Mitos e nós do agronegócio no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2021.182640Palavras-chave:
Retrocesso político, Agronegócio, Bancada Ruralista, BrasilResumo
O presente artigo parte da hipótese de que os retrocessos políticos vividos no Brasil desde o golpe parlamentar de 2016 mostram a tendência ao aumento de poder dos agentes hegemônicos do agronegócio atuantes no país e, consequentemente, a propensão ao agravamento das desigualdades socioespaciais, dos conflitos e da violência no campo e nas cidades. O principal objetivo é discutir o que consideramos alguns dos principais mitos e nós nos quais se escora o agronegócio, uma vez que julgamos que devem ser desfeitos para que possamos trilhar os caminhos para uma sociedade mais justa, igualitária e democrática. A metodologia estruturou-se nos fundamentos da pesquisa qualitativa. Concluímos que as formas-conteúdo do agronegócio são contestáveis e devem ser rejeitadas e substituídas por outras.
Downloads
Referências
Referências
ARROYO, P. Multinacionais são financiadoras ocultas da Frente Parlamentar da Agropecuária. De Olho nos Ruralistas – Observatório do Agronegócio no Brasil. 21 maio 2019. Disponível em: <https://deolhonosruralistas.com.br/2019/05/21/multinacionais-sao-financiadoras-ocultas-da-frente-parlamentar-da-agropecuaria/>. Acesso em: 19 nov. 2020.
BASSI, B. S. Nova Frente Parlamentar da Agropecuária reúne 257 deputados e senadores; com 25, PSL de Bolsonaro só fica atrás de PP e PSD. De olho nos ruralistas. 22 mar. 2019. Disponível em: https://deolhonosruralistas.com.br/2019/03/22/nova-frente-parlamentar-da-agropecuaria-reune-257-deputados-e-senadores-com-25-psl-de-bolsonaro-so-fica-atras-de-pp-e-psd/. Acesso em: 10 fev. 2021.
BETIM, F. El País. O que significou o AI-5 para o Brasil, segundo o historiador Carlos Fico. El País. São Paulo, 26 nov. 2019. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/26/politica/1574785901_729738.html>. Acesso em: 19 nov. 2020.
BRUZA, R. Aliados de Bolsonaro promovem 20 projetos autoritários no Congresso alegando combater o ‘terrorismo’. Independente – Jornalismo Alternativo. 20 dez. 2019. Disponível em: <http://www.independente.jor.br/aliados-de-bolsonaro-promovem-20-projetos-autoritarios-no-congresso-alegando-combater-o-terrorismo/>. Acesso em: 19 nov. 2020.
CAMARGOS, D. ‘Musa do veneno’, deputada Tereza Cristina recebe doações de empresários ligados a agrotóxicos. Repórter Brasil. 26 set. 2018. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2018/09/musa-do-veneno-deputada-tereza-cristina-recebe-doacoes-de-empresarios-ligados-a-agrotoxicos/>. Acesso em: 18 nov. 2020.
CASTILHO, A. L. Financiadores da bancada ruralista publicam anúncio em “total apoio” a Ricardo Salles. De Olho nos Ruralistas: Observatório do Agronegócio no Brasil, 26 maio 2020. Disponível em: <https://deolhonosruralistas.com.br/2020/05/26/financiadores-da-bancada-ruralista-publicam-anuncio-em-total-apoio-a-ricardo-salles/>. Acesso em: 19 nov. 2020.
CHÃ, A.M. Agronegócio e indústria cultural: estratégias das empresas para a construção da hegemonia. 1. Ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
CHAUÍ, M. O que é ideologia. 3. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1981.
CORRÊA, R. L. Metrópoles, Corporações e Espaço. In: CASTRO, I. E. de; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Brasil: questões atuais da reorganização do território. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2002. pp. 67-114.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. 2003. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/socespetaculo.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2020.
DOWBOR, L. A era do capital improdutivo. São Paulo: Autonomia Literária, 2017.
ELIAS, D. O CNPq na conjuntura atual: relato de experiência como representante de área. GEOSUL, Florianópolis, v. 35, n. 75, p. 735-753, 2020a.
ELIAS, D. A Região Metropolitana como recorte espacial para estudos sobre o agronegócio: questões de método e metodologia. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 01, n. 40, p. 1-28, 2020b.
ELIAS, D. Agronegócio globalizado: do campo a metrópole. In: FERREIRA, A.; RUA, J.; MATTOS, R. C. (Org.). O espaço e a metropolização: cotidiano e ação. Rio de Janeiro: Consequência, 2017a. p. 587-509.
ELIAS, D. Construindo a noção de Região produtiva do agronegócio. In: OLIVEIRA, H. C. M. de; CALIXTO, M. J. M. S.; SOARES, B. R. (Org.). Cidades médias e região. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2017b. p. 19-56.
ELIAS, D. Globalização, agricultura e urbanização no Brasil. Acta Geográfica, Boa Vista, v. 1, p. 13-32, nov. 2013.
ELIAS, D. Ensaios sobre os espaços agrícolas de exclusão. Revista NERA (UNESP), Presidente Prudente (SP), v. 1, n.8, p. 29-51, 2006.
ELIAS, D. Globalização e agricultura. São Paulo: Edusp, 2003.
