Proxêmicas do espaço: fatores sócio-espaciais e ferramentas digitais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/gtp.v15i3.166737

Palavras-chave:

Proxêmicas, Análise Espacial, Ferramentas Digitais, Urbanismo

Resumo

Segundo Edward Hall, Proxêmica é o termo que designa a inter-relação entre observação e teoria de uso que o homem faz do espaço e na interação destes com o mesmo, observadas à partir de quatro de quatro esferas diferentes de relacionamentos: íntimo, pessoal, social e público. Apropriando-se do conceito de Hall, a pesquisa tem como objetivo o delineamento de um método de investigação que parta do princípio das categorias de classificação do espaço introduzindo os conceitos de distância social, estudando o relacionamento entre os “nós da cidade” e as relações interpessoais com a abrangência de benefícios sociais diversos como: segurança, comunicação, áreas livres, habitação, engajamento e serviços. Este trabalho busca entender as possibilidades de utilização de relaçõessocioespaciais na investigação de fatores que tendem cada vez mais a incorporar atributos de ação humanos não-explícitos, auxiliando na geração de parâmetros e grandezas que possam ser instrumentalizados em ferramentas de modelagem digital para análise e simulação de recintos urbanos. Para tanto, são aplicadas ferramentas digitais na construção de um modelo da cidade de Juiz de Fora – MG – que permite a inserção de dados socioespaciais, bem como a análise das interrelações e retroalimentação de dados. Conclui-se que o maior desafio na aplicação ao planejamento urbano está em como lidar com esses parâmetros e buscar soluções dentro de organizações maiores e mais abertas visando melhor adaptabilidade dos sistemas urbanos frente às transformações latentes, incorporando nos novos agentes, sejam instrumentais ou de ações participativas, numa mudança projetual - da probabilidade e da prescrição - para a possibilidade e descrição em, sobretudo, reformas e ampliações urbanas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Caio Augusto Rabite Almeida, Universidade Federal de Minas Gerais

    Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2015). Mestrado (2016-2018) pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído (PROAC) pela Universidade Federal de Juiz de Fora. E atualmente é doutorando pelo programa em arquitetura e urbanismo NPGAU da Universidade Federal de Minas Gerais. Durante a graduação participou de pesquisas voltadas para Avaliações-Pós-Ocupação em ambientes de Saúde, foi monitor das disciplinas de Projeto IV e Projeto VII, na pós-graduação foi tutor nas disciplinas de Modelagem e Prototipagem Digital e Representação Técnica Digital I. Desenvolve e auxilia a produção de projetos com recursos paramétricos. É membro do grupo de pesquisa DOMVS (Laboratório de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Paisagem) vinculado à Universidade Federal de Juiz de Fora cujo foco é o especial interesse em alternativas que envolvam inovação tecnológica e abordagens computacionais. É colaborador do Grupo de Pesquisa CA_AU (Laboratório do Grupo de Pesquisa em Computação Ambiental em Arquitetura e Urbanismo). Tem interesse e procura atuar nas áreas de: teoria, história crítica da arquitetura e do urbanismo, metodologias de ensino, design computacional e fabricação digital.

  • Guilherme Valle Loures Brandão, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2012) especialização em Arquitetura e Design de Interiores pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2015) e mestrado em Ambiente Construído pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2018). Atualmente é Técnico Arquiteto e Urbanista na Secretaria Municipal de Política Urbana da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: Planejamento Urbano e Conforto Ambiental em escalas Urbana e da Edificação.

  • Renato César Ferreira Souza, Universidade Federal de Minas Gerais

    Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985), mestrado em Arquitetura pela mesma universidade (1998) e doutorado (Ph.D) em Arquitetura pela The University of Sheffield, Reino Unido (2008). Mestre também em Post-Graduation Certificate on Higher Education (PCHE) no Reino Unido. Atualmente é professor Associado I em dedicação exclusiva da UFMG. É credenciado no Programa de Pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo da EAUFMG (NPGAU) e leciona também no Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da UFMG. Suas áreas de interesse são a Arquitetura e o Urbanismo, com ênfase em Planejamento, Projeto do Espaço Urbano e Saúde Urbana. Igualmente dedica-se ao estudo da Computação Contextual e suas implicações tecnológicas para a Arquitetura, o espaço urbano, e a saúde pública.

  • Marcos Martins Borges, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Metodista Bennett (1991), mestrado em Engenharia de Produção pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (1998) e doutorado em Engenharia de Produção pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (2004). Atualmente é professor Associado II na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído (PROAC). Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia de Produção, com ênfase em Desenvolvimento de Produto, atuando principalmente nos seguintes temas: projeto do produto, representação do projeto, prototipagem virtual, modelagem paramétrica tridimensional, simulação multifísica de desempenho de produtos, computação evolucionária e sistemas generativos de projeto.

