Distanciamento social no Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2023.201513

Palavras-chave:

Covid-19, Distanciamento social, Rio de Janeiro, Antropologia visual, Fotografia

Resumo

O objetivo deste artigo é ser um exercício mitopoético do gesto fotográfico, amparado pelas contribuições da antropologia visual. É do olhar proporcionado pela favela Pereira da Silva (Pereirão) para a zona sul carioca e o Pão de Açúcar que reflito sobre os diferentes sentidos da categoria "distanciamento social” durante a pandemia da Covid-19. Apresento a vista que se dispõe a minha frente como Rio de Janeiro “fantasia”, enquanto do lugar que realizo as fotografias como Rio “realista”. Porém, problematizo minha experiência nesta dualidade, ao me definir como sintoma e intruso no processo de gentrificação da favela, mas também como contraditório e “sem lugar” ao refletir sobre meu campo etnográfico, pois pelos “trajetos” que percorri, não pertenço a nenhum “pedaço”.

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Biografia do Autor

  • Sidarta Corrêa da Silva Landarini, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Sidarta Landarini é formado em Ciências Sociais (licenciatura), mestre e candidato ao título de doutor em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e atualmente está em processo de cotutela internacional no doutoramento em Música do Instituto de Etnomusicologia da Universidade de Aveiro. Compõe o Grupo de Reconhecimento de Universos Artísticos/Audiovisuais (GRUA/UFRJ). Tem atuação nos campos da antropologia da música e do som, visual, emoções, urbana e digital, sociologia da música, urbana e digital, ensino de sociologia, etnomusicologia e política.

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Publicado

2023-05-25

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Distanciamento Social No Rio De Janeiro”. 2023. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 8 (1): e201513. https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2023.201513.