A noite e a cidade: uma revisão temática para a geografia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2018.151544Palavras-chave:
Noite, City, Fronteiras, Balanço bibliográfico, GeografiaResumo
A ideia presente neste artigo é a de apresentar um balanço bibliográfico sobre o debate em torno da noite como uma categoria analítica para a pesquisa na área da geografia humana e ciências correlatas. Apresentamos as principais linhas de estudos sobre a noite em sua relação com a dinâmica urbana, realçando os aspectos centrais das análises realizadas nos últimos quarenta anos de pesquisa: os agentes, os processos e as espacialidades derivadas das práticas associadas ao período noturno. O objetivo é apontar algumas tendências e situar algumas problemáticas relativas ao uso da categoria noite em sua relação com o espaço urbano presentes na ideia de fronteira, na noção de transgressão da ordem e nos conflitos relacionados ao uso por atividades de lazer.
Downloads
Referências
ALMEIDA, M. I. M.; TRACY, K. M. A. Noites nômades: espaço e subjetividade nas culturas jovens contemporâneas. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
ALVES, T. Geografias da noite: fazer geografia através da luz. In: CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE GEÓGRAFOS, 5., 2004, Guimarães. Anais... Guimarães: Universidade do Minho, 2004.
BALDWIN, P. C. In the Heart of Darkness: blackouts and the social geography of lighting in the gaslight era. Journal of Urban History, v. 30, n. 5, p. 749-768, July 2004.
BIANCHINI, F. Night Cultures, Night Economies. Planning Practice and Research, v. 10, n. 2, p. 121-126, 1995.
BUREAU, L. Géographie de la Nuit. Montréal, Québec: Hexagone, 1997.
CRESSWELL, T. Night Discourse: producing/consuming meaning on the street. In: FYFE, N. R. (Ed.). Images of the Street: planning, identity and control in public space. London/New York: Routledge, 1998. p. 268-279.
DEWDNEY, C. Acquainted With The Night: excursions through the world after dark. New York/London: Bloomsbury, 2005.
DIXON, J.; LEVINE, M.; MCAULEY, R. Locating impropriety: street drinking, moral order, and the ideological dilemma of public space. Political Psychology, v. 27, n. 2, p. 187-206, 2006.
EKIRCH, A. R. At Day’s Close: night in times past. New York: W. W. Norton, 2006.
GALLAN, B.; GIBSON, C. New Dawn or New Dusk? beyond the binary of day and night. Environment and Planning A, v. 43, n. 11, p. 2509-2515, 2011.
GÓIS, M. P. F. Paisagens luminosas e cenários noturnos: formas, práticas e significados da noite na cidade do Rio de Janeiro. Niterói: Eduff, 2017.
GÓIS, M. P. F. Luzes na cidade: sobre as paisagens luminosas e os cenários noturnos da cidade do Rio de Janeiro. Espaço Aberto, v. 1, n. 2, p. 117-128, jul. 2011.
GWIAZDZINSKI, L. La Nuit, Dernière Frontière de la Ville. La Tour-d’Aigues: Éd. de l’Aube, 2005.
GWIAZDZINSKI, L. La Nuit, Dernière Frontière. Les Annales de la Recherche Urbaine, v. 87, n. 1, p. 81-89, sept. 2000.
HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005.
HOBBS, D.; LISTER, S.; HADFIELD, P.; WINLOW, S. Bouncers: violence and governance in the night-time economy. Oxford: Oxford University Press, 2003.
HOBBS, D.; LISTER, S.; HADFIELD, P.; WINLOW, S.; HALL, S. Receiving Shadows: governance and liminality in the night-time economy. The British Journal of Sociology, v. 51, n. 4, p. 701-717, 2000.
HOLLANDS, R. Divisions in the Dark: youth cultures, transitions and segmented consumption spaces in the night-time economy. Journal of Youth Studies, v. 5, n. 2, p. 153-171, 2002.
HOLLANDS, R.; CHATTERTON, P. Producing Nightlife in the New Urban Entertainment Economy: corporatization, branding and market segmentation. International Journal of Urban and Regional Research, v. 27, n. 2, p. 361-385, 2003.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Edusp/ Perspectiva, 1971.
