Pesquisas científicas com indivíduos pós Acidente Vascular Encefálico: dificuldades no recrutamento, alocação e aderência em dois diferentes protocolos de intervenção fisioterapêutica
DOI:
https://doi.org/10.590/1809-2950/13111022012015Resumo
Este estudo busca analisar as dificuldades no recrutamento, alocação e aderência de indivíduos com hemiparesia pós AVE no desenvolvimento de dois Ensaios Clínicos Randomizados (ECR). Para tanto, foram extraídas informações de dois ECR que investigaram pacientes com hemiparesia devido ao Acidente Vascular Encefálico (AVE), residentes na Grande Florianópolis, com idade superior a 40 anos. Nos ECR foram realizadas intervenções baseadas no treinamento orientado à tarefa e avaliações em três momentos distintos (pré, pós, seguimento). Os cálculos amostrais determinaram a necessidade de 54 participantes para o Estudo I e 36 para o Estudo II. Os dados quantitativos foram tratados através da estatística descritiva e as informações qualitativas através da análise de conteúdo. Verificou-se que dos 127 potenciais participantes, não foi possível contatar 18,1%, e 5,5% vieram a óbito. Na pré-seleção, 6,3% estavam internados/acamados, 7% não tinham interesse e 4,7% não tinham condições de transporte. Durante a alocação, 33% foram excluídos por não atenderem aos critérios de elegibilidade. Dentre os 32 pacientes que permaneceram nos estudos, 16% faltaram ao Estudo I e 2,5% ao Estudo II. Dados de contato equivocados, falta de recursos para transporte, critérios de elegibilidade e ausência de interesse foram os fatores que mais dificultaram o recrutamento dos indivíduos. Portanto, pode-se sugerir que a melhora entre os centros de pesquisa e as instituições, o registro adequado dos contatos, o acesso aos registros clínicos, a disponibilidade de recursos financeiros para auxílio ao recrutamento e transporte e o aumento do financiamento para ECR podem melhorar a viabilidade deste tipo de estudo no Brasil.Downloads
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