Contribuição da prática de exercício resistido e do tipo de parto para a diástase dos músculos retos do abdome em primíparas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/e22006523pt

Palavras-chave:

Diástase Muscular, Exercício Físico, Fisioterapia, Gravidez, Período Pós-Parto

Resumo

O organismo materno sofre alterações
fisiológicas e biomecânicas durante a gestação, dentre
elas o afastamento dos músculos retos do abdome
(MRAs). Os objetivos deste estudo transversal foram:
comparar a distância entre os MRAs entre primíparas
treinadas e sedentárias que realizaram parto vaginal e
cesárea; correlacionar o afastamento dos MRAs com
variáveis materno-infantis; e comparar essas variáveis
entre primíparas com e sem diástase dos MRAs.
Foram avaliadas 56 mulheres na nona semana pós-parto,
divididas em quatro grupos de acordo com o tipo de
parto e a prática de exercício resistido. A distância entre
os MRAs foi mensurada com paquímetro nas regiões
supraumbilical, umbilical e infraumbilical. Os dados foram
submetidos à análise de variância (Anova), correlação de
Pearson e teste t independente. Não houve efeito do tipo
de parto, da prática de exercício resistido ou da interação
tipo de parto e prática de exercício resistido (p≥0,118) para
a distância entre os MRAs. Houve correlação significativa
entre peso antes da gestação e distância entre os MRAs
(p<0,001). Não houve associação entre ganho de peso na
gestação e peso do bebê com a distância entre os MRAs
(p≥0,132). Houve diferença significativa no peso antes da
gestação entre primíparas com e sem diástase dos MRAs
(p<0,005). Não houve diferença entre grupos no ganho de
peso na gestação e no peso do bebê (p≥0,122). Conclui-se
que a prática de exercício resistido e o tipo de parto não
têm impacto no afastamento entre os MRAs nas regiões
supraumbilical, umbilical e infraumbilical em primíparas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Thabet AA, Alshehri MA. Efficacy of deep core stability exercise

program in postpartum women with diastasis recti abdominis:

a randomised controlled trial. J Musculoskelet Neuronal Interact.

;19(1):62-8.

Leite ACNMT, Araújo KKBC. Diástase dos retos abdominais em

puérperas e sua relação com variáveis obstétricas. Fisioter Mov.

;25(2):389-97. doi: 10.1590/S0103-51502012000200017.

Baracho E. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher. 6th ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2018.

Rett MT, Almeida TV, Mendonça ACR, DeSantana JM, Ferreira APL,

Araújo KCGM. Fatores materno-infantis associados à diástase

dos músculos retos do abdome no puerpério imediato.

Rev Bras Saude Mater. Infant. 2014;14(1):73-80. doi: 10.1590/

S1519-38292014000100007.

Boissonnault JS, Blaschak MJ. Incidence of diastasis

recti abdominis during the childbearing year. Phys Ther.

;68(7):1082-6. doi: 10.1093/ptj/68.7.1082.

Sperstad JB, Tennnfjord MK, Hilde G, Ellström-Engh M, Bø K.

Diastasis recti abdominis during pregnancy and 12 months after

childbirth: prevalence, risk factors and report of lumbopelvic

pain. Br J Sports Med. 2016;50(17):1092-6. doi: 10.1136/

bjsports-2016-096065.

Luna DCB, Cavalcanti ALAMH, Guendler JA, Brito VC,

Oliveira BDR. Frequência da diástase abdominal em

puérperas e fatores de risco associados. Fisioter Saude Func.

;1(2):10-7.

Rett MT, Braga MD, Bernardes NO, Andrade SC. Prevalência de

diástase dos músculos retoabdominais no puerpério imediato:

comparação entre primíparas e multíparas. Rev Bras Fisioter.

;13(4):275-80. doi: 10.1590/S1413-35552009005000037.

Mesquita LA, Machado AV, Andrade AV. Fisioterapia para

redução da diástase dos músculos retos abdominais no pós-parto. Rev Bras Ginecol Obstet. 1999;21(5):267-72.

doi: 10.1590/S0100-72031999000500004.

Alvarenga EC, Ferreira LC. A intervenção fisioterapêutica

na prevenção da diástase do músculo reto abdominal

em gestantes. Rev Bras Saude Func. 2014;2(1):18-30.

doi: 10.25194/rebrasf.v2i1.463.

Spitznagle TM, Leong FC, Van Dillen LR. Prevalence of diastasis

recti abdominis in a urogynecological patient population.

Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2007;18(3):321-8.

doi: 10.1007/s00192-006-0143-5.

Benjamin DR, van de Water ATM, Peiris CL. Effects of exercise

on diastasis of the rectus abdominis muscle in the antenatal

and postnatal periods: a systematic review. Physiotherapy.

;100(1):1-8. doi: 10.1016/j.physio.2013.08.005.

Chiarello CM, Falzone LA, McCaslin KE, Patel MN, Ulery KR.

The effects of an exercise program on diastasis recti

abdominis in pregnant women. J Womens Health Phys Therap.

;29(1):11-6. doi: 10.1097/01274882-200529010-00003.

Lo T, Cândido G, Janssen P. Diastasis of the recti abdominis

in pregnancy: risk factors and treatment. Physiother Can.

