https://www.revistas.usp.br/gis/gateway/plugin/WebFeedGatewayPlugin/atomGIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia2023-06-20T12:40:50-03:00Sylvia Caiuby Novaesrevistagis@usp.brOpen Journal Systems<p>A<em><strong> GIS – Gesto, Imagem e Som – Revista de Antropologia</strong></em> é uma revista acadêmica que engloba os campos da antropologia visual, da música e do som, da performance, do teatro e da arte.</p> <p>Com vistas a criar um espaço de interlocução internacional dos materiais e reflexões produzidos por esses campos, aceitamos publicações em português, espanhol, inglês, italiano e francês, sendo que, no caso dos artigos publicados em português e espanhol, o autor deverá também providenciar a tradução do artigo para o inglês.</p> <p>O bilinguismo nos artigos em espanhol e português tem por objetivo divulgar mais amplamente a produção latino-americana e de língua portuguesa.</p> <p> </p>https://www.revistas.usp.br/gis/article/view/213387Editorial: uma vela para a navegação2023-10-20T10:31:45-03:00Sylvia Caiuby NovaesAndrea BarbosaEdgar Teodoro da CunhaÉrica GiesbrechtFrancirosy Campos BarbosaJohn Cowart DawseyPaula Morgado Dias LopesRose Satiko G. HikijiVi Grunvald
<p>Editorial do Volume 8 da GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia.</p>
2023-09-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Sylvia Caiuby Novaes, Andrea Barbosa, Edgar Teodoro da Cunha, Érica Giesbrecht, Francirosy Campos Barbosa, John Cowart Dawsey, Paula Morgado Dias Lopes, Rose Satiko G. Hikiji, Vi Grunvaldhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/213244Sismologia de mundos em performance2023-10-20T10:25:42-03:00John C. DawseyPâmilla Vilas Boas Costa RibeiroAndré-Kees de Moraes Schouten
<p><span style="font-weight: 400;">Este texto apresenta o dossiê “Mundos em Performance”, um dos desdobramentos do evento “Sismologia da performance: Napedra 20 anos”, realizado em 2021. Em foco, a “virada performativa” e seus efeitos sísmicos na antropologia e outros campos do saber. </span><span style="font-weight: 400;">Horizontes se ampliam, subvertendo noções de campo e espaço e implodindo concepções de tempo. As atenções se voltam à ação surpreendente, frágil e efêmera, mas potencialmente poderosa e explosiva dos corpos. Dos sentidos dos corpos, criam-se e se friccionam os sentidos de mundos. Em performance, mundos se formam e desaparecem. Em remoinhos, encontram-se os que ainda não vieram a ser, mas que podem surgir. No Brasil, os efeitos de uma “virada performativa” se revelam na criação do Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (Napedra), de outros grupos de referência no campo da antropologia e performance e neste dossiê, que procura explorar alguns dos remoinhos de mundos em performance.</span></p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 John Dawsey, Pâmilla Vilas Boas Costa Ribeiro, André-Kees de Moraes Schoutenhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/213242A posse de Lula, instagram de Rafael Hupsel2023-10-10T10:25:53-03:00 Rafael Hupsel
<p><span style="font-weight: 400;">Publicadas em sua rede social – e não em um veículo de imprensa – as fotos de Rafael do dia da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1</span><span style="font-weight: 400;">o</span><span style="font-weight: 400;"> de janeiro de 2023 revelam, em preto e branco, a emoção de estar lá, acompanhar sob o sol forte o momento histórico que rompe com as atrocidades da necropolítica vividas na gestão anterior.</span></p>
2023-09-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Rafael Hupselhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/199376Os cantos da reahu: uma reflexão antropólogica sobre os cantos Yanonamɨ do rio Marauiá e rio Maturacá2023-10-10T11:00:45-03:00Luiz Davi Vieira GonçalvesMboe’esara Esãîã Tremembé