Referências

AGNEW, J. Representing space: space, scale and culture in social science. In: DUNCAN, J.; LEY, D. (org.) Place/Culture/Representation. Londres: Routledge, 2013. DOI: 10.4324/9780203714034.

ALEXANDER, C.; ISHIKAWA, S.; SILVERSTEIN, M. Uma Linguagem de Padrões. Porto Alegre: Editora Bookman, 2012.

ASHBY, R. W. Introduction to Cybernetics (1956). Eastford: Martino Fine Books, 2015.

BATTY, M. Modelling cities as dynamic systems. Journal Nature, v. 231, p. 425-428, 1971. DOI:<http://dx.doi.org/10.1038/231425a0>.

BATTY, M. The new science of cities. Cambridge: The MIT Press, 2013. DOI:<http://dx.doi.org/10.1080/13658816.2014.937717>.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano (1980). São Paulo: Editora Vozes, 2013.

DEVRIES, B.; TABAK, V.; ACHTEN, H. Interactive urban design using integrated planning requirements control. Automation in Construction, v. 14, n. 2, p. 207–213, 2005. DOI: <http://dx.doi.org/10.1016/j.autcon.2004.07.006>.

DOGAN, T.; SAMARANAYAKE, S.; SARAF, N. Urbano – A New Tool to Promote Mobility-Aware Urban Design Active Transportation Modeling and Access Analysis for Amenities and Public Transport. In: SimAUD ‘18 Conference, 2018, Delft, Holanda. Anais... San Diego: SCSI, 2018. DOI: <http://dx.doi.org/10.22360/simaud.2018.simaud.028>.

ECO, H. A estrutura ausente – Introdução a pesquisa semiológica. São Paulo: Editora Perspectiva, 1976.

FRANKHAUSER, P. La Fractalité des structures urbaines. Paris: Antrophos, 1994.

GEHL, J. Cidades Para Pessoas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2013.

HALL, E. T. The Hidden Dimension. Chicago: University of Chicago, 1966.

HALL, E. T. Beyond Culture. New York: Anchor Books, 1989.

HILLIER, B.; HANSON, J. The Social Logic of Space. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.

HOLANDA, F. Arquitetura & Urbanidade. São Paulo: ProEditores Associados, 2003.

JACOBS, J. Morte e Vida nas Grandes Cidades (1961). São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000.

LEFEBVRE, H. Writings on Cities. Oxford: Blackwell, 1996.

MCCULLOUGH, M. Digital Ground: architecture, pervasive computing and environmental knowing. Cambridge: MIT Press, 2004.

MOORE, S. A. Technology, Place, and the Nonmodern Thesis. Journal of Architectural Education, v. 54, n.3, p. 130-139, 2013. DOI: <http://dx.doi.org/10.1162/10464880152632442>.

NORBERG-SCHULZ, C. Genius Loci: Towards a Phenomenology of Architecture. Londres: Ed. John Wiley & Sons ,1980.

PANERAI, P. Paris Métropole – Formes et échelles du Grand-Paris. Paris: Éditions La Villette, 2008.

PANGAROO, P. Cybernetics as phoenix: why ashes, what new life? Cybernetics: State of Art, v. 1, p. 16-33, Germany, 2017. DOI: <http://dx.doi.org/10.14279/depositonce-6121>.

PORTAS, N. A. Cidade como Arquitectura. Lisboa: Livros Horizonte, 2007.

SEVTSUK, A. Urban Network Analysis for Rhinoceros 3D - Tools for Modelling Pedestrian and Bicycle Trips in Cities. City Form Lab, Harvard, 2018. Disponível em: <http://cityform.mit.edu/papers>. Acesso realizado em: 22/01/2020.

SEVTSUK, A. Networks of the built environment. In: OFENHUBER, D.; RATTI, C. (Org.). Decoding the City: Urbanism in the Age of Big Data. Basel: Birkhäuser, 2014.

SEVTSUK, A.; KALVO, R. Urban Network Analysis Toolbox for Rhinoceros 3D. Planning and Technology Today, n. 112, p. 4–5, 2016.

SEVTSUK, A.; MEKONNEN, M. Urban Network Analysis: A new toolbox for ArcGis. Revue International de Géomatique, v. 2, n. 2, p. 287-305, 2012. DOI:<http://dx.doi.org/10.3166/rig.22.287-305>.

Downloads

Publicado

2020-11-11

Como Citar

ALMEIDA, Caio Augusto Rabite; BRANDÃO, Guilherme Valle Loures; SOUZA, Renato César Ferreira; BORGES, Marcos Martins. Proxêmicas do espaço: fatores sócio-espaciais e ferramentas digitais. Gestão & Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 15, n. 3, p. 65–80, 2020. DOI: 10.11606/gtp.v15i3.166737. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/view/166737.. Acesso em: 19 abr. 2024.