GEOGRAFIA, SISTEMAS E ANÁLISE AMBIENTAL: ABORDAGEM CRÍTICA

Autores

  • Vanda de Claudino Sales Universidade Federal do Ceará. Departamento de Geografia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2004.73959

Palavras-chave:

Geossistemas, análise ambiental, sistemas, Geografia Física, Epistemologia da Geografia

Resumo

A ascensão mundial da problemática ambiental resulta em grande número de pesquisas de cunho ambiental no âmbito da Geografia. Tal abordagem é considerada como capaz de produzir a sutura teórica entre sociedade e natureza, colocando-se como Geografia Unitária e concretizando o processo iniciado pela Geografia Crítica, de eliminação da Geografia Física. A análise ambiental, porém, pautada em geossistema, naturaliza a sociedade, por nivelar a ação social aos demais elementos do meio. Por outro lado, ele não considera tempo e evolução na dinâmica processual, natural ou social. Nestes termos, a consolidação do caráter social da Geografia estaria sendo costurada em função de uma abordagem acrítica. Tal paradoxo é pautado pela busca de uma identidade para a Geografia, mas também pela defesa de mercado de trabalho, o que demonstra ausência de percepção dos limites entre ciência básica e prática profissional na comunidade geográfica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Vanda de Claudino Sales, Universidade Federal do Ceará. Departamento de Geografia
    Professora Doutora do Departamento de Geografia e Mestrado em Geografia da Universidade Federal do Ceará.

Referências

BECKER, B. “Introdução: por um redescobrimento do Brasil.” In: CASTRO, I.E.; MIRANDA, M.; EGLER, C.A.G. Redescobrindo o Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Bertrand do Brasil, 1999, pp. 11-23.

BERTALANFY, L. V. The theory of open systems in Physics and Biology. British Journal of Philosophical Science, vol. 1, 1950, pp. 23-39.

BERTALANFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. Rio de Janeiro, Editora Vozes, 1973, 351p.

BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global - Esboço metodológico. Cadernos de Ciências da Terra, vol. 13, IG-USP, 1968, 1-36.

BOULDING, K. General Systems Theory - the skeleton of a Science. General Systems Year Book, vol. 1, 1956, pp. 11-17.

BRUNET, R.; FERRAS, R.; THERY, H. Les mots de la Géographie. Dicitionaire critique. Paris, Reclus - La Documentation Française, Paris, 1999, 518p.

CAPEL, H. A Geografia após o atentado de 11 de novembro. Conferência de encerramento do XIII Encontro Nacional de Geógrafos, João Pessoa, 2002.

CAMPEL, D. T. Common Fate, Similarityand other indices ofthe status of aggregation of persons and social entities. Behavorial Science, vol. 3, 1958, pp. 4-25.

CARLOS, A.F.A. Rumo à Metageografia. Aula inaugural do Mestrado em Geografia da UFC, setembro de 2004.

CASSETI, V. Ambiente e Apropriação do relevo. São Paulo, Editora Contexto, 1991, 147p.

CHRISTOFOLETTI, A. Análise de sistemas em Geografia. São Paulo, Editora Hucitec, 1979, 144p.

CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo, Ed. Edgard Blücher, 1999, 236p.

CHORLEY, R. J. Geomorphology and General Systems Theory. US. Geological Survey Professional Paper, vol. 500-B, 1962, pp. 1-10.

CHORLEY, R.J; HAGGET, P. Modelos integrados em Geografia. Rio de Janeiro, Editora Livros Técnicos e Científicos S.A., 1974, 279p.

CHORLEY, R . .J .; KENNEDY, B .A . Physical Geography: a system approach. Londres, Editora Prenttice Hall Inc. Co., 1971, 351p.

CLAUDINO SALES, V. C. Lagoa do Papicu - Natureza e Ambiente na cidade de Fortaleza. São Paulo, Dissertação de Mestrado, Departamento de Geografia da USP, 1993, 344p.

CLAUDINO SALES, V. C. Les littoraux du Ceará - Evolution géomorphologique de Ia zone cotiêre de l’Etat du Ceará, Nord-est du Brésil, du long terme au court terme. Paris, Thése de Doctorat, UFR Géographie, Université Paris-Sorbonne, 2002, 523p.

CLAUDINO SALES, V.; PEULVAST, J.P. “Dunes and ponds in the coast of Ceara State, North- east Brazil” . In: ALLISON, R. Applied Geomorphology: theory and practice. Londres, Editora John Wiley and Sons, 2002, pp. 443-460.

CLAVAL, P. Retomo ao cultural em Geografia. Mercator, vol. 1, 2002, pp. 19-28.

COELHO NETO, A. L. “O Geoecossistema da Floresta da Tijuca”. In: ABREU, M.A. (org.). Natureza e Sociedade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Coleção Biblioteca Carioca, 1992, pp. 104-142.

COELHO NETO, A.L; FERNANDES, N.F.; DEUS, C. E. “Gullying processes in the Southeastern Brazilian plateau, Bananal, São Paulo”. In: HIGGINS, G.; COASTES, D.R. (eds.). Groundwater and geomorphology. Geological Society of America. Special paper vol. 252, 1990, pp. 1-28.