<p>Neste texto iremos abordar os cantos noturnos denominados amõamõu dos grupos yanonami do rio Marauiá e do rio Maturacá, os quais, juntamente com a dança praiai, acontecem durante a festa ritual dos mortos, chamada na língua Yanomami de Reahu. Procurando determinar as dinâmicas dos cantos e seus contextos no estabelecimento das relações sociais do grupo, a base teórico-metodológica dar-se-á pelos escritos da Antropologia da Performance, alicerçados pelos trabalhos de campo realizados durante o doutoramento dos autores.</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Luiz Davi Vieira Gonçalves, Mboe’esara https://www.revistas.usp.br/gis/article/view/197825A saia como portal e o corpo como altar: reflexões em curso acerca da performance da saia que veste o corpo no candomblé2023-10-19T18:45:13-03:00Alissan Maria Silva
<p>O ensaio reflete a relação corpo-saia, a partir do estudo da performance das Saias de Axé, para considerar a saia que compõe o traje de mulheres do candomblé como portal de uma relação sagrada que tem o corpo como altar. Os processos de confecção e costura, considerando seus formatos e adornamentos articulados à expressão espiral do movimento que pressupõem, desenham no espaço a imagem desses corpos como espirais em movimento. O rodar das rodas dessas saias de axé torna a saia um prolongamento do corpo e expande seu movimento, expressando, assim, uma cosmopercepção espiralar em que o feminino é sublinhado como continuidade da tradição.</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Alissan Maria Silva; Yan Vinicius Freitas Bentohttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/203396Dialética do espaço performativo: o caráter liminoide das ruínas2023-10-19T18:41:37-03:00Giovanni Cirino
<p>O artigo reflete sobre a trajetória social dos espaços, a partir das ruínas de um hotel da década de 1940. Parte-se do papel dos deslocamentos geográficos na elaboração material e simbólica do espaço. Em seguida, o espaço é considerado por intermédio da maneira como as pessoas o transformam a partir daquilo que fazem. Apresenta-se o espaço como produto da ação, das relações sociais e das práticas performativas. Por fim, são discutidos os aspectos dialéticos presentes no espaço: as ruínas emergem no presente a partir do choque de temporalidades, o espaço performativo é tomado como espaço dialético.</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Giovanni Cirinohttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/208266Arte ao vivo e o fim do espetáculo2023-10-19T18:42:53-03:00Lúcio Agra
<p>O texto esboça a tese de que há um declínio do termo espetáculo, tanto em seu sentido de uso corrente, quanto na sua viabilidade como expressão das diversas formas de articulação da presença humana na arte. Para isso, sugere que a atividade artística ao vivo, nos países colonizados, constitui a base das sociedades da presença (Gumbrecht 2018), antes mesmo da chegada do invasor. O reconhecimento dessa diferença pode ser um ingrediente fundamental para promover a descolonização da arte nesses territórios, apontando possibilidades que propiciam o abandono de um modelo europeu da arte e do mundo (sociedades do sentido/da interpretação).</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Lúcio Agrahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/201700Caveiras-berrantes: performance e profecia em "Era uma vez Brasília" (2017)2023-10-10T10:57:44-03:00João Paulo de Freitas Campos
<p>Este ensaio pretende analisar as encenações do filme Era uma vez Brasília (2017), do cineasta brasileiro Adirley Queirós, a partir de teorias da performance e da noção de teatro épico de Bertolt Brecht. A obra mistura documentário e ficção científica para apresentar uma narrativa fragmentada que se desenvolve a partir de interrupções e saltos. Por meio da elaboração de atmosferas soturnas e experimentos de performance entre Ceilândia e Brasília, o filme procura refletir e dar corpo à derrota política expressada pelo golpe de estado de 2016 que retirou Dilma Rousseff do poder da perspectiva de sujeitos periféricos do Distrito Federal do Brasil. Por fim, esta obra nos revela um gesto profético que prenuncia um futuro de terror, morte e cárcere no Brasil.</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 João Paulo de Freitas Camposhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/203031Desdizendo a performance: macumba e a proliferação do incerto2023-09-04T17:08:08-03:00Vânia Zikán Cardoso
