A TERCEIRA CRÍTICA KANTIANA E SUA INFLUÊNCIA NO MODERNO CONCEITO DE GEOGRAFIA FÍSICA

Autores

  • Antônio Carlos Vitte Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2006.73989

Palavras-chave:

Filosofia Kantiana, Geografia Física, Morfologia, Filosofia-da-Natureza, Humboldt

Resumo

O objetivo deste artigo é demonstrar que a gênese da geografia física moderna está associada ao desenvolvimento da filosofia kantiana, particularmente a partir da Terceira Crítica, também chamada de a Crítica do Juízo. É a partir da relação entre estética e teleologia da natureza que Imannuell Kant (1724-1804) desenvolverá o juízo reflexionante teleológico, onde a forma permitirá à razão organizar a natureza, com forte impacto na Filosofia da Natureza de Schelling e no método morfológico de Goethe. Reflexões que tanto influenciarão Alexander von Humboldt e a sua concepção de espacialidade dos fenômenos na crosta terrestre, bem como a de georelevo, ou seja, a morfologia da Terra como o produto de conexões espaço-temporais entre os elementos da natureza.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Antônio Carlos Vitte, Universidade Estadual de Campinas

    Universidade Estadual de Campinas.

Referências

AB’SABER, A – Um Conceito de Geomorfologia a Serviço das Pesquisas sobre o Quaternário. Geomorfologia, n. 18, IGEOG-USP, 1969.

AB’SABER, A. Os Domínios de Natureza no Brasil. São Paulo, Ateliê Editorial, 2003.

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 2000.

ABREU, Adilson A de. Análise Geomorfológica: Reflexão e Aplicação. SP, FFLCH-USP, Tese de Livre Docência, 1982.

ARISTOTELES, Metafísica. São Paulo, Edições Loyola, 3 vols, 2001.

BARRA, Eduardo S. de O. Ominis Philosophiae Difficultas. São Paulo, FFLCH-USP, Mestrado em Filosofia, 1994.

BARRA, Eduardo S. de O. De Newton à Kant. São Paulo, FFLCH-USP, Doutorado em Filosofia, 2000.

BOTTING, Douglas. Humboldt and the Cosmos. Londres, Michael Joseph Limited, 1973.

BOWEN, Margarita. Empiricism and Geographical Thought. From Fancis Bacon to Alexander von Humboldt. Cambridge, Cambridge University Press, 1981.

BRANDRÃO, Eduardo. O Conceito de Matéria na obra de Schopenhauer. São Paulo, FFLCH-USP, Tese de Doutoramento em Filosofia, 2002.

BROAD, C.D. Leibniz: an introduction. London, Cambridge Univ. Press. 1975.

CAMPOS, Ronaldo. Arte, Forma, Natureza. O Conceito de Natureza como Analogon da Arte. In: DUARTE, Rodrigo. (org.) Belo, Sublime e Kant. Belo Horizonte, Editora da UFMG/ Humanitas, 1998, p.101-109.

CAPEL, Horácio. Filosofia Y Ciencia en la Geografia Contemporanea. Barcelona, Temas Unversitários, 1982.

CAVAILLÉ, Jean-Pierre. Descarets: A Fábula do Mundo. Lisboa, Instituto Piaget, Col. Pensamento e Filosofia, 1991.

CAYGILL, Howard. Dicionário Kant. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2000.

CITATI, Pietro. Goethe. São Paulo, Companhia das Letras, 1996.

COUTO FILHO, Julio. Acerca da Determinação das Concepções de Espaço e Tempo na Correspondência entre Leibniz e Clarke. São Paulo, FFCH-USP, Mestrado em Filosofia, 1999.

CHAUÍ, Marilena. A Nervura do Real. São Paulo, Cia das Letras, 1999.

CHORLEY, R.J. & KENNEDY, B. A Physical Geography: A Systems Approach. Englewood Cliffs, Printice-Hall, 1971.

CHRISTOFOLETTI, Antonio. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo, Editora Edgard Blucher, 1999.

DELPOUX, M. Ecossistema e Paisagem. Revista IGUSP, Série Métodos em Questão, SP, n.7, 1974.

ÉVORA, Fátima R.R. A Revolução CopernicanoGalileana. Campinas, CLE-UNICAMPm 2 vols, 1994.

ÉVORA, Fátima R.R. Filopono e Descartes: Conceito de Extensão Material. Analytica, vol.2, n. 2, 1997, p. 83-105.

FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. Uma Arqueologia das Ciências Humanas. São Paulo, Martins Fontes, 3 ed.,1985.