CRUZ, O. “A escala temporo-espacial nos estudos de processos geomor fológicos”. Geomorfologia, IG/USP, vol. 33, 1985, pp. 1-6.

COLTRINARI, L; KOHLER, H.C. “O Quaternário continental brasileiro: estado da arte e perspectivas”. Anais do I Congresso da ABEQUA, Porto Alegre, 1987, pp. 27-36.

FERNANDES, N.; DIETRICH, W.E. “Hillslope evolution by processes: the time scale for equilibrium adjustement”. Water Resources Research vol. 33, 1997, pp. 1307-1318.

FERNANDES, N; GUIMARÃES, R.F; GOMES, R.A .T.; VIEIRA, B.C.; MONTGMOREY, D.R.; GREENBERG, H. “Condicionantes geomorfológicos de modelo de previsão de áreas susceptíveis”. Revista Brasileira de Geomorfologia, vol. 2 (1), 2002, pp. 51-73.

FOSTER, C.; RAPOPORT, A; TRUCCO, E. “Some unsolved problems in the theory of non- isolated Systems”. General Systems Yearbook, vol. 2, 1957, pp. 9-29.

GUERRA, A. J. T. “The effect of organic matter content on soil erosion in simulated rainfall experiments”. In W. Sussex, U.K. Soil and Management, vol. 10, 1994, pp. 60-64.

GUERRA, A. J.T. “O uso de simuladores de chuvas e modelos digitais de elevação no estudo das ravinas”. Geosul, vol. 14 (27), 1988, pp. 71-74.

GONÇALVES, C. W.P. Os (des)caminhos do meio ambiente. São Paulo, Ed. Contexto, 1989, 148p.

JATOBÁ, L. “A dinâmica das placas litosféricas”. Notas e comunicações de Geografia, UFPB, vol. B (30), 2002, p. 1-16.

HACK, J. T. “Interpretação da topografia erodida em regiões temperadas úmidas”. Notícia Geomorfológica, vol. 12 (24), 1967, pp. 3-37.

HACK, J.T. “Dynamic equilibrium and landscape evolution”. In: MELHORO, W.N. ; FLEMAL, R.C. (eds.). Theories of landform developpement. London, Ed. Allen and Uwin, 1975, pp. 87-102.

HALL, A. D; FAGEN, R.E. “Definition of systems”. General Systems Yearbook, vol. 1, 1956, pp. 18-26.

LEFEBVRE, H. Eléments de rythmanalyse. lntroduction à la connaissance des rythmes. Paris, Editions Syllepse, 1992, 109p.

LYELL, C. Principies of Geology. Londres, Royal Academy of Science, 1802.

KHOLER, H.C. “Geomorfologia Cárstica”. In: GUERRA, A . J. T.; CUNHA, S.B. (orgs). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro, Editora Bertrand do Brasil, 1994, 309-334.

MAMIGONIANI, A. “A Geografia e a formação social como teoria e como método”. In: SOUSA, M. A. A. (org.). O mundo do cidadão, um cidadão do mundo, São Paulo, Editora Hucitec, 1996, pp.198:204.

MARQUES, J.S. “Ciência geomorfólogica”. In: GUERRA , A .J. T.; CUNHA , S .B. (orgs .). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro, Editora Bertrand do Brasil, 1994, pp. 23-50.

MENDONÇA, F. Geografia Física: ciência humana? São Paulo, Editora Contexto, 1989, 78p.

MENDONÇA, F. Geografia e Meio Ambiente. São Paulo, Editora Contexto, 1993, 80p.

MENDONÇA F. Geografia socioambiental. Terra Livre, vol 16, 2002, pp. 113-133.

MONTEIRO, C. A. Teoria e Clima Urbano. São Paulo, Ed. IG-USP, São Paulo, 1976, 241p.

MONTEIRO, C.A. A questão Ambiental no Brasil. São Paulo, Editora IG-USP, 1981, 135p.

MONTEIRO, C.A.F. “William Moris DaviseaTeoria Geográfica”. Revista Brasileira de Geomorfologia, 2 vol. 2(1), 2001, pp. 1-21.

MORAES, A . C. R. Subsídios para uma gestão da zona costeira brasileira. São Paulo, Ed. Contexto, 1999, 224p.

MOREIRA, R. Debate: Geografia e Realidade. Território Livre 2, UPEGE , São Paulo, 1980.

MOREIRA, R. “Realidade e metafísica nas estruturas geográficas contemporâneas”. In: CASTRO, I.E.; MIRANDA, M.; EGLER, C. A.G. (org.). Redescobrindo o Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Bertrand do Brasil, 1999, pp. 341-346.

MUHUE, D. “Geomorfologia Costeira”. IN GUERRA, A .J. T.; CUNHA, S.B. (orgs.). Geomorfologia. Uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro, Ed. Bertrand do Brasil, 1994, pp. 253-308.

