Análise geomorfológica da bacia do Jacaré-Pepira (SP)

Autores

  • Célia Regina Paes Bueno Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
  • I. A. Mendes Universidade Estadual Paulista. Instituto de Geociências e Ciências Exatas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.1999.123365

Palavras-chave:

Jacaré-Pepira, análise geomorfológica, processos erosivos

Resumo

A área estudada compreende cerca de 1650 Km2, abrangendo a porção alta e média da bacia do rio Jacaré-Pepira. Este texto tem como objetivo determinar qual a característica que melhor diferencia as áreas afetadas pela erosáo, e de estabelecer uma avaliação qualitativa dos processos erosivos. O mapeamento geomorfológico da área foi realizado utilizando-se fotografias aéreas. Os níveis planálticos foram determinados através das cartas planialtimétricas. Ma caracterização das unidades de relevos, foram identificadas diferentes unidades de dissecação, utilizando-se a metodologia do RADAMBRAS1IL. Mo seu conjunto a área caracteriza-se por uma seqüência escalonada de patamares litoestruturais desenvolvida sobre rochas sedimentares e básicas em estruturas sub-horizontais. O contato entre os diversos patamares se processa através de rupturas topográficas e com "front" festonados, feições que comprovam o condicionamento do relevo pela estrutura geológica. Foram individualizadas unidades geomorfológicas: planaltos elevados, patamares intermediários e patamares baixos; considerando-se as rupturas de declividade positivas e negativas de expressão regional, aliadas à individualização de formas homogêneas. Essas unidades correspondem a setores melhores preservados, onde as formas de relevo são mais suaves ou áreas de relevo mais acentuados, de serras, morros testemunhos, escarpas, que refletem múltiplos entalhes dos antigos níveis planálticos, sustentados por litologias diferenciadas. As unidades geomorfológicas identificadas articulam-se entre si através de enérgicos relevos de transição, nos quais vales fechados e de incisão profunda individualizam serras alongadas, cujas encostas de alta declividade apresentam freqüentes rupturas de declividade, escarpas com afloramentos rochosos, e campos de matacões onde o substrato é constituído por arenito silicificado da Formação Botucatu ou o basalto da Formação Serra Geral. A unidade dos planaltos elevados é composta por sistemas de relevos, em níveis bem definidos, onde foram mapeadas as maiores declividades e as vertentes mais abruptas, com grande número de feições residuais que alcançam as maiores altitudes da bacia. Representam também, os terrenos preservados mais altos e movimentados da bacia. São compostos por dissecação fluvial acentuada e a convexidade e larguras de interflúvios de 250 a 1500 m, com cobertura predominante de arenitos conglomeráticos da Formação ltaqueri. Os patamares intermediários definem-se a partir de inserções bem marcadas nas vertentes que caem dos planaltos elevados, envolvendo-a. São extremamente recortados pelos desenvolvimentos dos planaltos mais baixos. Mostram-se mais expressivos em área, porém, com maior tendência à ocorrência de relevos tabulares com bordas convexas, com embasamento rochoso composto pelos basaltos da Formação Serra Geral e arenitos das formações Pirambóia e Botucatu. Mo nível do planalto baixo podem ser distinguidos relevos mais suaves, como colinas amplas com vertentes convexas a retilíneas-côncavas, tendo como substrato predominante a Formação Botucatu

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Biografia do Autor

  • Célia Regina Paes Bueno, Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias

    UNESP/Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Jaboticabal SP

  • I. A. Mendes, Universidade Estadual Paulista. Instituto de Geociências e Ciências Exatas

    UNESP/Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Rio Claro SP

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Publicado

1999-08-24

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Análise geomorfológica da bacia do Jacaré-Pepira (SP). GEOUSP Espaço e Tempo (Online), [S. l.], v. 3, n. 2, p. 61–77, 1999. DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.1999.123365. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/geousp/article/view/123365.. Acesso em: 29 mar. 2024.