ELIAS, D. Integração competitiva do semiárido cearense. In: ELIAS, D.; FURTADO, J. L. S. (Org.). Modernização excludente. Fortaleza: Demócrito Rocha, 2002. p.15-43.
ELIAS, D.; PEQUENO, R. Desigualdades socioespaciais nas cidades do agronegócio. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 9, n.1, p. 25-39, 2007.
FARINA, E. M. M. Q.; ZYLBERSZTAJN, D. (Coord.). Competitividade no Agribusiness Brasileiro. São Paulo, Pensa/FIA/FEA/USP, 1998.
GONZALES, J. Críticos afirmam: Blairo Maggi, o rei da soja, reina absoluto sobre o destino da Amazônia. MONGABAY – Notícias ambientais para informar e transformar. 9 jul 2018. Disponível em: <https://brasil.mongabay.com/2018/07/criticos-afirmam-blairo-maggi-rei-da-soja-reina-absoluto-destino-da-amazonia/>. Acesso em: 16 nov. 2020
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção agrícola municipal: culturas temporárias e permanentes. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
MARICATO, E. O nó da terra. EcoDebate. Site de informações, artigos e notícias socioambientais. 14 jul. 2008. Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2008/07/14/o-no-da-terra-artigo-de-erminia-maricato/>. Acesso em: 19 jun. 2017.
MAZZALI, L. O processo recente de reorganização agroindustrial: do complexo à organização em rede. São Paulo, Editora da Unesp, 2000.
MULLER, G. Complexo Agroindustrial e Modernização Agrária. São Paulo: Hucitec / Educ, 1989.
NOBREGA, C.; BANDEIRA, O. Proprietários da mídia no Brasil. Agronegócio e mídia brasileira: onde duas monoculturas se conectam. Le Monde Diplomatique Brasil. 21 jan. 2019. Disponível em: <https://diplomatique.org.br/agronegocio-e-midia-brasileira-onde-duas-monoculturas-se-conectam/>. Acesso em: 24 nov. 2020.
OLIVEIRA, A. U. A mundialização da agricultura brasileira. São Paulo: Iandé Editorial, 2016.
PEDROZO, J.Z. Tereza Cristina! Página Rural, 22 abr. 2020. Disponível em: <https://www.paginarural.com.br/artigo/3022/tereza-cristina>. Acesso em: 20 nov. 2020.
PEQUENO, R.; ELIAS, D. (Re)estruturação Urbana e Desigualdades Socioespaciais em Região e Cidade do Agronegócio. Geographia, Niterói, v. 17, n.35, p. 10-39, 2015.
RIBEIRO, L.C. de Q. Inflexão ultraliberal e a financeirização da ordem urbana brasileira: explorando algumas hipóteses. In: RIBEIRO, L.C. de Q. As metrópoles e o capitalismo financeirizado. Rio de Janeiro: Letra Capital : Observatório das Metrópoles, 2020. p.371-418.
SAMPAIO, C. “Musa do veneno”: saiba quem é a ministra da Agricultura de Bolsonaro. Brasil de Fato. 09 nov. 2018. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2018/11/09/musa-do-veneno-saiba-quem-e-a-ministra-da-agricultura-de-bolsonaro/>. Acesso em: 10 fev. 2021.
SANTOS, A. D. G. dos; SILVA, D. V. da; MACIEL, K. N. A campanha publicitária ‘Agro é tech, agro é pop, agro é tudo’, da Rede Globo de Televisão, como difusora da propaganda sobre o agronegócio no Brasil. Revista Eptic, v. 21, nº 1, p. 46-61, jan.-abr. 2019.
SANTOS, M. O espaço dividido. São Paulo: Edusp, 1979.
SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985.
SANTOS, M. Metamorfose do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalizacão e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.
SILVA, C.A.F. da. As redes políticas do Grupo Amaggi. Rio de Janeiro: Livre Expressão, (2011).
SILVA, J. G. da. A nova dinâmica da agricultura brasileira. Campinas: Unicamp/IE, 1996.
SORJ, B. Estado e classes sociais na agricultura brasileira. Rio de Janeiro, Zahar, 1980.
SOUZA, O. B. de. Os impactos da gestão ruralista da Funai. OutrasMídias, 08 nov. 2019. Disponível em: <https://outraspalavras.net/outrasmidias/os-impactos-da-gestao-ruralista-da-funai/>. Acesso em: 11 nov. 2020.
SUDRÉ, L. Entenda o que foi o AI-5, ato ditatorial defendido por Eduardo Bolsonaro. Brasil de Fato. São Paulo. 31 out. 2019. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2019/10/31/entenda-o-que-foi-o-ai-5-ato-ditatorial-defendido-por-eduardo-bolsonaro>. Acesso em: 19 nov. 2020.
OLIVEIRA, A. U. de. A Mundialização da agricultura brasileira. São Paulo: Iandé Editorial, 2016.
VILELA, P. R. Do agronegócio ao mercado imobiliário: conheça os outros negócios dos donos da mídia. Brasil de Fato, 2 fev. 2018. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2018/02/02/do-agronegocio-ao-mercado-imobiliario-conheca-os-outros-negocios-dos-donos-da-midia>. Acesso em: 10 fev. 2021.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Denise Elias

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).