Tecnopolíticas em Lisboa: redes híbridas como base para a criação de um observatório BIP/ZIP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/gtp.v15i3.166316

Palavras-chave:

Cultura Digital, Comunidades de Prática, Lisboa, Tecnopolítica

Resumo

A condição digital levanta novas oportunidades à participação cidadã nos processos de tomada de decisão e oferece novos meios de interação que potenciam a organização e ação política coletiva. No desenho de políticas públicas para as cidades, é o momento para inclusão e criação de novas formas de distribuição de poder entre pessoas e organizações envolvidas nos processos tecnopolíticos. O presente artigo descreve o levantamento e análise de dispositivos tecnopolíticos criados via bottom-up, no âmbito do programa Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária (BIP/ZIP) do Município Lisboa. A metodologia adotada baseia-se na definição de um conjunto de critérios de leitura das ferramentas tecnopolíticas, dos atores envolvidos, dos meios utilizados e seus propósitos políticos. O estudo permite uma reflexão crítica sobre o papel da dimensão digital na articulação e expansão da participação nos territórios, entre entidades parceiras e comunidades. Os resultados sublinham a pertinência do desenho de um observatório capaz de monitorizar o impacto do programa BIP/ZIP na cidade de Lisboa.

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Biografia do Autor

  • Ana Carolina Carvalho Farias, ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa

    Doutoranda em Arquitectura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos, Especialidade em Arquitectura Digital no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa. Mestre pelo Programa Projeto e Cidade da Faculdade de Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás com a dissertação "Taxonomia do Urbanismo Tático: uma proposta para leitura, compreensão e articulação das táticas urbanas emergentes". Pós-graduação lato sensu em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística pela Universidade de Brasília (2014). Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Goiás (2005). Cofundadora da Sobreurbana, estúdio de micro urbanismo e produção cultural com atuação na cidade de Goiânia/GO. Tem experiência na elaboração de projetos de arquitetura de diversas tipologias, com ênfase em habitação. Empregada sob licença da Caixa Econômica Federal, onde atuou por seis anos no acompanhamento de projetos e obras públicas, com ênfase em habitação social promovida por movimentos sociais. Lecionou as disciplinas de História Geral da Arte e Projeto do Objeto no curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Objetivo.

  • Alexandra Paio, ISCTE- Instituto Universitário de Lisboa

    Professora Assistente do Departamento de Arquitetura e Urbanismo do ISCTE-IUL. Diretora do Programa de Doutorado em Arquitetura dos Territórios Metropolitanos Contemporâneos e Vice-Reitora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Diretora e Pesquisadora do VitruviusFabLab-IUL e Pesquisadora do ISTAR-IUL. Co-diretora do Curso de Estudos Avançados em Arquitetura Digital (ISCTE-IUL + FAUP). Doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo ISCTE-IUL, intitulada “urbanGENE: uma gramática urbana para assentamentos portugueses do século XVI ao XVIII”. Gerente local do “OIKOnet. Uma rede multidisciplinar global de pesquisa e aprendizado em habitação ”(cofinanciada pela União Européia) e pesquisadora no TEL @ FTELa - Aprendizagem Aprimorada por Tecnologia no Laboratório de Formação de Professores do Futuro (PTDC / MHC-CED / 0588/2014). Seus principais interesses de pesquisa são Design computacional, ferramentas e processos digitais para apoiar o design criativo, arquitetura interativa, gramáticas de formas e fabricação digital.

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Publicado

2020-11-11

Como Citar

FARIAS, Ana Carolina Carvalho; PAIO, Alexandra. Tecnopolíticas em Lisboa: redes híbridas como base para a criação de um observatório BIP/ZIP. Gestão & Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 15, n. 3, p. 97–111, 2020. DOI: 10.11606/gtp.v15i3.166316. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/view/166316.. Acesso em: 19 abr. 2024.