O poder do corpo no espaço público: o urbano como privação e o direito à cidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2014.89588Palavras-chave:
direito à cidade, corpo, espaço urbano, espaço públicoResumo
Neste artigo parte da hipótese segundo a qual, a produção do espaço é um elemento central para a compreensão do mundo moderno, tanto do ponto de vista da realização do processo acumulativo do capital, quanto da reprodução da vida social, na medida em que a produção do espaço é condição, meio e produto da reprodução social em sua totalidade. As transformações da cidade são hoje marcadas pela contradição entre o que é necessário à realização da reprodução do capital e o que necessecidade/desejo para a sociedade que faz dela o lugar dos conflitos posto que a práxis urbana repõe, continuamente a desigualdade resultado do processo de valorização que cria a cidade como segregação. No Brasil de hoje, como em várias partes do mundo, vivemos o tempo das manifestações nas ruas e praças (como reafirmação do espaço público) tem-se desdobrado em lutas pela cidade movidas pela necessidade de apropriação do espaço urbano para a realização de uma outra vida (que é, basicamente, urbana) aonde a privação vivida por uma parcela significativa da sociedade seja superada. As manifestações, serão entendidas como a forma que assumem os resíduos presentes no cotidiano contra o que se impõe como hegemônico à realização da vida urbana.
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