GOETHE, J.W. Viagem à Itália (1786-1788). São Paulo, Companhia das Letras, 1999.

GOETHE, J.W. A Metamorfose das Plantas. Brasília, Editora da UNB, Série Universitária – Clássicos da Filosofia, 1981.

GOETHE, J.W. Doutrina das Cores. São Paulo, Nova Alexandria, 1993.

GOETHE, J.W. As Afinidades Eletivas. São Paulo, Nova Alexandria, 1992.

GOETHE, J.W. Máximas e Reflexões. Lisboa, Relógio D’ Água Editores, 2000.

GOMES OREA, D. El Medio Fisico y la Planificacion. Madrid: Cuadernos del CIFCA, 1978.

GOMES, Paulo C. da Costa. Geografia fin-desiècle: O discurso da Ordem Espacial do Mundo e o Fim das Ilusões. In: CASTRO, Iná E. de., GOMES, Paulo C. da Costa & CORRÊA, Roberto Lobato. (orgs.) Explorações Geográficas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1997, p. 13-43.

GRIGENTI, Fabio. Natura e Rappresentazione. Napoli, Istituto Italiano per gli Studi Filosofici/Edizioni “la Città Del Sole”, 2000.

HARTSHORNE, Richard. Propósitos e Natureza da Geografia. São Paulo, HUCITEC/EDUSP, 1978.

HUMBOLDT, Alexander von. Cosmos. Description Physique du Monde. Paris, Gide et J. Daudry Libraires-éditeurs, Tomo I, 1848.

HUMBOLDT, Alexander von. & BONPLAND, A. Essai sur la Géographie des Plantes. México, Editorial Cyltvra, 1955.

JANSON, H. W. História da Arte. São Paulo, Cia das Letras, 1992.

JAPIASSU, Hilton. & MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2 edição, 1989.

JOLLY, Nicolas (ed.) Leibniz. Cambridge, USA, Cambridge University Press, 1998.

KANT, I. Crítica da Razão Pura. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2 ed., 1989.

KANT, I. Princípios Metafísicos da Ciência da Natureza, Lisboa, Ed. 70, 1990.

KANT, I. Lógica. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2 edição, 1992.

KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa, Ed. 70, 1993.

KANT, I. Crítica da Faculdade do Juízo. RJ, Forense, 2 ed., 1995.

KANT, I. Géographie. Paris, Aubier, 1999.

KEINERT, Maurício. Da Idéia ao Juízo: O problema da finalidade na relação entre razão e natureza em Kant. São Paulo, FFLCH-SP, Mestrado em Filosofia, 2001.

LEBRUN, G. Kant e o fim da metafísica. SP, Martins Fontes, 1993.

LEIBNIZ, G.W. New Essays on Human Understandary. Editado por Peter Remanant & Jonathan Bennett. Cambridge, Cambridge University Press, 1997.

LEITE, Renato L. Polissemia da Palavra Natureza: Descrição e Conceito de Natureza Amazônica em Alexander von Humboldt.www.anphlac.hpg.ig.com.br/ensaio31.htm. [Site acessado em 16/08/2004].

LIVINGSTONE. David N. The Geographical Tradition. Massachusetts, Backwell, 1992.

MAGALHÃES, Gildo. Ciências e Filosofia da Natureza no Século XIX: Eletromagnetismo, Evolução e Idéias. 10 Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia. Belo Horizonte, CD-ROOM, 2005.

MARQUES FILHO, António. Organismo e Sistema em Kant. Lisboa, Editorial Presença, 1987.

MAY, John. Kant’s Concept of Geography. Toronto, University of Toronto Press, 1974.

MENDOZA, Josefina G. Et Alii. El Pensamiento Geografico. Barcelona, Alianza Editorial, 1988.

MIRANDA, Miguel Angel. El “Cosmos”: entre la crisis de la ilustración y el romanticismo alemán.

GEOCRÍTICA – Cuadernos Críticos de Geografia Huamna., Bacelona, Universidad de Barcelona, ano II, n. 11, setembro de 1977. (www.ub.es/geocrit/geo11.html; [acessado em 01/06/2005].

MONTEIRO, Carlos Augusto de F. Et alii. Qualidade Ambiental no Recôncavo e Regiões Limítrofes. Salvador, SEPLANTEC/CEI, 1987.

MONTEIRO, Carlos Augusto de F. Geossistemas: a história de uma procura. São Paulo, Contexto, 2000.

