Caracterização em multiescala de carbonatos neoproterozóicos da Pedreira GMD, Formação Lagoa do Jacaré, Grupo Bambuí, Paraopeba-MG

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-163573

Palavras-chave:

Rochas carbonáticas, Tempestitos, Afloramentos análogos, Bacia do São Francisco, Reservatórios de hidrocarbonetos

Resumo

O método Caracterização Multiescalar de Reservatórios (Camures) vem se consolidando como uma importante ferramenta e que tem auxiliado na caracterização dos mais diferentes tipos de afloramentos e seções de rochas sedimentares. O objetivo deste trabalho compreende a aplicação desse método em um afloramento da Formação Lagoa do Jacaré, Grupo Bambuí, representado por uma pedreira desativada na região de Paraopeba, centro-norte de Minas Gerais. Para tanto, utilizaram-se diferentes ferramentas investigativas em macro, meso e microescalas de análise para caracterização dessa unidade nesse afloramento. A caracterização litofaciológica de detalhe na pedreira revelou cinco litofácies carbonáticas principais. Dados geofísicos de Ground Penetrating Radar (GPR) e raios gama foram levantados para auxiliar no reconhecimento das principais geometrias e litologias presentes na área, bem como na correlação lateral dos perfis levantados na pedreira. A análise petrográfica microscópica mostra a ocorrência de seis fácies. A análise das litofácies e estruturas sedimentares presentes apontam para deposição sob influência de ondas de tempestade em diversos ciclos tempestíticos em plataforma carbonática rasa. Essa sequência é definida na base por brechas intraclásticas, representando momentos de alta energia, passando a momentos de menor energia que favorecem a deposição carbonática fina com estratificações hummocky e plano-paralelas, marcas onduladas associadas, até raros momentos de calmaria com deposição de sedimentos carbonáticos finos na transição antepraia-plataforma (shoreface-offshore).

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Alkmim, F. F., Brito-Neves, B. B., Castro Alves, J. A. (1993). Arcabouço tectônico do Craton do são Francisco; uma revisão. In: J. M. L. Domingues, A. Misi (Eds.), O Craton do São Francisco (p. 45-62). Salvador: SBG/SGM/CNPq.

Alkmim, F. F., Martins-Neto, M. A. (2001). A Bacia Intracratônica do São Francisco: Arcabouço Estrutural e Cenários Evolutivos. In: C. P. Pinto, M. A. Martins-Neto (Eds), Bacia do São Francisco: Geologia e Recursos Naturais (p. 9-30). Belo Horizonte: SBG.

Alkmim, F. F., Martins-Neto, M. A. (2012). Proterozoic firstorder sedimentary sequences of the São Francisco craton, eastern Brazil. Marine and Petroleum Geology, 33(1), 127-139. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2011.08.011

Alvarenga, C. J. S., Santos, R. V., Vieira, L. C., Lima, B. A. F., Mancini, L. H. (2014). Meso-Neoproterozoic isotope stratigraphy on carbonates platforms in the Brasilia Belt of Brazil. Precambrian Research, 251, 164-180. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2014.06.011

Babinski, M., Pedrosa-Soares, A. C., Trindade, R. I. F., Martins, M., Noce, C. M., Liu, D. (2012). Neoproterozoic glacial deposits from the Araçuaí orogen, Brazil: age, provenance and correlations with the São Francisco craton and West Congo belt. Gondwana Research, 21(2-3), 451-465. https://doi.org/10.1016/j.gr.2011.04.008

Babinski, M., Vieira, L. C., Trindade, R. I. F. (2007). Direct dating of the Sete Lagoas cap carbonate (Bambuí Group, Brazil) and implications for the Neoproterozoic glacial events. Terra Nova, 19(6), 401-406. https://doi.org/10.1111/j.1365-3121.2007.00764.x

Basso, M., Kuroda, M. C., Vidal, A. C. (2017). Análise geológica e petrofísica de um bloco de travertino como análogo de reservatório de hidrocarbonetos. Geologia USP. Série Científica, 17(2), 211-221. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-337

Caxito, F. A., Halverson, G. P., Uhlein, A., Stevenson, R., Dias, T. G., Uhlein, G. J. (2012). Marinoan glaciation in east central Brazil. Precambrian Research, 200-203, 38-58. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2012.01.005

Costa, M. T., Branco, J. J. R. (1961). Roteiro para a excursão Belo Horizonte – Brasília. XIV Congresso Brasileiro de Geologia, 15-25. Belo Horizonte: SBG.

