O ESPAÇO GEOGRÁFICO: DA PERSPECTIVA GEOMÉTRICA À PERSPECTIVA EXISTENCIAL

Autores

  • Maria Laura Silveira Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2006.73991

Palavras-chave:

extensão, distância, existência, situação, espaço banal

Resumo

Historicamente, a geografia tem se preocupado com a extensão e sua operacionalização – a distância. Os esforços de compreensão orientaram-se, sobretudo, aos resultados – extensão, forma, tamanho, limites – e o espaço foi visto como inerte, como o final de um processo cuja indagação não nos pertence. Todavia, hoje, a existência, muito mais que a distância, parece ser o verdadeiro problema do homem e, especialmente, dos mais pobres. Uma geografia preocupada com a existência é, ao mesmo tempo, uma indagação sobre os eventos, as possibilidades e a ação humana que se tornou capaz de criar uma extensão planetária, mesmo que isto pretenda mascarar as demais formas de existência. É a ação humana que transforma as possibilidades em extensões. Por isso o centro de uma geografia da existência é o espaço banal, onde cada ação se dá segundo seu tempo, mas todas elas têm lugar.

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Biografia do Autor

  • Maria Laura Silveira, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia

    Professora Doutora no Departamento de Geografia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

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Publicado

2006-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SILVEIRA, Maria Laura. O ESPAÇO GEOGRÁFICO: DA PERSPECTIVA GEOMÉTRICA À PERSPECTIVA EXISTENCIAL. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 10, n. 2, p. 81–91, 2006. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2006.73991. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/73991.. Acesso em: 26 abr. 2024.