Correlação entre incontinência urinária, disfunção sexual e avaliação subjetiva da contração muscular perineal em idosas fisicamente ativas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1809-2950/21000528012021

Palavras-chave:

Atividade Motora, Diafragma da Pelve, Idoso, Saúde Sexual, Incontinência Urinária

Resumo

Incontinência urinária (IU) e disfunção sexual feminina (DSF) são disfunções que afetam a qualidade de vida. Com a mudança na pirâmide etária brasileira, a prevalência de tais disfunções tende a aumentar. O objetivo deste estudo foi estabelecer a relação entre a IU, a DSF e a contração muscular perineal em idosas ativas fisicamente. Trata-se de estudo transversal, do qual participaram 35 idosas ≥60 anos. Inicialmente foram aplicados a ficha
diagnóstica e os questionários International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form (ICIQ-UI-SF) e Female Sexual Function Index (FSFI). Em seguida foram avaliados os músculos do assoalho pélvico (MAP) por meio do toque vaginal, de acordo com o que propõe o esquema perfect. Entre as idosas, 20% apresentaram ambas as disfunções dos MAP. No total, 17 (48,6%) apresentavam IU e 16 (45,7%) DSF. Observou-se diferença significativa no
número de partos vaginais (p=0,028) e no item rapidez do esquema perfect (p=0,033) entre as idosas com e sem DSF. Não houve diferença estatística entre os grupos com e sem IU. A análise apontou uma correlação inversamente proporcional entre a gravidade da IU e a função sexual nas idosas incontinentes (p=0,008; r=−0,622), de forma que, para cada aumento na gravidade da IU pelo ICIQ-SF, diminuiu-se 0,507 de função sexual avaliada pelo FSFI (p=0,034; r=0,516). Há uma associação entre IU e DSF em idosas fisicamente ativas. Algumas idosas apresentam ambas as disfunções dos MAP, apesar de serem ativas fisicamente. Dessa forma, é necessário reforçar a importância de avaliações minuciosas, da atividade física orientada e da atuação multiprofissional em saúde.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Castilho EA, Goldbaum M. Chronic noncommunicable diseases and population surveys. Rev Saúde Pública. 2017;51(Suppl 1). doi: 10.1590/S1518-8787.201705100supl1ed

Urinary incontinence in women. Female Pelvic Med Reconstr Surg. 2015;21(6):304-14. doi: 10.1097/SPV.0000000000000231

Aniuliene R, Aniulis P, Steibliene V. Risk factors and types of urinary incontinence among middle-aged and older male and female primary care patients in Kaunas region of Lithuania:

cross sectional study. Urol J. 2016;12(1):2552-61.

Wolpe RE, Zomkowski K, Silva FP, Queiroz AP, Sperandio FF. Prevalence of female sexual dysfunction in Brazil: a systematic review. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2017;211:26-32. doi: 10.1016/j.ejogrb.2017.01.018

Bezerra LRPS, Vasconcelos JA Neto, Vasconcelos CTM, Karbage SAL, Lima AC, Frota IPR, et al. Prevalence of unreported bowel symptoms in women with pelvic floor dysfunction and the

impact on their quality of life. Int Urogynecol J. 2014;25(7):927-33. doi: 10.1007/s00192-013-2317-2

Rogers RG, Pauls RN, Thakar R, Morin M, Kuhn A, Petri E, et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the

terminology for the assessment of sexual health of women with pelvic floor dysfunction. Int Urogynecol J. 2018;29(5):647-66. doi: 10.1007/s00192-018-3603-9

Tamanini JTN, Lebrão ML, Duarte YAO, Santos JLF, Laurenti R. Analysis of the prevalence of and factors associated with urinary incontinence among elderly people in the municipality

of São Paulo, Brazil: SABE Study (health, wellbeing and aging). Cad Saúde Pública. 2009;25(8):1756-62. doi: 10.1590/S0102-311X2009000800011

Chisholm L, Delpe S, Priest T, Reynolds WS. Physical activity and stress incontinence in women. Curr Bladder Dysfunct Rep. 2019 Sep;14(3):174-9. doi: 10.1007/s11884-019-00519-6

Virtuoso JF, Mazo GZ, Menezes EC. Incontinência urinária e função muscular perineal em idosas praticantes e não-praticantes de atividade física regular. Rev Bras Fisioter.