Dardenne, M. A. (1978). Síntese sobre a estratigrafia do Grupo Bambuí no Brasil Central. XXX Congresso Brasileiro de Geologia, 2, 597-610. Recife: SBG.

Della Fávera, J. C. (2001). Fundamentos de estratigrafia moderna. 4ª ed. Rio de Janeiro: Ed. UERJ.

Dunham, R. J. (1962). Classification of carbonate rocks according to depositional texture. American Association of Petroleum Geologists, 1, 108-121. https://doi.org/10.1306/M1357

Feboli, W. L. (2008). Folha Pompeu. Escala 1:100.000. Brasília: Ministério de Minas e Energia/CPRM.

Ferreira, J. F. F., Candido, A. G., Rostirolla, S. P. (2010). Correlação gamaespectrométrica de afloramentos e poços: estudo de caso na Formação Ponta Grossa (Bacia do Paraná, Brasil). Revista Brasileira de Geofísica, 28(3), 371-396. https://doi.org/10.1590/S0102-261X2010000300005

Forte, E., Pipan, M. (2011). Reservoir analogues characterization by means of GPR. EAGE/SEG Summer Research Workshop. Trieste: SEG. http://doi.org/10.3997/2214-4609.201402465

Forte, E., Pipan, M., Casabianca, D., Di Cuia, R., Riva, A. (2012). Imaging and characterization of a carbonate hydrocarbon reservoir analogue using GPR attributes. Journal of Applied Geophysics, 81, 76-87. https://doi.org/10.1016/j.jappgeo.2011.09.009

Freitas, A. R. (2020). Caracterização multiescalar e modelagem geológica de carbonatos neoproterozoicos da Formação Lagoa do Jacaré, Grupo Bambuí, na Pedreira GMD – Paraopeba-MG: uma contribuição à geologia de reservatório. Dissertação (Mestrado). Belo Horizonte: Instituto de Geociências - UFMG.

Fugita, A. M., Clark-Filho, J. G. (2001). Recursos energéticos da Bacia do São Francisco: hidrocarbonetos líquidos e gasosos. In: C. P. Pinto, M. A. Martins-Neto (Eds.). Bacia do São Francisco: geologia e recursos naturais (p. 265-284). Belo Horizonte: SBG.

Garcia, A. J. V., Ribeiro, D. M., Figueiredo, S. A. S., Dantas, M. V. S., Oliveira, I., Leite, K. A. S., Garcia, G. G. (2015). 3D Modeling of Carbonate Reservoir Analogue Outcrops Using CAMURES Methodology, Sergipe/Alagoas Basin (SEAL), Northeastern Brazil. AAPG Annual Convention and Exhibition. Denver: AAPG.

Grabau, A. W. (1904). On the classification of sedimentary rocks. American Geologist, 33, 228-247.

Hilbert, N. N. (2016). Heterogeneidades em multiescala da Formação Marizal (Aptiano, Bacia do Tucano, BA) como análogo de reservatórios fluviais em bacias distensionais. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Instituto de Geociências - USP. https://doi.org/10.11606/D.44.2017.tde-27032017-113243

Hoffman, P. F., Kaufman, A. J., Halverson, G. P., Schrag, D. P. (1998). A Neoproterozoic snowball earth. Science, 281(5381), 1342-1346. http://doi.org/10.1126/science.281.5381.1342

Koehrer, B., Zeller, M., Aigner, T., Poeppelreiter, M., Milroy, P., Forke, H., Al-Kindi, S. (2010). Facies and stratigraphic framework of a Khuff outcrop equivalent: Saiq and Mahil formations, Al Jabal al-Akhdar, Sultanate of Oman. GeoArabia, 15(2), 91-156.