<p class="p1">Trilhando pelos caminhos da produtiva incerteza da performance enquanto prática e conceito, aqui me volto para o que se des-faz em palavras, pondo de ponta cabeça a clássica definição de Austin da força do ato performativo. O encontro nas macumbas cariocas entre entidades e clientes é marcado pela instabilidade da linguagem e pelo risco da palavras na própria busca do desvelar dos caminhos futuros na consulta com essas entidades. O encontro recente com uma entidade em que ela diz desdizer o que havia revelado à cliente me leva a refletir sobre essas consultas como um colocar em prática da potência do incerto. O ato (anti)performativo de des-dizer pode ser lido como um colocar de novo em jogo o desconhecido, deslocando cliente e entidade do aprisionamento da certeza e colocando-as de volta no movimento de fabulação que está no cerne da consulta com as entidades.</p> <p class="p1"> </p>
2023-05-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Vânia Zikan Cardosohttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/208275Jornadas performativas para reencantamento de Mundos2023-10-19T18:40:25-03:00Alice Stefânia CuriRita de Almeida CastroGiselle Rodrigues de Brito
<p>Neste artigo, discorremos sobre o processo de criação da obra Mundos, do coletivo Teatro do Instante, vinculado ao Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília. Com a deflagração da pandemia de covid-19, o trabalho de criação foi redimensionado para ocorrer sem a presença física dos artistas, fator inicialmente considerado crucial. O interdito se desdobrou em uma busca que envolveu não apenas a pesquisa acerca de possibilidades poéticas e de presença síncrona em telas digitais, como também em mergulhos e fabulações em nossas telas mentais. Experimentamos diferentes modos de estar temporalmente juntas, em distintas naturezas de distâncias, com e sem intermédio de telas, em práticas como viagens xamânicas, diálogos e experimentos tele(em)páticos, fluxos de escrita automática, registros de sonhos, consultas e criações oraculares. Revisitamos e partilhamos alguns rastros desse processo de dois anos e meio que, de um modo ou de outro, constituíram aquilo que resultou na obra fílmica Mundos.</p>
2023-09-04T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Rita, Alice, Gisellehttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/203168Cinema de beiras: narrativas audiovisuais, memória e agência no baixo rio Tapajós2023-10-10T10:54:09-03:00Liendria Marla Malcher Silva
<p>Neste artigo, apresento a ideia de cinema de beiras, por meio do documentário Memórias de velho, do cineasta Carlos Bandeira Júnior (2020), refletindo sobre a agência do filme enquanto objeto de arte. O média-metragem reúne relatos de idosos da região do baixo rio Tapajós. Na análise fílmica, reflito sobre as potencialidades das paisagens nas narrativas orais presentes. Em seguida, discorro sobre a performatividade do olhar do cineasta-antropólogo. Por fim, dedico-me às experiências de comunidades de cinemas do filme, com pessoas que estão na tela e outras que se conectam ao filme por partilharem memórias comuns com as histórias visibilizadas por ele. O rio desponta como um agente importante nas narrativas, ele é uma pessoa-personagem convocada dentro e fora dos filmes. Assim, volto-me à imagem da margem do rio para tecer a metáfora de um cinema de beiras, apontando as potencialidades dessas imagens para o aprofundamento da ideia de Amazônia.</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Liendria Malcher Silvahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/194277Omi erù e pòpò: tentativa para uma etnografia audio-visual do festival de Yemoja no Ilé Àse Papela Mariwo Sesu2023-10-19T18:46:39-03:00José Pedro da Silva Neto
