Teorias da justiça social e espacial: diálogos com a Geografia a partir da década de 1970
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2022.188003Palavras-chave:
Teorias da justiça, Justiça espacial, Geografia, Estudos urbanosResumo
O debate em torno da justiça vem ganhando lugar na Geografia, notadamente a partir dos anos 1970, com destaque para A Theory of Justice (Rawls, 1971), na Filosofia Política, e, na Geografia, para Social Justice and the City (Harvey, 1973). A partir desse momento, e sem pretender à exaustividade, propõe-se um recorrido através dos debates entre diversas teorias e/ou grandes princípios de justiça. Na medida em que muitos processos analisados em Geografia – como a segregação, a marginalização, a exclusão e a diferenciação – revelam injustiças de forte expressão espacial, esta reflexão sobre a justiça oferece ferramentas teóricas e analíticas relevantes para as análises geográficas. Em outros termos, trata-se de estabelecer os contornos desse debate, para contribuir ao entendimento da abertura da Geografia a preocupações filosófico-éticas. Nesse sentido, apresenta-se uma visão ampla da justiça, em torno do tripé redistribuição, reconhecimento e espaço, para terminar com considerações sobre o conceito de justiça espacial.
Downloads
Referências
ALESSANDRI, A.F; PADUA, R; ALVES, G (org). Justiça Espacial e o Direito à Cidade. Editora Contexto, 2017.
BARROS, José. Igualdade, desigualdade e diferença: contribuições para uma abordagem semiótica das três noções, Revista de Ciências Humanas, EDUFSC, n. 39, p.199-218, 2016.
BENACH, N. Da desigualdade social à justiça espacial. In: ALESSANDRI, A.F; PADUA, R; ALVES, G (org). Justiça Espacial e o Direito à Cidade. Editora Contexto, 2017.
BENTHAM, J. Introduction to the principles of moral and legislation, 1789.
BRENNETOT, A. Pour une géoéthique: éléments d’analyse des conceptions de la justice spatiale, L’espace géographique, 2010/1, 39, p. 75-88, 2010.
BRENNETOT, A. Les géographes et la justice spatiale: généalogie d’une relation compliquée, Annales de géographie, (678), p.115-134, 2011.
BRET, B. Inégalité sociale et cohésion territoriale, pour une lecture rawlsienne du territoire brésilien, Géocarrefour [en ligne], vol. 81(3), p.182-192, 2006.
BRET, B. Interpréter les inégalités socio-spatiales à la lumière de la Théorie de la Justice de John Rawls », Annales de géographie 1/2009, n°665-666, p. 16-34, 2009.
CARLOS, A.-F. Justiça especial e o direito à cidade, In: ALESSANDRI, A.F; PADUA, R; ALVES, G (org). Justiça Espacial e o Direito à Cidade. Editora Contexto, 2017.
CONNOLLY; J STEIL, J. Introduction, in Searching for a Just City MARCUSE, P, CONNOLLY, J; NOVY, J (eds). Searching for the just city: debates in urban theory and practice. Routledge, 2009.
DIKEÇ, M. Justice and the spatial imagination. Environment and Planning, vol. 33, p. 1785-1805, 2001.
FAINSTEIN, S. The Just City. Cornell University, 212 p, 2010.
FAINSTEIN, S. Planificación, Justicia y Ciudad, Urban, 6, p. 7-20, 2013.
FRASER, N. Social Justice in the Age of Identity Politics: Redistribution, Recognition and Participation, The Tanner Lectures on Human Values, Stanford University, p.1-68, 1996.
FRASER, N. Justice Sociale, Redistribution et Reconnaissance, Revue du MAUSS, 2004/1(23), p.152-164, 2004.
GERVAIS-LAMBONY, Ph; DUFAUX, F. (2009). Justice ... Spatiale! Annales de géographie, 2009/1 n° 665-666, p.3-15, 2009.
GERVAIS-LAMBONY, Ph. (2017). A justiça especial, experiências e pistas de pesquisa, in In: ALESSANDRI, A.F; PADUA, R; ALVES, G (org). Justiça Espacial e o Direito à Cidade. Editora Contexto, 2017.
HARVEY, D. Social Justice and the City. Blackwell Publishers, 330 p, 1973.
HARVEY, D. Social Justice, postmodernism and the city, International Journal of Urban and Regional Research, 16, p.588-601, 1992.
HARVEY, D. Géographie de la domination. Les prairies Ordinaires, 2008.
HAYEK, F. The road to serfdom. London: Routledge & Kegan Paul, 1944.
JSSJ (Revue Justice Spatiale / Spatial Justice) « Qui sommes nous? ». Disponível em: http://www.jssj.org/qui- sommes-nous/ (consultado no 03/04/2014), 2009.
LEFEBVRE, H. Everyday life in the modern world. New York: Harper & Row, Publishers, 1971 [1968].
LEFEBVRE, H. La Révolution urbaine. Paris. Anthropos, 1970.
LEFEBVRE, H. La production de l'espace. Paris: Éditions Anthropos, 1974.
MARCUSE, P; CONNOLLY, J; NOVY, J (eds). Searching for the just city: debates in urban theory and practice. Routledge, 2009.
MARIC, M. Égalité et équité: l’enjeu de la liberté Amartya Sen face à John Rawls et à l’économie normative, Revue française d’économie, 11(3), p.95-125, 1996.
MERRIFIELD, A; SWYNGEDOUW, E, (Eds). The urbanization of injustice. New York University Press. 245 p, 1997.
PAULO, Ch. Inégalités de mobilité : disparité des revenus, hétérogénéité des effets. Thèse pour le Doctorat de Sciences Economiques, Université de Lyon 2, 383p, 2006.
RAWLS, J. A Theory of Justice, [revised edition, 1991]. Harvard University Press, Cambridge, 561 p, 1971.
SEN, A. A ideia de justiça. Editora Schwarcz ltda, 492 p, 2011.
SIDGWICK, H. The methods of ethics, 1907.
SMITH, D. Geography and Social Justice. Blackwell, 325 p, 1994.
SMITH, N. Uneven Development: Nature, Capital and the Production of Space. Oxford: Basil Blackwell Publisher, 1984.
SOJA, E. Seeking spatial justice. University of Minnesota Press, 2010.
VAN DEN BRULE, D. M. As diversas abordagens de justiça espacial na geografia. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), [S. l.], v. 24, n. 2, p. 297-316, 2020. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2020.168714.
YOUNG, I.-M. (1990). Justice and the Politics of difference. Princeton, N.J: Princeton University Press. AUTOR. XX. XX, 2016.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Jean Legroux
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
