Carandiru e os espaços fraturados da memória

Autores

  • Gabriela Carvalho Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.190656

Palavras-chave:

Carandiru, Parque da Juventude, Imagem e memória, Apagamento, Fotomontagem

Resumo

Entre os anos de 2002 e 2005, o Complexo Penitenciário do Carandiru passou por um processo de desativação que terminou com a maioria de seus pavilhões implodidos. No mesmo terreno, a partir de 2003, iniciou-se a construção do Parque da Juventude, quando o espaço passou a ser reconfigurado e a sofrer mudanças radicais em sua paisagem. É a partir desse processo de reconfiguração, de substituição de uma composição espacial por outra completamente avessa, que este artigo pretende discutir a relação que hoje se estabelece entre o espaço e as pessoas que por ele transitam, se amparando na etnografia como metodologia e na criação de fotomontagens como um movimento epistemológico para se pensar essas múltiplas temporalidades. O que o artigo se propõe a analisar é, sob uma perspectiva antropológica, os arranjos e rearranjos da memória no contexto de apagamento do Carandiru.

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Biografia do Autor

  • Gabriela Carvalho, Universidade Federal de São Paulo

    Gabriela Alves Carvalho é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É pesquisadora do VISURB – Grupo de Pesquisas Visuais e Urbanas e do CMUrb – Centro de Memória Urbana, ambos na UNIFESP. E-mail: carvalhogabriela.alves@gmail.com

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Publicado

2022-08-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Carandiru E Os espaços Fraturados Da memória”. 2022. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 7 (1): e190656 . https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2022.190656.