Avaliação hidrogeológica quali-quantitativa do aquífero fraturado Serra Geral, localizado no noroeste do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-176588Palavras-chave:
Rochas basálticas, Estruturas lineares, Hidrodinâmica, Hidrogeoquímica, Sistema aquífero Serra GeralResumo
Um dos maiores aquíferos do Rio Grande do Sul é o aquífero fraturado Serra Geral. Ele corresponde a uma importante fonte de abastecimento de água para 46% dos municípios. Este estudo objetiva avaliar a influência do sistema de fraturas do sistema aquífero Serra Geral na produtividade e na qualidade das águas subterrâneas. Testes estatísticos, integrando parâmetros estruturais, hidrodinâmicos e hidroquímicos, foram realizados utilizando o programa estatístico PAST. A área de estudo abrange o município de Frederico Westphalen. A maior parte (75%) das captações do município não ultrapassa 186 m de profundidade. As captações que interceptam mais de uma zona de fratura têm maior capacidade específica (até 19,8 m3/h/m) e são menos profundas do que as que interceptam uma única zona de fratura. As vazões são da ordem dos 8 m3/h. Os poços próximos aos maiores lineamentos interceptam frequentemente várias zonas de fraturas e apresentam: estradas de água, nível dinâmico e estático menos profundos, maior vazão e maior capacidade específica em relação aos poços próximos a lineamentos menores. Os níveis piezométricos indicam tendência regional de escoamento de oeste para leste e nordeste. Predominam águas bicarbonatadas sódicas, sendo mais carbonatadas e mais cloretadas as águas de poços que interceptam uma única zona de fratura. O pH, entre 7 e 9,9, aumenta com a proximidade dos lineamentos e com o aumento da profundidade da captação. Apesar de 78% das águas apresentarem qualidade nos padrões de potabilidade para consumo humano, há poços com concentrações de ferro total e de fluoreto acima do permissível. Há indícios de contribuição de águas salinizadas de aquíferos mais profundos (fluxo ascendente) em poços que exploram o sistema aquífero SG.
Downloads
Referências
Agência Nacional de Águas (ANA). (2010). Atlas Brasil: Abastecimento urbano de água. Brasília: ANA. Disponível em: <http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/ResultadosEstado.aspx>. Acesso em: 27 jun. 2020.
Athayde, G. B., Athayde, C. M., Rosa Filho, E. F., Licht, O. A. B. T. (2014). Contribuição ao estudo da conectividade entre os Sistemas Aquíferos Serra Geral (SASG) e Guarani (SAG) no Estado do Paraná, Brasil. Boletim Paranaense de Geociências, 71, 136-145. https://doi.org/10.5380/geo.v71i0.31790
Athayde, G. B., Müller, C. V., Rosa Filho, E. F., Hindi, E. (2007). Estudo sobre os tipos das águas do Aquífero Serra Geral, no município de Marechal Cândido Rondon – PR. Águas Subterrâneas, 21(1), 111-122. https://doi.org/10.14295/ras.v21i1.16174
Baum, C. A., Mancuso, M. A., Fritzen, R. R., Delarmelin, W. C. (2015). Água e saúde pública. Ação junto a secretaria de saúde, Campinas. 2º Congresso de Extensão da Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu. Campinas: AUGM. Disponível em: <https://www.ufsm.br/pro-reitorias/pre/2015/10/09/ufsm-no-2-congresso-de-extensao-da-augm/>. Acesso em: 27 maio 2020.
Bongiolo, A. B. S., Ferreira, F. J. F., Bittencourt, A. V. L., Salamuni, E. (2014). Connectivity and magnetic-structural compartmentalization of the Serra Geral and Guarani Aquifer Systems in central state of Paraná (Paraná Basin, Brazil). Revista Brasileira de Geofísica, 32(1), 141-160. https://doi.org/10.22564/rbgf.v32i1.402
Brasil. (2017). Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Anexo XX - do Controle e da vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, 190(Supl.). Disponível em: <https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/29/PRC-5-Portaria-de-Consolida----o-n---5--de-28-de-setembro-de-2017.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2020.
Bregolin, A. J. G. (2015). Radônio em águas subterrâneas de estâncias termais selecionadas do noroeste do Rio Grande do Sul e sudoeste de Santa Catarina. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: Instituto de Geociências - UFRGS.
Celligoi, A., Corcóvia, J. A., Pinese, J. P. P. (2019). Análise hidroquímica dos Aquíferos Guarani e Serra Geral no município de Ibiporã-PR. Caminhos de Geografia – Revista Online, 20(72), 77-93. https://doi.org/10.14393/RCG207242096
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). (2005). Serviços Geológicos do Brasil. Mapa Hidrogeológico do Estado do Rio Grande do Sul. Escala: 1:750.000. Brasília: Ministério de Minas e Energias / Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral.
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). (2020). Banco de dados de poços (SGB/CPRM). Serviço Geológico do Brasil / CPRM. Disponível em: <http://siagasweb.cprm.gov.br/layout/pesquisa_complexa.php>. Acesso em: 27 jul. 2020.
