Território Descontínuo Paradoxal, Movimento LGBT, Prostituição e Cafetinagem no Sul do Brasil

Autores

  • Marcio Jose Ornat Universidade Estadual de Ponta Grossa. Grupo de Estudos Territoriais
  • Joseli Maria Silva Universidade Estadual de Ponta Grossa. Grupo de Estudos Territoriais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2014.81087

Palavras-chave:

Prostituição, cafetinagem, vivência travesti, Geografia Queer, território descontínuo.

Resumo

Este artigo discute a relação entre território descontínuo paradoxal, movimento LGBT, prostituição e cafetinagem no Sul do Brasil. Tal proposta relaciona-se a análise de conteúdo de 22 entrevistas realizadas com travestis que atuam na atividade sexual, mais 7 entrevistas com pessoas atuantes em Ongs que contemplam o grupo de travestis. Evidenciamos que a fluidez de conhecimento grupal se faz a partir de vários atores sociais, fluidez constituída segundo relações que se estabelecem entre travestis, organizações não governamentais e proprietárias de pensões para travestis, a partir de paradoxos e complementaridades entre atividades legais e ilegais. A multiescalaridade do fenômeno evidencia a posição móvel e indeterminada das relações, superando a noção de fixidez entre categorias, complexificando as relações entre os sujeitos e espaços.

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Biografia do Autor

  • Marcio Jose Ornat, Universidade Estadual de Ponta Grossa. Grupo de Estudos Territoriais

    Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (UFRJ - 2011); Mestre em Gestão do Território pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (UEPG - 2008); Licenciado e Bacharel em Geografia (UEPG - 2005); É membro da equipe técnica responsável pelo site http://www.gete.net.br/; Desde o ano de 2011 é um dos coordenadores do Grupo de Estudos Territoriais (GETE) e do Grupo de Estudos Territoriais da UNICENTRO; Compõe: a equipe de coordenação da Rede de Estudos de Geografia e Gênero da América Latina (https://sites.google.com/site/reggsal/); a mesa editorial da Revista Latino - Americana de Geografia e Gênero (http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rlagg). Tem desenvolvido reflexões relacionadas as interseccionalidades entre espacialidades, gênero e sexualidades.

  • Joseli Maria Silva, Universidade Estadual de Ponta Grossa. Grupo de Estudos Territoriais

    Graduada em Geografia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1988), Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1995), Doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e Pós-doutorado em Geografia e Gênero na Universidade Complutense de Madrid (2008). Atualmente é professora Associada, nível A da Universidade Estadual de Ponta Grossa, docente dos cursos de Graduação em Geografia e do Programa de Pós-graduação em Geografia da UEPG. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia e gênero, geografia feminista, geografia e sexualidades, epistemologia da geografia e políticas públicas. Desde 2003 coordena o Grupo de Estudos Territoriais.

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Publicado

2014-04-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Território Descontínuo Paradoxal, Movimento LGBT, Prostituição e Cafetinagem no Sul do Brasil. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), [S. l.], v. 18, n. 1, p. 113–128, 2014. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2014.81087. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/81087.. Acesso em: 28 mar. 2024.