Morar, crer e trabalhar: a (re)produção das territorialidades camponesas nos assentamentos rurais do sudeste goiano (GO)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2021.144006Palavras-chave:
Territorialidades camponesas, Campesinato, Assentamentos rurais, Sudeste goiano, GoiásResumo
O objetivo desse artigo é compreender a (re)produção das territorialidades camponesas nos assentamentos rurais do sudeste goiano (GO), com ênfase em continuidades e mudanças políticas, econômicas e culturais. Nosso recorte espacial abrange seis assentamentos: Assentamento João de Deus (Silvânia, 1987), Assentamento São Sebastião (Silvânia, 1997), Assentamento Olga Benário (Ipameri, 2005), Assentamento Madre Cristina (Goiandira, 2009), Assentamento Buriti (Silvânia, 2009) e Assentamento Maria da Conceição (Orizona, 2010). Por meio de uma abordagem qualitativa, conduzimos a pesquisa teórica, a documental e a de campo (centrada em entrevistas semiestruturadas e registro fotográfico), contando com uma amostragem não probabilística. Concluímos que nos assentamentos rurais do sudeste goiano se (re)produzem as formas de vida tradicionais do campesinato (o valor de uso da terra, o trabalho familiar, a ajuda mútua, o catolicismo popular) conjugadas com mudanças políticas, econômicas e culturais que as famílias assentadas vivenciam por meio da territorialidade, como o trabalho em associações, a experiência da luta pela terra e a adesão ao pentecostalismo.
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