<p>O ensaio é uma tentativa etnográfica audio-visual do festival de <em>Yem<u>o</u>ja</em> realizado no território tradicional de matriz africana <em>yorùbá</em> chamado <em>Ilé À<u>se</u> </em><em>Palepa Mariwo Sesu</em> localizado na zona sul da cidade de São Paulo.</p> <p>OBS: Coloco abaixo o título e subtitúlo com as palavras em yorùbá escritas corretamente, nos tópicos acima isso não foi possível.</p> <p><strong>OMI <u>E</u>RÙ <u>E</u> P<u>Ò</u>P<u>Ò</u>: TENTATIVA PARA UMA ETNOGRAFIA AUDIO-VISUAL DO FESTIVAL DE YEM<u>O</u>JA NO ILÉ À<u>SE</u> PALEPA MARIWO SESU</strong></p>
2023-05-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 José Pedro da Silva Neto; Roderick Steelhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/206927Em busca da música: sobre os usos da câmera como caderno de campo em O Som dos Pássaros2023-06-13T10:59:19-03:00Marianna Knothe Sanfelicio
<p>O texto apresenta uma resenha do filme experimental <em>O Som dos Pássaros</em>, realizado pela antropóloga Kelen Pessuto. As filmagens foram feitas no âmbito de seu trabalho de campo do doutorado, em 2014, na Turquia. Propõe-se aqui que o filme transita entre diferentes categorias, sendo possível classificá-lo também como documentário e como diário de campo visual e sonoro. Trata-se, assim, de um filme que existe entre as fronteiras destes conceitos, assim como o povo curdo, que existe, sem Estado, entre fronteiras. A impossibilidade do campo pretendido originalmente levou Pessuto a buscar outras possibilidades de estar junto aos curdos. Esta abertura para outro campo possível, por sua vez, levou-a a encontrar um novo universo sonoro, que ela mostra ao espectador durante toda a duração do filme. Esta música, enraizada na identidade curda, é encontrada no espaço do <em>dengbêj</em>.</p>
2023-04-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Marianna Knothe Sanfeliciohttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/201955Olinda quer cantar: expressões carnavalescas de uma cidade sem carnaval2023-06-13T15:17:14-03:00Fernanda de Carvalho Azevedo Mello
<p style="font-weight: 400;">Em Olinda (PE), durante o mês de momo, as foliãs tomam as ruas com muito <em>glitter</em>, brilho e corpos à mostra. Não há um centímetro sequer de distância entre ninguém e é muito comum observarmos, de alguma forma, como os apaixonados beijos rápidos que são trocados entre desconhecidas conseguem diminuir ainda mais a lonjura. A montagem desse trabalho tem como duplo objetivo mostrar as ruas do trajeto imaginado para o carnaval de Olinda no ano de 2022; e, a partir da ausência de corpos e da fanfarra, cancelada pelo segundo ano consecutivo pela prefeitura da cidade, refletir sobre os sentidos da festa para a cidade. Em outras palavras, o presente trabalho expõe os registros, através de fotografias, do não-carnaval, do não-beijo, da não-multidão, assim como as resistências e insistências em manter acesa a chama da folia, por meio de fotografias do percurso evocado pela memória de carnavais passados.</p>
2023-05-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Fernanda de Carvalho Azevedo Mellohttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/201513Distanciamento social no Rio de Janeiro2023-09-01T16:46:54-03:00Sidarta Corrêa da Silva Landarini
<p><span style="font-weight: 400;">O objetivo deste artigo é ser um exercício mitopoético do gesto fotográfico, amparado pelas contribuições da antropologia visual.</span> <span style="font-weight: 400;">É do olhar proporcionado pela favela Pereira da Silva (Pereirão) para a zona sul carioca e o Pão de Açúcar que reflito sobre os diferentes sentidos da categoria "distanciamento social” durante a pandemia da Covid-19. Apresento a vista que se dispõe a minha frente como Rio de Janeiro “fantasia”, enquanto do lugar que realizo as fotografias como Rio “realista”. Porém, problematizo minha experiência nesta dualidade, ao me definir como sintoma e intruso no processo de gentrificação da favela, mas também como contraditório e “sem lugar” ao refletir sobre meu campo etnográfico, pois pelos “trajetos” que percorri, não pertenço a nenhum “pedaço”.</span></p>
2023-05-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Sidarta Landarinihttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/201694Batucando-Cantando-Dançando: saberes corporificados, celebração e contestação política no maracatu em São Paulo2023-10-02T14:01:22-03:00Kelwin Marques Garcia dos Santos
