Índices de vegetação e competitividade entre cidades

Autores

  • Mariane Félix da Rocha Universidade Federal do Paraná
  • João Carlos Nucci Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2018.133554

Palavras-chave:

Índices, Área Verde, Cobertura vegetal, Competição, Cidades

Resumo

Muitas cidades exaltam seus índices de áreas verdes ou de cobertura vegetal e comparam-se com outras cidades para provar sua superioridade nesse quesito. Com base nessa constatação foi escrito esse artigo de revisão bibliográfica, com três objetivos principais: discutir a questão dos índices de áreas verdes ou de cobertura vegetal das cidades, verificar a possibilidade de comparação entre os diversos índices de cobertura vegetal ou áreas verdes de algumas cidades brasileiras com base no que as mesmas divulgam online, e buscar uma resposta para a necessidade das cidades competirem entre si, apresentando índices maiores de áreas verdes ou cobertura vegetal. Obteve-se como resposta às perguntas formuladas que: a utilidade dos índices de vegetação depende da clareza de sua elaboração e da realidade onde se pretende aplicá-los; que na maioria das vezes as prefeituras divergem quanto à conceituação e nos materiais e métodos de medição da vegetação utilizados, impossibilitando a comparação entre elas com base nos dados divulgados online pelas prefeituras; e que a necessidade de competição entre as cidades dá-se em função da imprescindibilidade de as cidades se destacarem nos quesitos sustentabilidade e qualidade de vida para atraírem investimentos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Mariane Félix da Rocha, Universidade Federal do Paraná

    Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná.

  • João Carlos Nucci, Universidade Federal do Paraná

    Doutor em Geografia e graduado em Biologia pela USP. Professor do Departamento de Geografia da UFPR.

Referências

ACSELRAD, H. Sentidos da sustentabilidade urbana. In: ACSELRAD, H. (Org.). A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mapa de clima do Brasil. Brasília: IBGE, 2002. Escala 1:5.000.000.

BUCCHERI FILHO, A. T.; NUCCI, J. C. Espaços livres, áreas verdes e cobertura vegetal no bairro Alto da XV, Curitiba/PR. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, v. 18, p. 48-59, 2006.

CAPITAL Ecológica III. Curitiba, 2003. 1 videocassete (27 min), sonoro, color. VHS NTSC.

CAVALHEIRO, F. O planejamento de espaços livres: o caso de São Paulo. Revista Silvicultura/Instituto Florestal, São Paulo, v. 16A, parte 3, 1982.

CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J. C.; GUZZO, P.; ROCHA, Y. T.; Proposição de terminologia para o verde urbano. Boletim Informativo da SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização Urbana), ano VII, n. 3 – jul/ago/set de 1999, Rio de Janeiro, p. 7.

CNN. Vegas tries to kick its water addiction. 2011. Disponível em: <http://edition.cnn.com/2011/US/09/02/las.vegas.water/>. Acesso em: 15/09/2016.

COMPANS, R. Cidades sustentáveis, cidades globais. Antagonismo ou complementaridade? In: ACSELRAD, H. (Org.). A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

CORREIO DO ESTADO. Campo Grande ultrapassa Goiânia e se torna a capital mais arborizada. 2012. Disponível em: <http://www.correiodoestado.com.br/noticias/campo-grande-ultrapassa-goiania-e-se-torna-a-capital-mais-arborizada/159970/>. Acesso em: 14/03/2017.

CURITIBA. Índice de área verde passa para 64,5 m² por habitante. Agência de Notícias da Prefeitura de Curitiba, 2012. Disponível em: <http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/indice-de-area-verde-passa-para-645-m2-por-habitante/25525>. Acesso em: 12/09/2014.

CURRENT RESULTS. Hottest Canadian Cities. 2016. Disponível em: <https://www.currentresults.com/Weather-Extremes/Canada/hottest-cities.php>. Acesso em: 15/12/2016.

DALBEM, R. P.; NUCCI, J. C. Cobertura vegetal: conceituação, classificação e quantificação aplicadas ao bairro São Braz, município de Curitiba – PR. In: IV Seminário Latinoamericano de Geografia Física, 2006, Maringá/PR. Anais...Maringá: UEM, 2006.

DINIZ FILHO, L. L.; VICENTINI, Y. Teorias espaciais contemporâneas: conceito de competitividade sistêmica e o paradigma da sustentabilidade ambiental. In: MENDONÇA, F. (Org.). Impactos socioambientais urbanos. Curitiba: Editora UFPR, 2004. p. 79-98.

DOMARESKI-RUIZ, T. C. A dinâmica evolutiva da competitividade do destino turístico Curitiba. 353 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Setor de Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.