Cunha, G. G., Roisenberg, A., Pulgati, F. H., Freitas, M. A. (2016). Hidrogeoquímica do Sistema Aquífero Serra Geral na região do Alto Rio Uruguai, Noroeste do Rio Grande do Sul e sua relação espacial com a tectônica rúptil. Pesquisas em Geociências, 43(1), 55-67. https://doi.org/10.22456/1807-9806.78192
Dias, A. A., Parisi, G. N. (2007). Programa Geologia do Brasil. Projeto Geologia para Apoio aos Arranjos Produtivos de Gemas do Rio Grande do Sul, RS, Frederico Westphalen, folha SG.22-Y-C-II. Porto Alegre: CPRM, 73 p.
Environmental Systems Research Institute (ESRI). (2014). ArcGIS for Desktop Advanced. Release 10.2.2. Redlands: ESRI.
Farr, T. G., Kobrick, M. (2000). The shuttle radar topography mission: a global DEM. Disponível em: <https://earthexplorer.usgs.gov/>. Acesso em: 27 maio 2020.
Formentini, J., Mancuso, M. A., Albuquerque Filho, J. L. (2016). Estruturação de base de dados de qualidade das águas subterrâneas voltada para a gestão da Bacia do Rio da Várzea, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental, 6, 88-97. Disponível em: <https://www.abge.org.br/downloads/revistas/RBGEA_2016.pdf>. Acesso em: 27 maio 2020.
Freitas, A. F. (2016). Hidrogeoquímica e isotopia de águas com alta salinidade do sistema aquífero serra geral na região do Alto Rio Uruguai, Brasil. Tese (Doutorado). Porto Alegre: Instituto de Geociências - UFRGS.
Freitas, M. A., Binotto, R. B., Nanni, A. S., Rodrigues, A. L. M., Bortoli, C. R. (2012). Avaliação do Potencial Hidrogeológico, Vulnerabilidade Intrínseca e Hidroquímica do Sistemas Aquífero Serra Geral no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 17(2), 31-41. https://doi.org/10.21168/rbrh.v17n2.p31-41.
Hammer, Ø. (2017). PAleontological STatistics Version 3.15. Reference manual. Natural History Museum. University of Oslo, 253 p.
Hasenack, H., Weber, E. (org.). (2010). Base cartográfica vetorial contínua do Rio Grande do Sul. Escala: 1:50.000. Porto Alegre: UFRGS Centro de Ecologia. 1 DVD-ROM. (Série Geoprocessamento n.3). Disponível em: <https://www.ufrgs.br/labgeo/index.php/dados-espaciais/250-base-cartograficavetorial-continua-do-rio-grande-do-sul-escala-1-50-000>. Acesso em: 2 jun. 2020.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2008). Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Tabela 1752 - Número de municípios, total e os com serviço de abastecimento de água, por tipo de captação, Tabela 1753 - Número de municípios, total e os com captação de água, por existência e tipo de poluição ou contaminação na captação. Brasil: IBGE Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1752>, <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1753>. Acesso em: 25 ago. 2020.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2010). Censo Demográfico 2010. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Tabela 200 - População residente, por sexo, situação e grupos de idade - Amostra - Características Gerais da População. Brasil: IBGE Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/ tabela/200>. Acesso em: 8 out. 2020.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (2015). Indicadores de Desenvolvimento Sustentável. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Tabela 1159 - Distribuição percentual de moradores em domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento de água e situação do domicílio. Brasil: IBGE Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1159>. Acesso em: 27 maio 2020.
Köppen, W. (1931). Grundriss der Klimakunde. Berlim: Walter de Gruyter.
Logan, J. (1965). Interpretação de Análises Químicas da Água. Recife: US. Agency for International Development.
Machado, A. V. M., Santos, J. A. N., Nogueira, L. T., Nogueira, M. T., Oliveira, P. A. D. (2016). Acesso ao abastecimento de água em comunidades rurais: o desafio de garantir os direitos humano à água. XII Congresso Nacional de Excelência em Gestão & III Inovarse - Responsabilidade Social Aplicada, p. 14. Rio de Janeiro.
Machado, J. L. F. (2005). Compartimentação espacial e arcabouço hidroestratigráfico do Sistema Aquífero Guarani no Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado). Porto Alegre: Escola Politécnica, Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Machado, J. L. F., Freitas, M. A. (2000). Hidroquímica do Aquífero Serra Geral no oeste de Santa Catarina. 1st Joint World Congress on Groundwater. Fortaleza: ABAS.
Mancuso, M. A., Formentini, J., Griebeler, J. S. (2014a). Caracterização de hipotermalismo na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. XVIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 18 p. Belo Horizonte: ABAS. Disponível em: <https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/28324/18430>. Acesso em: 23 out. 2020.
Mancuso, M. A., Manfio, J., Schroeder, J. K., Glusczak, A. G., Griebeler, J. S., Sperandio, D. G., Kerkhoff, E. L. W., Pessotto, I. P., Centenaro, N. (2015). Caracterização da qualidade e da quantidade das águas subterrâneas utilizadas para o abastecimento de municípios da região do Alto Uruguai (RS). Engenharias na Extensão Universitária, 1, 53-83. Santa Maria: FACOS-UFSM.