<p><span style="font-weight: 400;">Partindo da discussão sobre a relação entre os recentes grupos e as tradicionais nações de maracatu, este artigo intenta compreender o papel do corpo como fulcro para pensar a criação e transmissão de conhecimentos e memórias. Discute-se também como o maracatu pode se apresentar enquanto complexo político para os coletivos que o geram, e disputado como instrumento político - enquanto ritmo ou signo de brasilidade - por agentes exógenos a essas comunidades. A partir de uma experiência de campo com o maracatu em uma manifestação política artivista em defesa da democracia, em São Paulo, 2018, propõe-se compreender tal participação enquanto performance geradora de novas localidades. </span></p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Kelwin Marques Garcia dos Santoshttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/193245“Eras tu, Senhor?”: as faces do contramessianismo em corpos, alegorias e ícones no carnaval da Mangueira2023-10-02T14:00:46-03:00Evandro de Sousa BonfimJoão Gustavo Martins Melo de Sousa
<p>Este artigo lança reflexões partindo das imagens produzidas no desfile da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, que no carnaval de 2020, apresentou o enredo “A Verdade vos Fará Livre”, atualização da biografia de Cristo, como se ele tivesse nascido no morro da Mangueira, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. A partir de imagens dos corpos, carros alegóricos e ícones apresentadas no desfile, são trazidas à discussão as obras contramessiânicas produzidas no campo das artes visuais, desdobradas em uma disputa de narrativas, tendo como centro a figura de Cristo. Neste trabalho, busca-se traçar um panorama de como as imagens sobre Cristo se constituem como alvos de controvérsias públicas. À guisa de Apoteose, o artigo traz a alegoria alusiva ao Calvário, com um jovem Cristo Negro cravejado de balas. Aborda como essa imagem provoca reflexões ao apresentar um corpo periférico, diferente da visão hegemônica do Cristo embranquecido. </p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Evandro de Sousa Bonfim, João Gustavo Martins Melo de Souzahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/203502O conceito de cura e a eficácia performativa em rituais xamânicos2023-10-19T18:39:03-03:00Esther Jean Matteson Langdon
<p>Este trabalho explora os conceitos de cura e eficácia, argumentando que é necessário ir além da visão biomédica e da antropologia simbólica clássica. Na biomedicina, a cura é comprovada por meio de sinais fisiológicos observados após a ingestão de uma substância. A visão simbólica afirma que os rituais de cura são eficazes porque respondem a importantes questões cosmológicas e ontológicas, provocando a transformação da perspectiva do paciente mediante as representações compartilhadas que instigam mudanças nos níveis psicofisiológicos. Com base em pesquisa sobre as práticas xamânicas entre os indígenas siona da Amazônia colombiana e suas narrativas de experiências de aflição e cura, demonstra-se que a experiência para a restauração do bem-estar envolve mais do que a ingestão de substâncias e/ou símbolos compartilhados. A abordagem performática busca compreender a cura em contextos nos quais o corpo é engajado em sua totalidade, independente de significados simbólicos compartilhados ou efeitos físicos das substâncias.</p>
2023-09-01T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 E. Jean Langdon; Isabel Santana de Rosehttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/202989Arte e política: o artivismo como linguagem e ação transformadora do mundo?2023-09-04T17:08:08-03:00Paulo Raposo
