A produção social do espaço e a relação cidade-rio na ribeira de Marabá-PA: modernização, conflitos e resistências

Autores

  • Michel de Melo Lima Universidade federal do Pará. Núcleo de Altos Estudos Amazônicos

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.122375

Palavras-chave:

Relação cidade-rio. Orla fluvial. Modernização. Espaço vivido. Resistência.

Resumo

Este artigo discute a relação cidade-rio na Amazônia a partir de um estudo de caso: o processo de modernização da orla fluvial da cidade de Marabá. Analisa a produção social do espaço, os conflitos de territorialidades e a resistência à dinâmica regional da recente modernização capitalista da Amazônia e de Marabá, levando em conta as especificidades locais da relação/interação econômica, funcional e simbólico-cultural dos diferentes agentes/grupos com os rios Tocantins e Itacaiunas. Mostra que, mesmo diante dos processos modernizantes previstos e executados (construção do calçadão, do cais de arrimo, de pontes, vias, portos, hidrelétrica etc.) na cidade, permanece residualmente o modo de vida ribeirinho em sua orla fluvial, principalmente nos espaços de identidade e de vivência ribeirinha.

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Biografia do Autor

  • Michel de Melo Lima, Universidade federal do Pará. Núcleo de Altos Estudos Amazônicos

    Graduado e Licenciado em geografia pela Universidade Federal do Pará (2011), sendo, de 2008 a 2010, bolsista de iniciação científica PIBIC/CNPQ. Possui mestrado em geografia (2013), na linha Gestão Urbana e Regional, pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (PPGEO). Atualmente é doutorando do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará, na linha Sociedade, Urbanização e Estudos Populacionais. 

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Publicado

2016-08-21

Edição

Seção

⟢ do ambiente e da sociedade

Como Citar

LIMA, Michel de Melo. A produção social do espaço e a relação cidade-rio na ribeira de Marabá-PA: modernização, conflitos e resistências. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 20, n. 2, p. 267–280, 2016. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.122375. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/122375.. Acesso em: 26 abr. 2024.