Corpo, lacuna, traço

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2020.172250

Resumo

O corpo é o que desaparece; a lacuna, o próprio desaparecimento; o traço, aquilo que resta, a marca no espaço, rastro, vestígio, cicatriz. Durante sete anos, caminhei por diversas paisagens e narrativas em busca dos mortos, fotografando o que encontrava: pedras, ossos, cinzas, florestas, ruínas, casas, trilhos de trem. As imagens agora compõem um arquivo, uma espécie de atlas warburguiano em que elas podem se encontrar, se confrontar, se inventar. O website Corpo, lacuna, traço é um dos resultados da minha pesquisa pós-doutoral, que teve como eixo um estudo sobre monumentos e memoriais aos mortos. Através de reflexões sobre a imagem, o corpo, a memória e a morte, compreendo o memorial como o novo corpo do morto, a partir de um possível efeito de presença, já que ele localiza o desaparecido no espaço físico e material de uma comunidade. Diante de um vasto arquivo de viagens e memórias, tento dar uma ordem ao que resta – as imagens. Algumas evidenciam o resto, o rastro, o traço. Outras evidenciam o apagamento dos mortos. Como ver o que a paisagem mostra?

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Carolina Junqueira dos Santos, Universidade de São Paulo

    Doutora em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG [2015/FAPEMIG], com estágio sanduíche na Faculté des Sciences Sociales da Université de Strasbourg [2014/CAPES]. Pós-doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo/USP e pela École des Hautes Études en Sciences Sociales/EHESS, em Paris, com pesquisa sobre monumentos e memoriais aos mortos [2016-2020/FAPESP]. Bacharel em Artes [UFMG, 2003/CNPq] e mestre em Artes Visuais [UFMG, 2006/CAPES]. Tem experiência na área de Arte e Fotografia, com ênfase em teoria e crítica da imagem, especialmente em seu sentido antropológico. Desenvolveu uma vasta pesquisa sobre o universo das fotografias familiares memoriais e post-mortem, imagens imersas no contexto do luto e da perda, junto a diversos estudos sobre a morte e a representação do corpo desaparecido. Tem pesquisado, há anos, a presença e o impacto dos elementos memoriais na cultura, como museus, cemitérios, monumentos, altares efêmeros, lugares de consciência e memória, fotografia. Ganhou, em 2016, o Prêmio CAPES de Tese na área de Artes/Música com a pesquisa "O corpo, a morte, a imagem: a invenção de uma presença em fotografias memoriais e post-mortem", defendida em 2015. É pesquisadora do GRAVI, Grupo de Antropologia Visual da Universidade de São Paulo/USP.

Publicado

2020-08-24

Edição

Seção

Achados na Rede

Dados de financiamento

Como Citar

“Corpo, Lacuna, traço”. 2020. GIS - Gesto, Imagem E Som - Revista De Antropologia 5 (1). https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2020.172250.