MCHARG, I, Human Ecological Planning at Pennsylvania. Landscape Planning. 8: 109-120, 1981.

NEWTON, Isaac. Principia. Princípios Matemáticos de Filosofia Natural. São Paulo, Edusp, 2002.

PASSARGE, Siegfried. Physiologische Morphologie. Hamburgo, Friedericksen, 1912.

PASSARGE, Siegfried. Die Grundlangen der landschaftskunde, Hamburgo, Friedericksen, 3 vols, 1919/1920.

PASSARGE, Siegfried. Die Landschaftsgürtel der Erde. Breslau, Hirt, 1922.

PÉREZ, Joaquim F. El Descubrimiento de la Naturaleza: Humboldt, Madrid. Noivola. Coleção Científicos para la Historia, n. 10, 2002.

PIMENTA, Pedro. Sentimento de Prazer e Consideração Teleológica da Natureza. Studia Kantiana, vol. 4, n. 1, nov. de 2002., p. 137-148.

PRIGOGINE, I. & STENGERS, I. Entre o Tempo e a Eternidade. São Paulo, Cia das Letras, 1992.

REINBOLD, A – Les Peintres du XVII siècle et les diverses perceptions de la lumière. XVII siècle, n. 136, 34 annee, n. 3, 1982.

RESCHER, Nicholas.(org.) Leibniz’s Methaphysics of Nature. London, Reidel Publisching Company, 1981.

RIBON, Michel. A Arte e a Natureza. Campinas, Papirus, 1989.

RICOTTA, Lúcia. Natureza, Ciência e Estética em Alexander von Humboldt. Rio de Janeiro, MAUD, 2003.

RODES-LEWIS, Geneviève. Descartes. Uma Biografia. Rio de Janeiro, Record, 1995.

ROUGERIE, G. & BEROUTCHACHVILI, N. Geosysteme et Paysages: bilan et méthodes. Paris, Armand Colin, 1991.

SANTOS, Laymert Garcia dos. Tecnologia, Perda do Humano e Crise do Sujeito do Direito. In: OLIVEIRA, Francisco de. & PAOLI, Maria Célia (orgs.) Os Sentidos da Democracia. Políticas do Disssenso e Hegemonia Global. Petrópolis, Editora Vozes/FAPESP, 1999, p. 291-306.

SERRES, Michel. Lê Système de Leibniz. Paris, Presses Universitaires de France, 1968.

SORABJI, R. (ed.) Philoponus and the Rejection of Aristolian Science. New York, Cornell Universty Press, 1987.

SCHELLING, F. W. J. Einleitung zu dem Entwurf eines Systems der Naturphilosophie. In: Sämmtliche Werke, Sttutgart, Cotta, 1856-1861a. (Edição de K.F.A. Schelling).

SCHELLING, F. W. J. Ideen zu einer Philosophie der Natur. In: Sämmtliche Werke, Sttutgart, Cotta, 1856-1861b. (Edição de K.F.A. Schelling).

SCHELLING, F. W. J. Le Arti Figurative e la Natura. Milano, Alessandro Minuziano Editor, 1945.

SCHELLING, F. W. J. Essais, Paris, Aubier, 1960.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. RJ, Contraponto, 2001.

STAFFORD, Bárbara M. Voyage in to Substance: Art, Science, Nature and the Illustred Travel Account, 1760-1840. Cambridge, MIT Press, 1984.

TERRA, Ricardo. Reflexão e Sistema: as duas introduções à Crítica do Juízo. In: Kant, Immanuel. Duas Introduções à Crítica do Juízo. (Org. Ricardo Terra) São Paulo, Iluminuras, 1995.

VETO, Miklos. De Kant à Schelling. Lês deux voices de l’idealisme allemand. Grenoble, Millon, 1998.

VITTE, Antonio Carlos. A Concepção de Geografia Física em Immanuel Kant. 10 Seminário de História da Ciência e da Tecnologia. Belo Horizonte, CD-ROOM, 2005.

VITTE, Antonio Carlos. As Bacias de Drenagem e o Modelado Terrestre: algumas reflexões. São Paulo, X EGAL – Encontro de Geógrafos da América Latina, CD-ROOM, 2005a.

Downloads

Publicado

2006-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

VITTE, Antônio Carlos. A TERCEIRA CRÍTICA KANTIANA E SUA INFLUÊNCIA NO MODERNO CONCEITO DE GEOGRAFIA FÍSICA. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 10, n. 2, p. 33–52, 2006. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2006.73989. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/73989.. Acesso em: 26 abr. 2024.