KOSLOFSKY, C. Evening’s Empire: a history of the night in early modern Europe. Cambridge/New York: Cambridge University Press, 2011.
KURME, M. Urban Night. Tesis (Master in Urban Studies) – Estonian Academy of Arts, Tallinn, EE, 2009. Acesso em: http://www.urbanistika.ee/docs/greenlight2009/MKgreenlight.pdf. Acesso em: 2 jan. 2018.
LOVATT, A.; O’CONNOR, J. Cities and the Night-time Economy. Planning Practice and Research, v. 10, n. 2, p. 127-134, 1995.
MARGULIS, M. La cultura de la noche. Buenos Aires: Biblos, 1997.
MCQUIRE, S. Immaterial Architectures Urban Space and Electric Light. Space and Culture, v. 8, n. 2, p. 126-140, May 2005.
MELBIN, M. Night as Frontier: colonizing the world after dark. New York; London: Free Press & Collier Macmillan, 1987.
MELBIN, M. Night As Frontier. American Sociological Review, v. 43, n. 1, p. 3-22, Feb. 1978.
MENDONÇA, L. L. Reflexos da cidade: a iluminação pública no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, 2004.
MONT SERRAT, B. S. B. V. Iluminação cênica como elemento modificador dos espetáculos: seus efeitos sobre os objetos de cena. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
MUMFORD, L. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
NARBONI, R. Lighting the Landscape: art design technologies. Basel/Boston: Birkäuser, 2004.
OTTER, C. The Victorian Eye: a political history of light and vision in Britain, 1800-1910. Chicago: University of Chicago Press, 2008.
PALMER, B.D. Cultures of Darkness: night travels in the histories of transgression. New York: Monthly Review Press, 2000.
PAQUOT, T. Le sentiment de la nuit urbaine aux XIXe et XXe siècles. Les Annales de la Recherche Urbaine, v. 87, n. 1, p. 7-14, sept. 2000.
REDHEAD, S. Rave Off: politics and deviance in contemporary youth culture. Avebury: Aldershot and Brookfield, 1993.
ROBINSON, C. Nightscapes and Leisure Spaces: an ethnographic study of young people’s use of free space. Journal of Youth Studies, v. 12, n. 5, p. 501-514, Oct. 2009.
RUSSELL, B. O elogio ao ócio. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.
SCHIVELBUSCH, W. Disenchanted Night: the industrialization of light in the nineteenth century. Berkeley: University of California Press, 1995.
SOUZA, A. F. Lapa: um lugar central para a sociabilidade noturna. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
TALBOT, D. Regulating the Night: race, culture and exclusion in the making of the night-time economy. London: Ashgate, 2007.
TALBOT, D. The Licensing Act 2003 and the Problematization of the Night-time Economy: planning, licensing and subcultural closure in the UK. International Journal of Urban and Regional Research, v. 30, n. 1, p. 159-171, 2006.
THORNTON, S. Club Cultures: music, media, and subcultural capital. Cambridge/Oxford: Polity Press/Blackwell, 1996.
TORRES, L. L. Programa de paulista: lazer no Bexiga e na avenida Paulista com a rua da Consolação. In: MAGNANI, J. G.; TORRES, L. L. (Org.). Na metrópole: textos de antropologia urbana. São Paulo: Edusp/Fapesp, 2000. p. 54-87.
TURRA NETO, N. Múltiplas trajetórias juvenis: territórios e rede de sociabilidade. Jundiaí: Paco, 2012.
TURRA NETO, N. Metodologias de pesquisa para o estudo geográfico da sociabilidade juvenil. RA’E GA – o Espaço Geográfico em Análise, v. 23, p. 340-375, 2011.
VASCONCELLOS, V. M. B. A geografia do subterrâneo: um estudo sobre a espacialidade das cenas de heavy metal no Brasil. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
WILLIAMS, R. Night Spaces Darkness, Deterritorialization, and Social Control. Space and Culture, v. 11, n. 4, p. 514-532, Nov. 2008.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Marcos Paulo Ferreira de Góis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho com licença de uso da atribuição CC-BY, que permite distribuir, remixar, adaptar e criar com base no seu trabalho desde que se confira o devido crédito autoral, da maneira especificada por CS.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou em sua página pessoal) a qualquer altura antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).