Relação entre a coordenação motora e a função executiva em adultos e idosos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/21027729022022PT

Palavras-chave:

Desempenho Psicomotor, Escolaridade, Cognição, Idoso, Função Executiva

Resumo

A população idosa brasileira possui
escolaridade relativamente baixa, quando comparada
a outras populações. Na prática clínica, torna-se difícil
decidir se alterações mais sutis, observadas nos testes
de função executiva (FE) e coordenação motora de
idosos, devem-se a um quadro neurológico inicial ou à
baixa escolaridade. O objetivo do trabalho foi investigar:
(1) possíveis diferenças na coordenação motora e FE
de adultos e idosos com escolaridade alta e baixa;
e (2) possíveis correlações entre coordenação motora e FE
nessa amostra. Foram avaliados 75 indivíduos saudáveis,
com idade entre 30 e 89 anos. A FE foi avaliada por meio do
trail making test (TMT) e a coordenação motora foi avaliada
com o teste de diadococinesia dos membros superiores,
que consiste na alternância rápida entre supinação e
pronação do antebraço (direito, esquerdo, de ambos
os antebraços em fase, e ambos em antifase). A análise
de variância investigou possíveis influências da idade
e da escolaridade na FE e coordenação motora. O teste
de correlação de Pearson investigou possíveis relações
entre FE e diadococinesia. Idosos com escolaridade
baixa foram significativamente mais lentos na parte B
(cognitivo-motora) e no delta (cognitiva) do TMT. Todos os
grupos foram mais lentos na condição antifase, sobretudo
os idosos com escolaridade baixa. Encontramos apenas
correlações fracas entre FE e coordenação motora. A idade
e a escolaridade influenciaram na FE e na coordenação
motora; porém, os testes de FE e coordenação motora
não apresentaram correlação quando esses dois fatores
foram corrigidos estatisticamente.

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Publicado

2022-08-08

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Relação entre a coordenação motora e a função executiva em adultos e idosos. (2022). Fisioterapia E Pesquisa, 29(2), 203-209. https://doi.org/10.1590/1809-2950/21027729022022PT