A potência do axé e suas relações entre imagem, transformações e visibilidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.184633

Palavras-chave:

Potência, Imagem fotográfica, Axé, Candomblé

Resumo

Este artigo discute representações do Candomblé produzidas por quem faz parte dele, em três terreiros sergipanos, de linhagens distintas. O recorte imagético escolhido é a fotografia, uma vez que, apesar de as fotografias serem vistas como recortes de realidades e contextos, elas apresentam uma série de interpretações acerca daquilo que querem comunicar. Busco pensar nos atos performativos e políticos que esses sujeitos realizam ao tornar visíveis ou não as imagens que são produzidas nestas três casas. Potência foi pensada justamente pelo fato de a palavra Axé representar Força, e, portanto, me remeter à sua potencialidade enquanto mantenedora da religião. Em campo, ouvi muito as frases como “dá pra sentir o axé na foto”; “esse santo aí tem muito axé”, a uma força ritual, que apesar de estar fixada numa imagem, é sentida por aqueles que a reconhecem em seus cotidianos. 

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Biografia do Autor

  • Díjna Andrade Torres

    Díjna Andrade Torres é doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Jornalista graduada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Especialista em cultura afro-brasileira pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá, atua na área de produção cultural, religiões de matrizes africanas no Brasil, imagem, gênero e pesquisa aplicada. Ela é colunista do Portal Infonet em Sergipe, e produtora do podcast Por Trás da Mídia. E-mail: dijnatorres@gmail.com

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Publicado

2022-08-30

Edição

Seção

Dossiê Religiões (Artigos)

Como Citar

“A Potência Do Axé E Suas relações Entre Imagem, transformações E Visibilidade”. 2022. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 7 (1): e184633. https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.184633.