<p>Num presente descrito como de crise e incerteza, diferentes pessoas e grupos se questionam e buscam respostas sobre como habitar um mundo que se desfaz nas mãos do extrativismo, do produtivismo, do progresso e da insatisfação consumista. Propõem-se horizontes alternativos a esta necropolítica global em que se estabeleçam novos encontros e formas de estar-com-outros. E, neste ínterim, a arte é assumida como um dispositivo<br />concreto “para adiar o fim do mundo”, para a vida e para outros mundos possíveis. Que ideia de futuro impulsiona projetos e performances artísticas, coletivas ou em solilóquios? Que novos significados nas práticas artísticas contemporâneas ligam pessoas e mundos, criam ecologias e<br />ambientes para intervenções e formulam desejos na formação de novas comunidades políticas? Como a política, a arte é uma questão de vida ou de morte, mas talvez por argumentos opostos. Poderá a arte mudar o destino, enquanto estética da confrontação?</p>
2023-04-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Paulo Raposohttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/196896Atafona: registro de um mundo em ruínas2023-06-13T15:05:55-03:00Carlos Abraão Moura ValpassosJuliana Blasi Cunha
<p>Atafona é uma praia situada no norte do estado do Rio de Janeiro, Brasil. É ali que deságua o rio Paraíba do Sul, depois de percorrer centenas de quilômetros e cruzar três estados federativos. Ao longo do século XX, Atafona constituiu-se como balneário de uma elite regional, que ali ergueu suas casas de veraneio e viveu o lugar, por mais de quatro gerações, como um ambiente de lazer, encontros, festas e sociabilidades diversas. Na segunda metade do século XX, observou-se o início do avanço das águas do mar em direção à área construída de Atafona. O mar avançou e começou a “engolir” as casas, as ruas e as quadras do local. A paisagem transformou-se paulatinamente em uma exposição de ruínas. Este ensaio apresenta imagens das ruínas de Atafona, captadas em momentos distintos do século XXI, para contar um pouco da história do lugar e das transformações da paisagem.</p>
2023-04-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Carlos Abraão Moura Valpassos, Juliana Blasi Cunhahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/205060Memória reparadora: endereçando amnésia, performando trauma2023-10-19T18:47:19-03:00Diana Taylor
<p>Desde o início da Covid-19, muitos de nós tivemos que lidar com o trauma da perda – a perda de vidas, o desaparecimento de meios de vida, a destruição ambiental, os pressupostos sobre responsabilidade social e política. Sem opor experiências e tratamentos de trauma individualizados e coletivos, proponho que práticas performativas de memória reparativa e performances motivadas por experiências de trauma oferecem às vítimas, aos sobreviventes e ativistas formas para responder às repercussões globais e locais da pandemia, nos estimulando a imaginar futuros de vida possíveis.</p> <p> </p>
2023-04-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 John Cowart Dawseyhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/202437A antropologia inquieta de Victor Turner2023-09-04T17:08:08-03:00Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti
<p>A partir de uma visão geral da formação e obra de Victor Witter Turner e de sua recepção pela antropologia brasileira iniciada nos anos 1970, o artigo focaliza o livro Schism and Continuity in an African Society, de 1957, resultante da pesquisa realizada pelo casal Turner na primeira metade dos anos 1950 entre os Ndembu, habitantes do noroeste da atual Zâmbia. Argumenta-se que o impulso propulsor da criativa inquietude que caracteriza a obra de Turner pode ser apreendido por meio de uma leitura etnográfica do conceito de drama social, em meio ao qual a noção de ritual emerge como potente contracorrente narrativa. O foco nessa noção permite indicar desdobramentos conceituais futuros do autor nos quais a etnografia dos Ndembu veio dialogar com temas como a brancura da baleia do romance Moby Dick de Herman Melville, as sagas nórdicas, as peregrinações católicas, as ordens franciscanas, o movimento hippie e as performances teatrais.</p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Laura Viveiros de Castro Cavalcantihttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/200162Entre tensões, estereótipos e cisões: a identidade japonesa no Brasil e sua representatividade na música2023-10-02T14:01:50-03:00Flávio Rodrigues