FIGUEIRÓ, A. S. Biogeografia: dinâmicas e transformações da natureza. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

FOLHA DE S. PAULO. Curitiba é escolhida a cidade mais verde entre 17 outras da América Latina. 2010. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/834045-curitiba-e-escolhida-a-cidade-mais-verde-entre-17-outras-da-america-latina.shtml>. Acesso em: 14/03/2017.

GARCIA, F. E. S. Cidade espetáculo: política, planejamento e city marketing. Curitiba: Palavra, 1997.

GOIÂNIA. Prefeitura do Município de Goiânia. Plano Diretor de Arborização Urbana de Goiânia. Disponível em: <http://www.goiania.go.gov.br/download/amma/relatorio_Plano_Diretor.pdf>. Acesso em: 06/04/2015.

GOUVÊA, L. A. Biocidade: conceitos e critérios para um desenho ambiental urbano, em localidades de clima tropical de planalto. São Paulo: Nobel, 2002.

GRISE, M. M.; BIONDI, D.; ARAKI, H. A floresta urbana da cidade de Curitiba, PR. Floresta, Curitiba, v. 46, n. 4, p. 425-438, out./dez. 2016.

HORA, C. E. P.; MEDEIROS, F. A. C.; CAPISTRANO, L. F. D. (Orgs.). Anuário Natal 2013. Natal: SEMURB, 2013.

HOUGH, M. Naturaleza y ciudad: planificación urbana y procesos ecologicos. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1998.

JOÃO PESSOA. Vídeo Institucional da Prefeitura Municipal de João Pessoa. 2007. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=tJ3cxRM7XQs>. Acesso em: 30/11/2016.

LIMA, A. M. L. P.; CAVALHEIRO, F.; NUCCI, J. C.; SOUSA, M. A. L. B.; FIALHO, N. O.; DEL PICCHIA, P. C. D. Problemas de utilização na conceituação de termos como espaços livres, áreas verdes e correlatos. In: II Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, 1994, São Luís. Anais...São Luís, 1994, p. 539-553.

LOMBARDO, M. A. Ilha de calor nas metrópoles: o exemplo de São Paulo. Hucitec, 1985.

MARINGÁ. Programa Cidades Sustentáveis. Disponível em: <http://www2.maringa.pr.gov.br/conferencia/?cod=cidadesustentaveis>. Acesso em: 14/03/2017.

MASCARÓ, L. Ambiência urbana. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1996.

MARTIN, C. A. Landscape Sustainability in a Sonoran Desert City. Cities and the Environment, v. 1, n. 2, 2008.

MARTINS JÚNIOR, O. P. Uma cidade ecologicamente correta. Goiânia: AB, 1996.

MOURA, A. R.; NUCCI, J. C. Análise da cobertura vegetal do bairro de Santa Felicidade, Curitiba/PR. In: XI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, 2005, São Paulo. Anais...São Paulo: USP, 2005. p. 328-339.

MOURA, A. R.; NUCCI, J. C. Cobertura vegetal em áreas urbanas – o caso do bairro de Santa Felicidade – Curitiba – PR. Geografia, Ensino & Pesquisa, Santa Maria/RS, v. 12, p. 1682-1698, 2008.

NG, E.; CHEN, L.; WANG, Y.; YUAN, C. A study on the cooling effects of greening in a high-density city: An experience from Hong Kong. Building and Environment, v. 47, p. 256–271, 2012.

NOWAK, D.J.; ROWNTREE, R.A.; McPHERSON, E.G.; SISINNI, S.M.; KERKMANN, E.R.; STEVENS, J.C. Measuring and analyzing urban tree cover. Landscape and Urban Planning 36 (1996) 49-57. Disponível em: . Acesso em: 20/05/2006.

NUCCI, J. C. Qualidade ambiental e adensamento urbano: um estudo de Ecologia e Planejamento da Paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília (MSP). Curitiba: Edição do autor, 2008. e-book. Disponível em:. Acesso em 29/01/2012.

NUCCI, J. C.; CAVALHEIRO, F. Cobertura vegetal em áreas urbanas: conceito e método. GEOUSP, São Paulo, n. 6, p. 29-36, 1999.

NUCCI, J. C.; KROKER, R.; SCHMIDT, E.; BUCCHERI FILHO, A. T. Mapeamento da qualidade ambiental urbana. In: International Congress on Environmental Planning and Management – Environmental Challenges of Urbanization, 2005, Brasília. Anais...Brasília: PUC, 2005. p. 1-20.

NUCCI, J. C.; WESTPHALEN, L. A.; BUCCHERI FILHO, A. T.; NEVES, D. L.; OLIVEIRA, F. A. H. D.; KROKER, R. Cobertura vegetal no bairro Centro de Curitiba/PR. GeoUERJ, Rio de Janeiro, p. 1-14, 2003.