NAVARRA, C. T. Sistemas reais e sistemas conceituais. Métodos em questão, vol. 5, IG-USP, 1973, p. 1-14.

KLINK, H.J. Geoecologia e Regionalização Natural. São Paulo, Ed. IG-USP, 1981.

PEULVAST, J.P., CLAUDINO SALES, V. (2004). Stepped surfaces and paleolandforms in the Northern Brazilian “Nordeste”: constraints on models of morphotectonic evolution. Geomorphology, vol. 62 (3), 2004, 89-120.

PEULVAST, J.P.; CLAUDINO SALES, V. (2002). Aplainamentos e Geodinâmica: revisitando um problema clássico em Geomorfologia. Mercator, vol. 1, pp. 112-152.

PENTEADO, M.M.O. Geomorfologia. Rio de Janeiro, Editora IBGE, 1980, 185p.

QUEIROZ NETO, J.P. O Simpósio sobre o Quaternário do Brasil de Sudeste. Caderno de Ciências da Terra, vol 31, IG-USP, 1973, pp. 1-24.

RIBEIRO, W.C. A ordem ambiental internacional. São Paulo, Editora Contexto, 2001, p. 182.

RIBEIRO, W.C . Meio Ambiente e política internacional. In: CLAUDINO SALES, V. (org.). Ecossistemas brasileiros: manejo e conservação. Fortaleza, Editora Expressão, 2003, pp. 63-68.

RODRIGUES, A. M. Produção e consumo do e no Espaço - Problemática ambiental Urbana. São Paulo, Ed. Hucitec, Paulo, 1998, 240p.

ROSS, J. L. S. Geomorfologia, Ambiente e Planejamento. São Paulo, Editora Contexto, 1990, 80p.

SAADI, A. Neotectônica da Plataforma brasileira: esboço e interpretação preliminares. Gnomos Revista de Geociências da UFMG, vol 1, 1993, pp.1-15.

SCHUM, S. A.; LITCHY, R. W. Tempo, causalidade e espaço em Geomorfologia. Notícia Geomorfológica, vol. 13(25), 1973, pp. 43-62.

SEABRA, M. (1984). Geografia (s)?. Revista Orientação, vol. 5, 1984, pp. 9-17.

SILVA, J.B. “Pelo retomo da região: desenvolvimento e movimentos sociais no Nordeste Contemporâneo.” In: CASTRO, I.E.; MIRANDA, M.; EGLER, C. A.G. (org.). Redescobrindo o Brasil. Rio de Janeiro, Editora Bertrand do Brasil, 1999, p. 101-116.

SMALLEY, I.J.; VITA-FINZI. “The concept of “system” in the earth science, particulary Geomorphology”. Geoogical Society American Bulettun. Vol. 80 (8), 1969, pp. 1591-1594.

SOTCHAVA, V.B. “O estudo dos Geossistemas”. Métodos em Questão, vol. 16, 1976, p. 1-52.

SOUZA, M.J.N. (1994). Zoneamento Geoambiental do Estado do Ceará. In: Projeto Aridas. Fortaleza, SEPLAN - FUNCEME, 1994, 47p.

SOUZA, M. S. “Meio ambiente urbano e saneamento básico”. Mercator, vol. 1, 2002, pp. 41-52.

SPOSITO, E. S. “A questão do método e a crítica do pensamento geográfico. In: CASTRO, I. E.; MIRANDA, M.; EGLER, C.A.(orgs.). Redescobrindo o Brasil. Rio de Janeiro, Bertrand do Brasil, 1999, 347-364.

SPOSITO, E. S. “À propósito dos paradigmas de orientações teórico-metodológicas”. Terra Livre, vol. 17, 2002, pp.99-112.

SPOSITO, M. E. “O embate entre questões ambientais e sociais no Urbano”. São Paulo, Anais do VII Simpósio Nacional de Geografia Urbana, AGB, 2001, p. 33-37.

SUETERGARAY, D. M.; NUNES, J. O. R. “A natureza da Geografia Física na Geografia’. Terra Livre, vol. 17, 2002, pp. 11-24.

TARIFA, J.R.; AZEVEDO, T.R. Os climas na cidade de São Paulo. São Paulo, Editora GEOUSP, Coleção Novos Caminhos, vol. 4, 2002, 199p.

THORNESS, J.B.; BRUNSDEN, D. (1977). Geomorphology and Time. Londres, Ed. Methuen and Co., 1977, 209p.

VIERS, G. Geografia Física, Ecologia e Geografia Zonal. Caderno de Ciências da Terra, vol. 55, IGUSP, 1978.

WALDMAN, M. Ecologia e lutas sociais no Brasil. São Paulo, Editora Contexto, 1992, 113.

Downloads

Publicado

2004-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

SALES, Vanda de Claudino. GEOGRAFIA, SISTEMAS E ANÁLISE AMBIENTAL: ABORDAGEM CRÍTICA. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), São Paulo, Brasil, v. 8, n. 2, p. 125–141, 2004. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2004.73959. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/73959.. Acesso em: 25 abr. 2024.