Mapeamento geológico-geofísico da região de Mococa, Bacia Sedimentar do Paraná, estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-175997Palavras-chave:
Susceptibilidade magnética, Gamaespectrometria, Borda Leste da Bacia Sedimentar do ParanáResumo
O estado de São Paulo apresenta alta complexidade litoestrutural e seu mapeamento é relativamente recente e, em muitos trechos, de pouco detalhe. Este trabalho teve como objetivo principal aprimorar a qualidade dos mapas geológicos anteriores da região de Mococa, São Paulo, com base em levantamentos geológicos e geofísicos (susceptibilidade magnética — SM e gamaespectrometria de potássio — K, urânio — U e tório — Th). Para isso, foram realizadas em campo observações geológicas e medidas da SM e de gamaespectrometria em 189 pontos de amostragem. Os resultados geofísicos, aliados às observações de campo, possibilitaram a elaboração de um mapa geológico, em escala 1:100.000. Esse mapa delimita cinco litologias principais: arenitos e diamictitos, diabásios, siltitos avermelhados, argilitos ricos em K e aluviões recentes. Comparando com o conhecimento geológico da região, essas unidades referem-se, respectivamente: à Formação Aquidauana, à Formação Serra Geral, à Formação Tatuí, à Formação Corumbataí e a Aluviões Quaternários. A comparação dos resultados com os mapas geológicos do estado de São Paulo já existentes indica que os diabásios, que antes ocupavam cerca de 3,1% da área, passaram a ocupar 22,3% por meio do mapa de maior detalhe. A compilação dos valores de SM e de concentração de K, eU e eTh permitiu reavaliar o volume e a distribuição das seguintes unidades: Formação Aquidauana, Formação Tatuí, Formação Corumbataí, Formação Serra Geral e Aluviões Quaternários dos rios Pardo e Canoas. O estudo, portanto, contribuiu para o entendimento de um trecho setentrional da borda leste da Bacia Sedimentar do Paraná, onde os estratos repousam inclinados sobre o embasamento cristalino Pré-Cambriano.
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