;51:32-7.

Turan V, Colluoglu C, Turkyilmaz E, Korucuoglu U. Prevalence of

diastasis recti abdominis in the population of young multiparous

adults in Turkey. Ginekol Pol. 2011;82(11):817-21.

Gitta S, Magyar Z, Tardi P, Füge I, Járomi M, Ács P, et al.

A rectus diastasis prevalenciája, lehetséges rizikófaktorai

és szövődményei. Orv Hetil. 2017;158(12):454-60.

doi: 10.1556/650.2017.30703.

Fei H, Liu Y, Li M, He J, Liu L, Li J, et al. The relationship of

severity in diastasis recti abdominis and pelvic floor dysfunction:

a retrospective cohort study. BMC Womens Health. 2021;21(1):68.

doi: 10.1186/s12905-021-01194-8.

American College of Obstetricians and Gynecologists. Physical

activity and exercise during pregnancy and the postpartum

period: ACOG Committee Opinion, Number 804. Obstet Gynecol.

;135(4):e178-88. doi: 10.1097/AOG.0000000000003772.

Barakat R, Stirling JR, Lucia A. Does exercise training during

pregnancy affect gestational age? A randomised controlled

trial. Br J Sports Med. 2008;42(8):674-8. doi: 10.1136/

bjsm.2008.047837.

Barakat R, Pelaez M, Cordero Y, Perales M, Lopez C, Coteron J,

et al. Exercise during pregnancy protects against hypertension

and macrosomia: randomized clinical trial. Am J Obstet Gynecol.

;214(5):649.e1-8. doi: 10.1016/j.ajog.2015.11.039.

White E, Pivarnik J, Pfeiffer K. Resistance training during

pregnancy and perinatal outcomes. J Phys Act Health.

;11(6):1141-8. doi: 10.1123/jpah.2012-0350.

Câmara CS, Silva DSG, Brito RCS. Análise da relação entre

atividade física e diástase abdominal em puérperas. EFDeportes.

com. 2011;16(157):1-3.

Coldron Y, Stokes MJ, Newham DJ, Cook K. Postpartum

characteristics of rectus abdominis on ultrasound imaging.

Man Ther. 2008;13(2):112-21. doi: 10.1016/j.math.2006.10.001.

Plichta SB, Kelvin EA. Munro’s statistical methods for health care

research. 6th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2012.

Michalska A, Rokita W, Wolder D, Pogorzelska J, Kaczmarczyk K.

Diastasis recti abdominis – a review of treatment methods.

Ginekol Pol. 2018;89(2):97-101. doi: 10.5603/GP.a2018.0016.

Lee D, Hodges PW. Behavior of the linea alba during a curlup task in diastasis rectus abdominis: an observational study.

J Orthop Sports Phys Ther. 2016;46(7):580-9. doi: 10.2519/

jospt.2016.6536.

Sancho MF, Pascoal AG, Mota P, Bø K. Abdominal exercises

affect inter-rectus distance in postpartum women: a twodimensional ultrasound study. Physiotherapy. 2015;101(3):286-91.

doi: 10.1016/j.physio.2015.04.004.

Rett MT, Araújo FR, Rocha I, Silva RA. Diástase dos músculos

retoabdominais no puerpério imediato de primíparas

e multíparas após o parto vaginal. Fisioter Pesqui.

;19(3):236-41. doi: 10.1590/S1809-29502012000300008.

Noble E. Essential exercises for the childbearing year: a guide

to health and comfort before and after your baby is born.

nd ed. Boston: Houghton Mifflin; 1982.

Dufour S, Bernard S, Murray-Davis B, Graham N. Establishing

expert-based recommendations for the conservative

management of pregnancy-related diastasis rectus abdominis:

a delphi consensus study. J Womens Health Phys Therap.

;43(2):73-81. doi 10.1097/JWH.0000000000000130.

Wu L, Gu Y, Gu Y, Wang Y, Lu X, Zhu C, et al. Diastasis recti

abdominis in adult women based on abdominal computed

tomography imaging: prevalence, risk factors and its impact

on life. J Clin Nurs. 2021;30(3-4):518-27. doi: 10.1111/jocn.15568.

Mota PGF, Pascoal AGBA, Carita AIAD, Bø K. Prevalence and

risk factors of diastasis recti abdominis from late pregnancy to

months postpartum, and relationship with lumbo-pelvic pain.

Man Ther. 2015;20(1):200-5. doi: 10.1016/j.math.2014.09.002.

American College of Obstetricians and Gynecologists.

Macrosomia: ACOG practice bulletin, number 216. Obstet Gynecol.

;135(1):e18-35. doi: 10.1097/AOG.0000000000003606.

Publicado

2023-11-13

Como Citar

Pacheco, F. C. ., Espíndola, K. M. ., Rezende, J. R. ., Diniz, J. S. ., & Aquino, C. F. de . (2023). Contribuição da prática de exercício resistido e do tipo de parto para a diástase dos músculos retos do abdome em primíparas. Fisioterapia E Pesquisa, 30(2), e22006523pt. https://doi.org/10.1590/1809-2950/e22006523pt

Edição

Seção

Pesquisa Original