Controles hidroquímicos na deposição de tufas em drenagens na Serra do André Lopes (SP, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v24-211685Palavras-chave:
Carbonatos continentais, Tufa, Carste, Hidroquímica, Isótopos, Serra do André LopesResumo
A Serra do André Lopes localiza-se em um planalto cárstico composto por dolomitos (Mármore da Tapagem) no estado de São Paulo, Brasil. Na superfície, a água que escoa sobre as rochas carbonáticas é rica em carbonato de cálcio, o que possibilita a deposição de tufas. Para que ocorra essa deposição, a água deve ser cristalina, sem sedimentos em suspensão, que possa inibir a precipitação dos carbonatos e ter alta concentração de carbonato de cálcio dissolvido. Foram coletadas amostras de águas fluviais em 14 locais da Serra do André Lopes e região, para a análise de parâmetros hidroquímicos e isotópicos. A análise hidroquímica mostrou que essas águas têm alto teor de carbonato de cálcio (média de 179 mg/L), alta razão Mg/Ca (média de 0,88) e altos valores de pH (entre 8,18 e 8,71) e índice de saturação em relação à calcita (entre 0,1 e 1,04). A maioria das amostras das águas foram classificadas como cálcio magnesianas carbonatadas. Com base nos resultados foi possível concluir que as águas das drenagens onde ocorrem os depósitos de tufa são provenientes de recarga autóctone, com pouca ou nenhuma influência de águas alogênicas (provenientes de áreas não carbonáticas), sendo o fator preponderante para a deposição de tufas na região. Os resultados das análises isotópicas de d18O da água e do carbonato de cálcio das tufas mostraram que a influência da evaporação é praticamente nula na precipitação de calcita. A observação da deposição de tufa em equilíbrio isotópico, mostra que potenciais registros paleoclimáticos obtidos a partir dos depósitos antigos são relevantes.
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