Mancuso, M. A., Schroeder, J. K., Silva, S. J. L. (2013). Análise dos teores de flúor nas águas de abastecimento público em municípios localizados sobre o aquífero Serra Geral, RS. XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos. Bento Gonçalves: ABRH. Disponível em: <https://www.abrhidro.org.br/SGCv3/publicacao.php?PUB=3&ID=155&SUMARIO=3973>. Acesso em: 27 maio 2020.
Mancuso, M. A., Schroeder, J. K., Silva, S. J. L. (2014b). Aplicação da geoestatística às ocorrências de íon fluoreto nas águas de abastecimento público de municípios localizados no Aquífero Serra Geral, no noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil. XXII Congresso da Água/XVI ENASB/XVI SILUBESA. Lisboa: APRH.
Manzano, M., Guimarães, M. (2009). Hidroquimica regional del SAG estudio del origen de la composición química de las aguas subterráneas del Sistema Acuífero Guaraní. Avanços no Conhecimento do Sistema Aquífero Guarani. Tomo 2. Inventário e amostragem. Hidroquímica zona sul e norte. Isotopia. Volumen 8: Informe final de Hidroquímica Regional. Montevidéu. 225 p.
Matos, A. B., Reginato, P. A. R., Athayde, G. B. (2018). Compartimentação hidrogeológica do Sistema Aquífero Guarani na escarpa da serra geral no nordeste do RS. Águas Subterrâneas, 32(1), 130-139. https://doi.org/10.14295/ras.v32i1.28965
Möbus, G. (2014). Software QualiGraf, v.1.17. Ceará: Departamento de Recursos Hídricos, Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www5.funceme.br/qualigraf/mi/midia/show/3>. Acesso em: 2 jun. 2020.
Mocellin, R. C., Ferreira, F. J. F. (2009). Conectividade e compartimentação dos sistemas aqüíferos Serra Geral e Guarani no sudoeste do estado do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Geociências, 39(3), 567-579. https://doi.org/10.25249/0375-7536.2009393567579
Nanni, A. S. (2008). O flúor em águas do Sistema Aquífero Serra Geral no Rio Grande do Sul: origem e condicionamento geológico. Tese (Doutorado). Porto Alegre: Instituto de Geociências - UFRGS. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13785/000653223.pdf?...1>. Acesso em: 23 out. 2020.
Organização dos Estados Americanos (OEA). (2009). Aquífero Guarani: programa estratégico de ação. Relatório do Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani. Edição bilíngue. Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai. Organização dos Estados Americanos.
Pasini, F., Mancuso, M. A., Fortes, P. R., Breunig, F. M., Fritzen, R. R. (2021). Recarga de Aquífero em Floresta Estacional Decidual Nativa (Bioma de Mata Atlântica). Ciência Florestal, no prelo.
Reginato, P. A. R., Ahlert, S., Schneider, V. E. (2013). Caracterização hidroquímica do Sistema Aquífero Serra Geral na região nordeste do Rio Grande do Sul. Águas Subterrâneas, 27(1), 65-78. https://doi.org/10.14295/ras.v27i1.27061
Silva, J. L. S., Santiago, M. R., Mancuso, M. A., Löbler, C. A., Dressler, V. L., Melo, T. C., Goffermann, M. (2014). Concentrações anômalas de flúor em águas subterrâneas. Ciência e Natura, 36(2), 745-768. https://doi.org/10.5902/2179460X13457
Silva, R. V., Vendruscolo, R., Santos, A. T., Andrade, A. M. H. (2008). Caracterização mineralógica de solos na região de Frederico Westphalen, RS. XX Salão de Iniciação Científica. Porto Alegre: UFRGS.
Teixeira, G. V., Viero, P. A. (2017). Evolução hidrogeoquímica dos aquíferos mesozoicos da porção sul da bacia do Paraná no oeste do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Águas Subterrâneas, 31(1), 36-51. https://doi.org/10.14295/ras.v31i1.28577
White, M. M. (2013). Geochemistry. Nova Jersey: Wiley-Blackwell.
Wildner, W., Ramgrab, G., Lopes, R. C., Iglesias, C. M. F. (2007). Geologia e recursos minerais do estado do Rio Grande do Sul. Escala 1:750.000. Porto Alegre: CPRM. 1 DVD-ROM. Programa Geologia do Brasil, Mapas Geológicos Estaduais.
Zoby, J. L. G., Matos, B. (2002). As águas subterrâneas no Brasil e sua inserção na política nacional de recursos hídricos. XII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas. Florianópolis: ABAS.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Malva Andrea Mancuso, Caroline Emiliano Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista Geologia USP. Série Científica, o direito de primeira publicação, com o trabalho sob a licença Creative Commons BY-NC-SA (resumo da Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0 | texto completo da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/legalcode) que permite o compartilhamento do trabalho de forma não comercial e conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), conferindo os devidos créditos autorais da primeira publicação nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, uma vez que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O efeito do Acesso Aberto e downloads no impacto das citações).