<p class="western" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">A trajetória dos imigrantes japoneses no Brasil é marcada por uma série de tensões, estereótipos e cisões entre a própria comunidade acerca de sua identidade. As discussões sobre noções de japonesidade e brasilidade entre descendentes, no entanto, ganham novos contornos e arenas a partir do uso da arte. Neste trabalho, abordaremos aspectos da trajetória japonesa no Brasil, a formação de diferentes concepções e relações de etnicidade e discutiremos exemplos de como cada um destes grupos usa a música como ferramenta de afirmação de nacionalidade e plataforma de diálogo. Ressaltaremos também a divisão política intrínseca a estes movimentos e como as redes sociais têm permitido a emersão de novas vozes ao debate, entrevistando artistas militantes ativas na construção destes espaços.</span></span></p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Flávio Rodrigueshttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/199765Identidades e grupos étnicos do Litoral Norte do Rio Grande do Sul no Festival Tafona da Canção Nativa2023-06-05T11:06:30-03:00Pedro Leandro Scarparo SilveiraOlavo Ramalho Marques
<p>Os Festivais Nativistas, no contexto do Movimento Nativista Gaúcho, consistem em concursos de músicas que visam fomentar a criação e produção cultural de cunho regional. Estes eventos, através das canções julgadas, classificadas e premiadas, celebram identidades e ensejam disputas entre grupos sociais em busca de visibilidade, delimitando fronteiras simbólicas, vivificando mitos de origem e tradições inventadas. O presente artigo apresenta uma análise de algumas canções da “Tafona da Canção Nativa de Osório”, de aspectos de seus regulamentos, de textos e depoimentos de pessoas envolvidas no festival ao longo de seus 31 anos de existência. A Tafona revela-se um festival sui-generis, já que, para além da “Linha Campeira”, destinada a canções que celebram essa dimensão hegemônica da identidade gaúcha, abre espaço para a premiação de canções que versam sobre "temática litorânea”, uma vez que a cidade de Osório está inserida no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.</p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Pedro Leandro Scarparo Silveira, Olavo Ramalho Marqueshttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/203172Pedras em movimento2023-05-09T10:42:47-03:00Evelyn Martina Schuler Zea
<p style="font-weight: 400;">De onde o movimento recebe impulso? Seja numa performance ou intervenção ou no discurso, de onde vem sua motivação? E mesmo: quanto movimento há no movimento? Essas e outras questões são mobilizadas no ensaio que segue em circunstâncias de sua aparente privação ou impossibilidade: os silêncios do discurso, a imobilidade das pedras ou os desafios da morte.</p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Evelyn Martina Schuler Zeahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/203166Uma vida fronteiriça, entre viver e performar: estudo de caso da performer Sucia Infecciosa Inmunda2023-10-02T14:03:14-03:00Cristiane de Almeida Santos
<p>A performance artística é um ato, ou melhor, uma ação que quase sempre respeita um programa performativo pré-concebido que pensa a duração, local e execução. Contudo, diversos performers extrapolaram o que se entende por programa e vivenciaram ações performativas de longa duração. Mas, e quando a performance e vida se misturam, o que sobra? Como podemos identificar o que é vida e o que é performance? Nesse sentido, existem aqueles que experienciam estar na fronteira entre viver e performar, nesse caso, a fronteira não se constitui como barreira ou separação e sim local de encontros, trocas, ao qual não se sabe onde termina um espaço e começa o outro, é fronteira como entrelugar de fluição da vida. Este artigo trata de Sucia Infecciosa Inmunda, uma mulher trans, performer “monstrificada” pela sociedade e que decide performar a “monstrificação” como forma de (r)existir.</p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Cristiane de Almeida Santoshttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/201593MEDEA: experiência em videoperformance2023-10-02T14:02:43-03:00Luciana Lyra