;15(4):310-7. doi: 10.1590/S1413-35552011005000014

Virtuoso JF, Menezes EC, Mazo GZ. Effect of weight training

with pelvic floor muscle training in elderly women with urinary incontinence. Res Q Exerc Sport. 2019;90(2):141-50. doi: 10.1080/02701367.2019.1571674

Tamanini JT, Dambros M, D’Ancona CAL, Palma PCR, Netto NR Jr. Validation of the “International Consultation on Incontinence Questionnaire: short form” (ICIQ-SF)

for Portuguese. Rev Saúde Pública. 2004;38(3):438-44. doi: 10.1590/S0034-89102004000300015

Thiel RRC, Dambros M, Palma PCR, Thiel M, Riccetto CLZ, Ramos MF. Tradução para português, adaptação cultural e validação do Female Sexual Function Index. Rev Bras Ginecol Obstet.

;30(10):504-10. doi: 10.1590/S0100-72032008001000005

Laycock J, Jerwood D. Pelvic floor muscle assessment: the perfect scheme. Physiotherapy. 2001;87(12):631-42. doi: 10.1016/S0031-9406(05)61108-X

Zeleke BM, Bell RJ, Billah B, Davis SR. Symptomatic pelvic floor disorders in community-dwelling older Australian women. Maturitas. 2016;85:34-41. doi: 10.1016/j.maturitas.2015.12.012

Virtuoso JF, Menezes EC, Mazo GZ. Fatores de risco para incontinência urinária em mulheres idosas praticantes de exercícios físicos. Rev Bras Ginecol Obstet. 2015;37(2):82-6.

doi: 10.1590/SO100-720320140005040

Li T, Zhang YJ, Zhang HL, Ding XH, Yu ZJ, Lu S. Prevalence and risk factors of stress urinary incontinence among perimenopausal women and Its influence on daily life in women

with sexual desire problem. Curr Med Sci. 2019;39(4):615-21. doi: 10.1007/s11596-019-2082-7

Zizzi PT, Trevisan KF, Leister N, Cruz CS, Riesco MLG. Women’s pelvic floor muscle strength and urinary and anal incontinence after childbirth: a cross-sectional study. Rev Esc Enferm USP.

;51(10):1-8. doi: 10.1590/S1980-220X2016209903214

Hollinshead WH. Anatomia. 4a ed. Rio de Janeiro: Interlivros; 1991.

Bodner-Adler B, Alarab M, Ruiz-Zapata AM, Latthe P. Effectiveness of hormones in postmenopausal pelvic floor dysfunction: International Urogynecology Association research

and development: committee opinion. Int Urogynecol J. 2020;31(8)1577-82. doi: 10.1007/s00192-019-04070-0

Celik DB, Beji NK, Yalcin O. Sexual function in women after urinary incontinence and/or pelvic organ prolapse surgery. J Clin Nurs. 2014;23(17-18):2637-48. doi: 10.1111/jocn.12496

Su CC, Sun BYC, Jiann BP. Association of urinary incontinence and sexual function in women. Int J Urol. 2015;22(1):109-13. doi: 10.1111/iju.12610

Nilsson M, Lalos O, Lindkvist H, Lalos A. How do urinary incontinence and urgency affect women’s sexual life? Acta Obstet Gynecol Scand. 2011;90(6):621-8. doi:

1111/j.1600-0412.2011.01120.x

Jha S, Ammenbal M, Metwally M. Impact of incontinence surgery on sexual function: a systematic review and meta-analysis. J Sex Med. 2012;9(1):34-43. doi: 10.1111/j.1743-6109.2011.02366.x

Visser E, Bock GH, Berger MY, Dekker JH. Impact of urinary incontinence on sexual functioning in community-dwelling older women. J Sex Med. 2014;11(7):1757-65. doi: 10.1111/

jsm.12544

Preda A, Moreira S. Stress urinary incontinence and female sexual dysfunction: the role of pelvic floor rehabilitation. Acta Med Port. 2019;32(11):721-6. doi: 10.20344/amp.1201

Publicado

2023-02-23

Edição

Seção

Pesquisa Original

Como Citar

Correlação entre incontinência urinária, disfunção sexual e avaliação subjetiva da contração muscular perineal em idosas fisicamente ativas. (2023). Fisioterapia E Pesquisa, 28(1), 1-8. https://doi.org/10.1590/1809-2950/21000528012021