Medeia e Gota D'Água

espaços em desvario e o devir-vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2018.174360

Palavras-chave:

Medeia e Gota D’Água, Espaços em desvario, Linhas de fuga, Devir-vida

Resumo

Em Medeia (Sêneca), a mãe, Medeia, contra o desterro, mata os filhos; em Gota D’Água (Chico Buarque e Paulo Pontes), Joana, a Medeia carioca-brasileira, mata os filhos como “solução” final contra o despejo. Ambas, tragédias! Será? Aqui propomos pensar as mortes como “linhas de fuga” deslocando as tragédias para os mundos da normalidade e da normatividade do reino gerido pelo rei (Medeia) e do conjunto habitacional controlado pelo dono (Gota D’Água). Em uma e em outra narrativa as mortes criam espaços em desvario, denunciando que as vidas são mais que objetos a serem comandados por forças de linhas duras ou segmentares, e inventam, extraordinariamente, um devir-vida sem culpa.

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Biografia do Autor

  • Jones Dari Goettert, Universidade Federal da Grande Dourados

    Doutor em Geografia (Pres. Prudente) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004); pós-doutorado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2010-2011) e especialização em Literatura: Tradição e Cânone Literário pela Universidade Federal da Grande Dourados (2012-2013). Atualmente é professor da Universidade Federal da Grande Dourados

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Publicado

2018-12-21

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Medeia e Gota D’Água: espaços em desvario e o devir-vida. (2018). Revista Geografia Literatura E Arte, 1(2), 52-73. https://doi.org/10.11606/issn.2594-9632.geoliterart.2018.174360