Desvendando o Pampa Gaúcho: desde os caminhos dos dinossauros até a Cratera de Impacto
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v23-204673Palavras-chave:
Geodiversidade, Geoturismo, Bacia do Paraná, Astroblema, Rio Grande do Sul, BrasilResumo
A região da fronteira entre Brasil (municípios de Santana do Livramento e Quaraí, no Rio Grande do Sul), Uruguai e Argentina contempla grande geodiversidade. No território brasileiro, é possível visitar importantes geossítios situados no contexto da Bacia do Paraná. A geodiversidade dessa fronteira é pouco divulgada em publicações científicas. Entretanto, a região é retratada em diversas obras literárias que correlacionam as tradições de sua população com os monumentos naturais. Este estudo consiste na divulgação de uma rota geoturística para essa região, considerando os seguintes objetivos: divulgar sua diversidade geológica para o público em geral; e promover o geoturismo e a geoconservação por meio de um roteiro. Este inicia-se no Cerro Palomas (Santana do Livramento), onde os visitantes podem contemplar o relevo da região, composto de morros testemunhos formados por arenitos. A área do entorno desse cerro é formada por rochas sedimentares que contêm pegadas de dinossauros. Quando se parte em direção ao Cerro do Jarau (Quaraí/RS), ao longo do trajeto ocorrem diversos geossítios formados por rochas vulcânicas. Ao fim do roteiro, encontra-se o cerro em si, que é composto de rochas sedimentares e vulcânicas. Sua forma circular, associada a minerais formados em crateras de impacto, demonstra que essa estrutura corresponde a um astroblema. A elaboração e divulgação desse roteiro pode auxiliar nas medidas de implantação e potencialização do geoturismo, além de incentivar a geoconservação, fortalecer a divulgação da geodiversidade e da cultura regional.
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