Manter-se desperto na cidade-dormitório: São Gonçalo-RJ e a cristalização de representações
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195629Palavras-chave:
cidade-dormitório, representação, produção do espaço urbano, São Gonçalo/RJResumo
Entende-se que o conceito de cidade-dormitório, há muito presente nas discussões sobre São Gonçalo-RJ, provoca uma ausência: as várias possibilidades de ver e representar a cidade se ofuscam sob a onipresença desse conceito. Procuramos tratar das implicações da cristalização de certas representações que se conformam em torno dele. Entende-se que, quando deixa de ser mediação entre o vivido e o concebido, o conceito pode se cristalizar e bloquear o entendimento. Neste artigo, recuperamos alguns usos do conceito cidade-dormitório na Região Metropolitana do Rio de Janeiro confrontando-os com dados da realidade atual do município. Também discutimos implicações simbólicas e materiais devidas à cristalização dessas representações, acompanhadas de seu papel na produção do espaço da cidade. Como resultado de pesquisa, concluímos que é preciso fazer emergir um entendimento que ultrapasse a primazia do centro metropolitano; há que compreender as representações para deslindar seus nós, observá-las para ver além delas.
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