Profissionais da saúde que atuam em ambiente hospitalar têm alta prevalência de fadiga e dorsalgia: estudo transversal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/18032926012019

Palavras-chave:

Ergonomia, Saúde do Trabalhador, Riscos Ocupacionais

Resumo

O objetivo foi caracterizar o ambiente de trabalho por meio da Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho (NR-17); avaliar a fadiga residual e estimar o risco da sua exposição e a presença de desconforto musculoesquelético de profissionais da saúde que atuam em um hospital público. Trata-se de estudo transversal composto por duas etapas: (1) observação do ambiente de trabalho por meio da NR-17, adaptada em checklist; e (2) avaliação do desconforto e fadiga por meio de questionários. Os dados foram analisados descritivamente. A associação entre fadiga e desconforto foi verificada pelo qui-quadrado e o teste de Mann-Whitney comparou a idade, tempo de instituição e carga horária (horas/semana) entre os grupos estratificados (com fadiga/sem fadiga e com desconforto/sem desconforto). Foram avaliados 20 setores, dos quais a Farmácia teve a maior frequência de inadequação (83%) e a UTI Adulto mostrouse o mais adequado (24% de itens inadequados). Verificouse uma alta prevalência de desconforto, principalmente na coluna. A fadiga estava presente em mais de 70% dos profissionais. Indivíduos com maior idade apresentaram mais queixas de desconforto. O presente estudo demonstrou uma alta frequência de inadequações ergonômicas em ambiente de trabalho hospitalar, principalmente no setor da Farmácia e Ambulatório. A alta prevalência de desconforto na coluna e a fadiga demonstram a relevância de ações preventivas no ambiente hospitalar.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Mauro MYC, da Paz AF, Mauro CCC, Pinheiro MAS, Silva VG.

Working conditions of the nursing team in the patient wards

of a university hospital. Esc Anna Nery. 2010;14(2):13-8. doi:

1590/S1414-81452010000200006

Mota RA, Martins CGM, Véras RM. Papel dos profissionais de

saúde na política de humanização hospitalar. Psicol Estud.

;11(2):323-30.

Lima Junior J, Alchieri JC, Maia EM. Assessment of the work

conditions in hospitals of Natal, Rio Grande do Norte State,

Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(3):670-6. doi: 10.1590/

S0080-62342009000300024

Anderson SP, Oakman J. Allied health professionals and

work-related musculoskeletal disorders: a systematic

review. Saf Health Work. 2016;7(4):259-67. doi: 10.1016/j.

shaw.2016.04.001

Mauro MYC, Muzi CD, Guimarães RM, Mauro CCC. Riscos

ocupacionais em saúde. R Enferm UERJ. 2005;12:338-45.

Punnett L, Cherniack M, Henning R, Morse T, Faghri P,

Team C-NR. A conceptual framework for integrating

workplace health promotion and occupational ergonomics

programs. Public Health Rep. 2009;124(Suppl 1):16-25. doi:

1177/00333549091244S103

Burdorf A, Sorock G. Positive and negative evidence of risk

factors for back disorders. Scand J Work Environ Health.

;23(4):243-56. doi: 10.5271/sjweh.217

Rumin CR, Schmidt MLG. Influências das condições e

organização do trabalho de uma indústria de transformação

de cana-de-açúcar na ocorrência de acidentes de trabalho. Saude Soc. 2008;17(4):56-67. doi: 10.1590/

S0104-12902008000400007

Jones T, Kumar S. Physical ergonomics in low-back pain

prevention. J Occup Rehabil. 2001;11(4):309-19.

Carregaro RL, Coury HJCG. Does reduced hamstring flexibility

affect trunk and pelvic movement strategies during manual

handling? Int J Ind Ergonom. 2009;39(1):115-20. doi: 10.1016/j.

ergon.2008.05.004

Giurgiu DI, Jeoffrion C, Grasset B, Dessomme BK, Moret

L, Roquelaure Y, et al. Psychosocial and occupational

risk perception among health care workers: a Moroccan

multicenter study. BMC Res Notes. 2015;8:408. doi: 10.1186/

s13104-015-1326-2

Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção

do Trabalho. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora

nº 17. 2a. ed. Brasília: Ministério do Trabalho; 2002. p. 101.

Grant MP, Okechukwu CA, Hopcia K, Sorensen G, Dennerlein

JT. An inspection tool and process to identify modifiable

aspects of acute care hospital patient care units to prevent

work-related musculoskeletal disorders. Workplace Health Saf.

;66(3):144-58. doi: 10.1177/2165079917718852

Hilleshein EF, Lautert L. Capacidade para o trabalho,

características sociodemográficas e laborais de enfermeiros

de um hospital universitário. Rev Latino-Am Enferm.