<p>Escrito em primeira pessoa, este texto tem por escopo apresentar a videoperformance MEDEA, com atuação de Luciana Lyra, direção de Ana Cecília Costa para o texto de Newton Moreno. Criada em 2021, a ação videográfica, com 18 minutos de duração, busca inspiração em imagens das xilogravuras alemãs e brasileiras, de tons expressionistas, para dar conta da densa narrativa que se desdobra acerca desta personagem icônica da tragédia grega, aqui revisitada em contexto brasileiro. Sendo a MEDEA, nesta narrativa videoperformada, uma nordestina na diáspora ao Sudeste nacional, o trabalho acaba por denunciar o estado de opressão sofrido pelas mulheres migrantes, dando contornos feministas à ação artística, signo das atuações e encenações encampadas por Lyra, integrante do NAPEDRA (Núcleo de Antropologia, performance e drama-USP), desde 2004, e fundadora do grupo de pesquisa MOTIM – Mito, Rito e Cartografias Feministas nas Artes (CNPq-UERJ), em 2015.</p>
2023-03-31T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Luciana Lyrahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/200465Imagonure Kuogori Pijiwuda ji, Conversando com Sylvia2022-09-05T09:39:40-03:00Ricardo Dionisio Fernandes
<p><span style="font-weight: 400;">O filme acima refere-se à entrevista com Sylvia Caiuby Novaes transcrita nesta seção TER e está correlacionado com o ensaio visual Espelho da Memória: Sylvia Caiuby Novaes através da fotografia, presente na seção GIS. Aqui o leitor poderá ver e ouvir Sylvia e adentrar no seu mundo sensorial, no qual ela dialoga com vários de seus orientandes que a acompanharam em sua trajetória profissional. Nesse mundo, em forma de entrevista, temos acesso ao universo sensível construído por Sylvia nos campos que realizou, na Universidade de São Paulo onde sempre trabalhou e na casa onde mora em São Paulo.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A entrevista está dividida em duas partes, pois foi realizada em dois dias de gravação em sua casa, em 25 e 29 de outubro de 2021.</span></p>
2022-08-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 LISA Laboratório de Imagem e Som em Antropologiahttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/199661Öwawe Hoibaré/Rio das Mortes Vivo2023-10-19T18:44:04-03:00Ana Lucia Ferraz
<p>A série de vídeos Öwawe Hoibaré compõe-se de episódios nos quais se documentam as relações dos povos A’uwé Xavante com o Rio das Mortes, em um contexto em que o projeto de uma hidrelétrica é apresentado aos a’uwé por uma empresa gigante do agronegócio brasileiro.</p>
2023-04-20T00:00:00-03:00Copyright (c) 2023 Ana Lucia Ferrazhttps://www.revistas.usp.br/gis/article/view/199261Religiões, suas imagens, performances e rituais2022-09-02T10:29:30-03:00Francirosy Campos BarbosaRubens Alves da SilvaPedro Simonard
<p><span style="font-weight: 400;">Instigados pelos saberes religiosos inteligíveis e sensíveis das religiões tradicionais e das diversas formas de pertencimento espiritual que escapam à estrutura formal religiosa, mas conectam o ser humano com aquilo que ele chama de sagrado, buscamos neste dossiê construir um mapa das representações que perpassam suas imagens, suas performances que evidenciam rituais e pertencimentos sagrados. As formas expressivas ganham nuances diferenciadas em espaços religiosos, tendo em vista determinadas restrições, o que faz com que o pesquisador tenha que lançar mão de estratégias estéticas e de pesquisa diferenciadas para compor seu universo imagético e performático. Este dossiê permeia o universo simbólico dos rituais religiosos, as digressões entre religião e política, as expressões de decolonialidade, o corpo entregue à devoção e outras análises que envolvam discussões sobre expressões sensíveis por meio de imagens, performances. </span></p>
2022-08-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Francirosy Campos Barbosa, Rubens Alves da Silva, Pedro Simonard