PARK, B. J.; TSUNETSUGU, Y.; KASETANI, T.; KAGAWA, T.; MIYAZAKI, Y. The physiological effects of Shinrin-yoku (taking in the forest atmosphere or forest bathing): evidence from field experiments in 24 forests across Japan. Environ. Health. Prev. Med., n. 15, p. 18-26, 2010.

PIVETTA, A.; CARVALHO, J. A.; DALBEM, R. P.; MOURA, A. R.; NUCCI, J. C. Sistema de classificação da cobertura do solo para fins de comparação entre cidades e bairros. In: XI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, 2005, São Paulo. Anais...São Paulo: USP, 2005, p. 381-392.

PNUMA. Metodología para la elaboración de los informes GEO Ciudades. Ciudad de México: PNUMA, 2003. Disponível em:

<http://www.pnuma.org/geo/geoalc3/Doc%20COMPLETO/GEO%20ALC%203%20WEB%20VERSION%20C.pdf>. Acesso em: 21/10/2016.

PNUMA. Perspectivas del medio ambiente: América Latina y el Caribe. Panama City: PNUMA, 2010. Disponível em:

<http://www.pnuma.org/geociudades/PDFs/Manual%20GEO%20Ciudades.pdf>. Acesso em: 21/10/2016.

PORTAL DO SERVIDOR. Goiânia é a segunda cidade mais arborizada do mundo. 2014. Disponível em:<http://www.portaldoservidor.go.gov.br/post/ver/184337/goiania-e-a-segunda-cidade-mais-arborizada-do-mundo>. Acesso em: 14/03/2017.

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Áreas Verdes. 2006. Disponível em: <http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smam/default.php?p_secao=283>. Acesso em: 13/09/2016.

RIO DE JANEIRO. Diretoria de informações da cidade – Gerência de Cartografia. Mapa de uso do solo. Rio de Janeiro: DIC, 2015. Escala 1:200.000.

ROCHA, M. F. Cobertura vegetal na região central das capitais brasileiras. 2017. No prelo.

SÁNCHEZ, F. A (in)sustentabilidade das cidades-vitrine. In: ACSELRAD, H. (Org.). A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Verde e Meio Ambiente Indicadores (arquivo Excel). Disponível em:<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/planejamento/arquivos/verde%20e%20meio%20ambiente%20indicadores.xls>. Acesso em: 13/09/2016.

SEPE, P. M.; GOMES, S. Indicadores ambientais e gestão urbana: desafios para a construção da sustentabilidade na cidade de São Paulo. São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente: Centro de Estudos da Metrópole, 2008.

SUKOPP, H.; WERNER, P. Naturaleza en las ciudades. Desarrollo de flora y fauna en áreas urbanas. Monografias de la Secretaria de Estado para las Políticas del Agua y el Medio Ambiente. Madrid: Ministério de Obras Públicas y Transportes (MOPT), 1991.

TOLEDO, F. S.; SANTOS, D. G. Um índice de áreas verdes para a cidade de Uberlândia/MG. In: SANTOS, D. G.; NUCCI, J. C.(Orgs.). Paisagens Geográficas: um tributo a Felisberto Cavalheiro. Campo Mourão/PR: Editora da FECILCAM, 2009. p. 103-117.

Veja. Dubai já descobre o lado menos fascinante do crescimento. 2010. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/ciencia/dubai-ja-descobre-o-lado-menos-fascinante-do-crescimento/>. Acesso em: 15/09/2016.

VIAGEM LIVRE. Destino Brasil: João Pessoa, a 2ª cidade mais verde do mundo. 2014. Disponível em:<https://viagem.catracalivre.com.br/brasil/roteiro-viagem/indicacao/destino-brasil-joao-pessoa-a-2a-cidade-mais-verde-do-mundo/>. Acesso em: 14/03/2017.

WOOLLEY, H. Urban open spaces. London: Spon Press, 2003.

YOUNAN, D.; TUVBLAD, C.; LI, L.; WU, J.; LURMANN, F.; FRANKLIN, M.; BERHANE, K.; McCONNELL, R.; WU, A. H.; BAKER, L. A.; CHEN, J. C. Environmental determinants of aggression in adolescents: role of urban neighborhood greenspace. Child & Adolescent Psychiatry, New York, v. 55, n. 7, p. 591-601, jul. 2016.

Downloads

Publicado

2018-12-12

Como Citar

ROCHA, Mariane Félix da; NUCCI, João Carlos. Índices de vegetação e competitividade entre cidades. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 22, n. 3, p. 641–655, 2018. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2018.133554. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/133554.. Acesso em: 16 abr. 2024.