Laryng Investig Otolaryngol. 2019;4(1):143-53. doi: 10.1002/lio2.252.

Araújo Neto AH, Patrício ACFA, Ferreira MAM, Rodrigues BFL, Santos TD, Rodrigues TDB, Silva RAR. Falls in institutionalized older adults: risks, consequences and antecedents. Rev Bras Enferm. 2017;70(4):719-725. doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0107.

Stark SL, Silianoff TJ, Kim HL, Conte JW, Morris JC. Tailored Calendar journals to ascertain falls among older adults. Occup Partic Health: SAGE J. 2016;35(1):53-59. doi:10.1177/1539449214561764.

Mackenzie L, Byles J, D'este C. Validation of self-reported fall events in intervention studies. Clinical Rehabilitation. 2006;20(4):331-9. doi:10.1191/0269215506cr947oa.

Hannan MT, Gagnon MM, Aneja J, Jones RN, Cupples LA, Lipsitz LA, Samelson EJ, Leveille SG, Kiel DP. Optimizing the tracking of falls in studies of older participants: comparison of quarterly telephone recall with monthly falls calendars in the MOBILIZE Boston Study. Am J Epidemiol. 2010;171(9):1031-6. https://doi.org/10.1093/aje/kwq024.

Garcia PA, Dias JMD, Silva SLA, Dias RC. Prospective monitoring and self-report of previous falls among older women at high risk of falls and fractures: a study of comparison and agreement. Braz J Phys Ther. 2015;19(3):218-26. doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0095.

Almeida TL. Efeitos do treinamento físico multimodal na prevenção secundária de quedas em idosos: treinamento supervisionado e semissupervisionado [Tese de Doutorado em Cardiologia]. Universidade de São Paulo; 2011.

Ansai JH, Aurichio TR, Gonçalves R, Rebelatto JR. Effects of two physical exercise protocols on physical performance related to falls in the oldest old: a randomized controlled trial. Geriatrics Gerontol International. 2016;16(4):492-9. doi:10.1111/ggi.12497.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caderneta de saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde; 2017.

Canadian. British Columbia Ministry of Health. Physical activity readiness medical examination (PARmed-X). Revisado pela Sociedade Canadense de Fisiologia do Exercício, 2002. c 2019. Disponível em: https://www.chp.gov.hk/archive/epp/files/PARmed-X.pdf.

Herrera EJR, Caramelli P, Silveira ASB, Nitrini R. Epidemiologic survey of dementia in a community- dwelling brazilian population. Alzheimer Dis Assoc Disorders. 2002;16(2):103-8. doi:10.1097/00002093-200204000-00007.

Peduzzi P, Concato J, Kemper E, Holford TR, Feinstein AR. A simulation study of the number of events per variable in logistic regression analysis. J Clin Epidemiol. 1996;49(12):1373-9. doi:10.1016/S0895-4356(96)00236-3 pmid:8970487.

Kellogg International Work Group on the prevention of falls by the elderly. The prevention of falls in later life. Danish Med Bull. 1987;34(4):1-24.

Mazo GZ, Mota J, Benedetti TB, Barros MVG de. Validade concorrente e reprodutibilidade: teste-reteste do questionário de baecke modificado para idosos. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2012;6(1):5-11. https://doi.org/10.1590/S1517-86922007000100004.

Carvalho VA, Caramelli P. Brazilian adaptation of the Addenbrooke's Cognitive Examination-Revised (ACE-R). Dementia Neuropsychol. 2007;1(2):212-6.

Paradela EMP, Lourenço RA, Veras RP. Validação da escala de depressão geriátrica em um ambulatório geral. Rev Saúde Pública. 2005;39(6):918-23. https://doi.org/10.1590/S0034-89102005000600008.

Camargos FFO, Dias RC, Dias JMD, Freire MTF, et al. Adaptação transcultural e avaliação das propriedades psicométricas da Falls Efficacy Scale – International em idosos brasileiros (FES-1-BRASIL). Braz J Phys Ther. 2010;14(3):237-43. doi.org/10.1590/S1413-35552010000300010.

Alexandre TS, Meira DM, Rico NC, Mizuta SK. Accuracy of Timed Up and Go Test for screening risk of falls among community-dwelling elderly. Rev Bras Fisioter. 2012;16(5):381-8. doi.org/10.1590/S1413-35552012005000041.

Ganz DA, Higashi T, Rubenstein LZ. Monitoring falls in cohort studies of community-dwelling older people: effect of the recall interval. J Am Geriatrics Soc. 2005;53(12):2190-4. doi:10.1111/j.1532-5415.2005.00509.x.

Adamczewska N, Vassallo M, Thomas P, Thomas S, Barrado-Martín Y, Nyman S. Feasibility and accuracy of different methods for collecting data on falls among older people with dementia. Alzheimer Dis Assoc Disorders. 2020;34(4):362-5. doi: 10.1097/WAD.0000000000000364.

Taylor ME, Delbaere K, Lord SR, Mikolaizak S, Brodaty H, Close JCT. Neuropsychological, physical, and functional mobility measures associated with falls in cognitively impaired older adults. J Gerontol A Biol Sci Med Sci; 2014;69(8):987-95. doi:10.1093/gerona/glt166.

Publicado

2022-08-08

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Telefonemas mensais e calendários como registro para a taxa de quedas de idosos da comunidade inseridos em um ensaio clínico randomizado. (2022). Fisioterapia E Pesquisa, 29(2), 145-153. https://doi.org/10.1590/1809-2950/200322300522PT