;20(3):520-7. doi: 10.1590/S0104-11692012000300013

Janowitz IL, Gillen M, Ryan G, Rempel D, Trupin L, Swig L,

et al. Measuring the physical demands of work in hospital

settings: design and implementation of an ergonomics

assessment. Appl Ergon. 2006;37(5):641-58. doi: 10.1016/j.

apergo.2005.08.004

Duarte NS, Mauro MYC. Análise dos fatores de riscos

ocupacionais do trabalho de enfermagem sob a ótica dos

enfermeiros. Rev Bras Saúde Ocup. 2010;35(121):157-67. doi:

1590/S0303-76572010000100017

Souza DBdO, Martins LV, Marcolino AM, Barbosa RI,

Tamanini G, Fonseca MdCR. Capacidade para o trabalho

e sintomas osteomusculares em trabalhadores de um

hospital público. Fisioter Pesqui. 2015;22:182-90. doi:

590/1809-2950/14123722022015

Peled K. Workplace safety assessment and injury prevention

in hospital settings. Work. 2005 [cited 2017 Jul 18];25(3):273-

Available from: https://content.iospress.com/articles/work/

wor00463

Moriguchi CS, Trevizani T, Oliveira AB, Gil Coury HJC. Avaliação

de diferentes parâmetros para interpretar a necessidade de

descanso em ergonomia. Fisioter Mov. 2013;26(4):823-33. doi:

1590/S0103-51502013000400011

Silva Junior SHA, Vasconcelos AGG, Griep RH, Rotenberg

L. Validade e confiabilidade do índice de capacidade

para o trabalho (ICT) em trabalhadores de enfermagem.

Cad Saude Publica. 2011;27(6):1077-87. doi: 10.1590/

S0102-311X2011000600005

Moriguchi CS, Alem MER, Veldhoven Mv, Coury HJCG. Cultural

adaptation and psychometric properties of Brazilian Need

for Recovery Scale. Rev Saude Publica. 2010;44(1):131-9. doi:

1590/S0034-89102010000100014

Moriguchi CS, Alem MER, Gil Coury HJC. Sobrecarga em

trabalhadores da indústria avaliada por meio da escala de

necessidade de descanso. Braz J Phys Ther. 2011;15(2):154-9.

doi: 10.1590/S1413-35552011000200011

Barros EN, Alexandre NM. Cross-cultural adaptation of

the Nordic musculoskeletal questionnaire. Int Nurs Rev.

;50(2):101-8. doi: 10.1046/j.1466-7657.2003.00188.x

Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A

systematic review of the global prevalence of low back pain.

Arthritis Rheum. 2012;64(6):2028-37. doi: 10.1002/art.34347

Dean AG, Sullivan KM, Soe MM. OpenEpi: open source

epidemiologic statistics for public health. OpenEpi. 2018 [cited

Feb 14]. Available from: http://www.openepi.com

Lis AM, Black KM, Korn H, Nordin M. Association between

sitting and occupational LBP. Eur Spine J. 2007;16(2):283-98.

doi: 10.1007/s00586-006-0143-7

Pichler RF, Garcia LJ, Seitz EM, Merino GSAD, Gontijo LA, Merino

EAD. Erros de medicação: análise ergonômica de utensílios da

sala de medicação em ambiente hospitalar. Cad Saude Col.

;22:365-71. Doi: 10.1590/1414-462X201400040004

Sezgin D, Esin MN. Predisposing factors for musculoskeletal

symptoms in intensive care unit nurses. Int Nurs Rev.

;62(1):92-101. doi: 10.1111/inr.12157

Nery D, Toledo AM, Oliveira Júnior S, Taciro C, Carregaro R.

Análise de parâmetros funcionais relacionados aos fatores de

risco ocupacionais da atividade de enfermeiros de UTI. Fisioter

Pesqui. 2013;20:76-82. doi: 10.1590/S1809-29502013000100013

Serranheira F, Cotrim T, Rodrigues V, Nunes C, Sousa-Uva A.

Lesões musculoesqueléticas ligadas ao trabalho em enfermeiros

portugueses: “ossos do ofício” ou doenças relacionadas com

o trabalho? Rev Port Saude Publica. 2012;30(2):193-203. doi:

1016/j.rpsp.2012.10.001

Sampaio RF, Augusto VG. Aging and work: a challenge for the

rehabilitation schedule. Rev Bras Fisioter. 2012;16(2):94-101.

doi: 10.1590/S1413-35552012000200003

Padula RS, Carregaro RL, Melo B, Silva CR, Oliveira AB.

Low back pain disability and stay at work: contradiction

or necessity? Work. 2012;41(Suppl 1):2417-9. doi: 10.3233/

WOR-2012-0476-2417

Freitas JRS, Lunardi Filho WD, Lunardi VL, Freitas KSS.

Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em

profissionais de enfermagem de um hospital universitário.

Rev Eletr Enf. 2009;11(4):904-11.

Mininel VA, Baptista PCP, Felli VEA. Psychic workloads and

strain processes in nursing workers of Brazilian university

hospitals. Rev Latino-Am Enfermagem. 2011;19:340-7. doi:

1590/S0104-11692011000200016

Publicado

2019-02-02

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Profissionais da saúde que atuam em ambiente hospitalar têm alta prevalência de fadiga e dorsalgia: estudo transversal. (2019). Fisioterapia E Pesquisa, 26(1), 91-100. https://doi.org/10.1590/1809-2950/18032926012019