Lira, A. R. A. (2004). Caracterização em multiescala de análogos de reservatórios da formação Maceió (aptiano da Bacia de Alagoas), nas regiões de Japaratinga e Morros de Camaragibe-AL. Tese (Doutorado). Recife: Centro de Tecnologia e Geociências - UFPE. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6522. Acesso em: 6 fev. 2021.

Martinez, M. I. (2007). Estratigrafia e tectônica do Grupo Bambuí no norte do estado de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado). Belo Horizonte: Instituto de Geociências - UFMG. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/MPBB-76LHRV. Acesso em: 6 fev. 2021.

Martins, M., Lemos, V. B. (2007). Análise estratigráfica das sequências neoproterozoicas da Bacia do São Francisco. Revista Brasileira de Geociências, 37(4 Supl.), 156-167. https://doi.org/10.25249/0375-7536.200737S4156167

Martins-Neto, M. A. (2009). Sequence Stratigraphic framework of Proterozoic successions in eastern Brazil. Marine and Petroleum Geology, 26(2), 163-176. https://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2007.10.001

Melani, L. H. (2015). Caracterização petrofísica de reservatório carbonático. Dissertação (Mestrado). Campinas: Instituto de Geociências - UNICAMP. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/265810. Acesso em: 4 fev. 2021.

Menezes, L. (2004). Mapeamento digital de análogos a reservatórios petrolíferos: exemplos para depósitos fluviais da Unidade Açu-3-Bacia Potiguar. Dissertação (Mestrado). Natal: Centro de Ciências Exatas e da Terra - UFRN. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/18764. Acesso em: 6 fev. 2021.

Paim, P. S. G., Garcia, A. J. V., Faccini, U. F., Lavina, E. L. C. (2003). Geoarq, uma abordagem integrada e aplicada da Geologia Sedimentar. In: P. S. G. Paim, U. F. Faccini, R. G. Netto (Eds.), Geometria, arquitetura e heterogeneidades de corpos sedimentares: estudo de casos (p. 16-24). São Leopoldo: Editora Unisinos.

Paula-Santos, G. M., Babinski, M., Kuchenbecker, M., Caetano-Filho, S., Trindade, R. I. F., Pedrosa-Soares, A. C. (2015). New evidence of an Ediacaran age for the Bambuí Group in southern São Francisco craton (eastern Brazil) from zircon U–Pb data and isotope chemostratigraphy. Gondwana Research, 28(2), 702-720. https://doi.org/10.1016/j.gr.2014.07.012

Pinto, C. P., Pinho, J. M. M., Sousa, H. A. (2001). Recursos minerais e energéticos da Bacia do São Francisco em Minas Gerais: uma abordagem regional. In: C. P. Pinto, M. A. Martins-Neto (Eds.), Bacia do São Francisco: geologia e recursos naturais (p. 139-160). Belo Horizonte: SBG.

Pinto, C. P., Silva, M. A. (2014). Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais. Escala 1:1.000.000. Belo Horizonte: CPRM-CODEMIG.

Plint, A. G. (2010). Wave-and storm-dominated shoreline and shallow-marine systems. In: N. P. James, R. W. Dalrymple (Eds.), Facies Models 4 (p. 167-200). Kingston: Geological Association of Canada.

Reed, S. J. B. (2005). Electron microprobe analysis and scanning electron microscopy in geology. 2ª ed. Cambridge: Cambridge University Press.

Reis, C. S. (2013). Geologia, sistemas deposicionais e estratigrafia isotópica do Grupo Bambuí na região de Santa Maria da Vitória, BA. Dissertação (Mestrado). Brasília: Instituto de Geociências - UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/14539. Acesso em: 4 fev. 2021.

