Modelo geométrico de fraturas e análise da tectônica rúptil aplicados ao estudo do fluxo do aquífero cristalino, São Paulo (SP)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v16i3p71-88Palavras-chave:
Fraturas, Aquífero cristalino, Geologia estrutural, Tectônica rúptil, São Paulo, Brasil.Resumo
A análise detalhada de estruturas rúpteis é uma ferramenta ainda pouco utilizada no estudo de aquíferos fraturados, apesar de ser complementar aos dados obtidos em poços e de fornecer elementos de grande relevância para a elaboração de modelos conceituais de fluxo de água subterrânea. Este trabalho apresenta análise de dados coletados em pedreiras do Complexo Embu, visando elaborar modelo geométrico de fraturas em granitos e gnaisses pré-cambrianos, de modo a fornecer subsídios a projeto mais amplo de caracterização de contaminação de aquíferos por solventes organoclorados da área industrial do Jurubatuba, na cidade de São Paulo. Os dados coletados ao longo de scanlines, com correção do viés de orientação, e em observações pontuais, permitiram caracterizar grupos de fraturas, bem como seus respectivos campos de esforços e idades relativas. Os grupos subverticais de expressão regional são extrapoláveis para a área do Jurubatuba, complementando os dados obtidos em perfilagens de poços verticais. A transmissividade relativa dos grupos de fraturas é indicada pelo seu grau de intemperismo, presença de vegetação e de saídas de água. A pedreira constituída de gnaisses é o melhor análogo da geologia da área industrial. Sua foliação, afetada por dobra cilíndrica aberta e assimétrica, é de baixo a médio mergulho para SE ou NW e foi intensamente reativada como fraturas contínuas e de baixo mergulho, cuja transmissividade é relativamente elevada. Abundantes fraturas NW subverticais podem ser o principal caminho para o fluxo vertical. Fraturas subverticais NE são transmissivas, no entanto apresentam grande espaçamento e, por isso, são consideradas de menor importância para o fluxo, da mesma forma que as frequentes fraturas subverticais EW, de menor transmissividade relativa.
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