Reis, H. L. S. (2018). Gás Natural. In: A. C. Pedrosa-Soares, E. Voll, E. C. Cunha (Eds.), Recursos minerais de Minas Gerais on line: síntese do conhecimento sobre as riquezas minerais, história geológica, e meio ambiente e mineração de Minas Gerais. Belo Horizonte: CODEMGE. Disponível em: http://recursomineralmg.codemge.com.br/substanciasminerais/gas-natural/. Acesso em: 4 fev. 2021.

Reis, H. L. S., Alkmim, F. F. (2015). Anatomy of a basincontrolled foreland fold-thrust belt curve: The Três Marias salient, São Francisco basin, Brazil. Marine and Petroleum Geology, 66(4), 711-731. http://doi.org/10.1016/j.marpetgeo.2015.07.013

Rodrigues, Y. C. (2018). Inunditos como análogos de reservatórios: um exemplo nos depósitos gonduânicos triássicos do Gráben Arroio Moirão, RS. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: Instituto de Geociências - UFRGS. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/173563. Acesso em: 6 fev. 2021.

Tatum, D. I., Francke, J. (2012). Constructing hydrocarbon reservoir analogues of aeolian systems using ground penetrating radar. Journal of Applied Geophysics, 81, 21-28. https://doi.org/10.1016/j.jappgeo.2011.09.014

Tonietto, S. N. (2010). Diagênese e hidrotermalismo em rochas carbonáticas proterozoicas: Grupos Bambuí e Vazante, Bacia do São Francisco. Dissertação (Mestrado). Brasília: Instituto de Geociências - UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/9739. Acesso em: 6 fev. 2021.

Tuller, M. P. (2009). Folha Sete Lagoas. Escala 1:100.000. Brasília: Ministério de Minas e Energia/CPRM. (Projeto Sete Lagoas – Abaeté).

Uhlein, A., Ersinzon, F., Uhlein, G. J., Alcântara, D. G. (2017a). Estratigrafia e sistemas deposicionais do Supergrupo Espinhaço e grupos Bambuí e Macaúbas: roteiro de campo na Serra do Espinhaço Meridional (MG). Terrae Didatica, 13(3), 244-257. https://doi.org/10.20396/td.v13i3.8650963

Uhlein, G. J., Uhlein, A., Stevenson, R., Halverson, G. P., Caxito, F. A., Cox, G. M. (2017b). Early to late Ediacaran conglomeratic wedges from a complete foreland basin cycle in the southwest São Francisco Craton, Bambuí Group, Brazil. Precambrian Research, 299, 101-116. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2017.07.020

Ulbrich, H. H. G. J., Ulbrich, M. N. C., Ferreira, F. J. F., Alves, L. S., Guimarães, G. B., Fruchting, A. (2009). Levantamentos Gamaespectrométricos em Granitos Diferenciados. I: Revisão da Metodologia e do Comportamento Geoquímico dos Elementos K, Th e U. Geologia USP. Serie Científica, 9(1), 33-53. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2009000100003

Vieira, L. C., Trindade, R. I. F., Nogueira, A. C. R., Ader, M. (2007). Identification of a Sturtian cap carbonate in the Neoproterozoic Sete Lagoas carbonate platform, Bambuí Group, Brazil. Comptes Rendus Geosciences, 339(3-4), 240-258. https://doi.org/10.1016/j.crte.2007.02.003

Warren, L. V., Quaglio, F., Riccomini, C., Simões, M. G., Poiré, D. G., Strikis, N. M., Anelli, L. E., Strikis, P. C. (2014). The puzzle assembled: Ediacaran guide fossil Cloudina reveals an old proto-Gondwana seaway. Geology, 42(5), 391-394. https://doi.org/10.1130/G35304.1

Zalán, P. V., Romeiro-Silva, P. C. (2007). Bacia do São Francisco. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2), 561-571.

Downloads

Publicado

2021-04-07

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Freitas, A. R. de, Uhlein, A., Dantas, M. V. S., & Mendonça, T. K. (2021). Caracterização em multiescala de carbonatos neoproterozóicos da Pedreira GMD, Formação Lagoa do Jacaré, Grupo Bambuí, Paraopeba-MG. Geologia USP. Série Científica, 21(1), 103-120. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-163573