Geologia e caracterização química do magmatismo peralcalino ultrapotássico do enxame de diques Manaíra-Princesa Isabel, Província Borborema

Autores

  • Maria Helena Bezerra Maia de Hollanda Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Carolina Pelaéz Mejía Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Carlos José Archanjo Universidade de São Paulo; Instituto de Geociências; Departamento de Mineralogia e Geotectônica
  • Richard Armstrong Australian National University; Research School of Earth Sciences

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1519-874x2009000300002

Palavras-chave:

Província Borborema, Zona transversal, Magmatismo peralcalino ultrapotássico, Manto litosférico enriquecido

Resumo

O enxame de diques ácidos da região de Manaíra-Princesa Isabel aflora no estado da Paraíba, geologicamente inserido no domínio Alto Pajeú da Zona Transversal (Província Borborema, NE do Brasil). O enxame compreende principalmente nefelina sienitos a sienitos saturados em sílica, com afinidade peralcalina ultrapotássica e, subordinadamente, álcali-granitos com afinidade metaluminosa. A assembleia mineral é dominada por microclina e anfibólio ± piroxênios sódicos nos termos sieníticos, enquanto mg-biotita está restrita aos álcali-granitos. Anfibólio é dominantemente de composição magnésio-riebeckita, identificado nos subenxames de Manaíra, Princesa Isabel e Tavares; enquanto o piroxênio é egirina-augita (subenxames Manaíra e Tavares), passando a composições de egirina nas bordas, quando zonados. A assinatura geoquímica-isotópica mostra forte enriquecimento em elementos incompatíveis, associado à marcante depleção em Nb, a razões 87Sr/86Sr radiogênicas e εNd negativos. Essas feições sugerem manto litosférico enriquecido como fonte comum para os diques, provavelmente modificado por um componente de subducção antigo, como indicado pelas idades T DM paleoproterozoicas. Razões isotópicas de Pb mostram claro desacoplamento com respeito às razões isotópicas de Sr e Nd, com valores significativamente mais baixos que a média dos valores crustais, sugerindo a participação de um componente não radiogênico interagindo com a fonte mantélica, enriquecida. A ocorrência de magmatismo fissural, intraplaca, com provável idade U-Pb em zircão de c. 600 Ma, define contextos geodinâmicos contrastantes. Esse contraste refere-se à contemporaneidade entre um cenário de relativa quiescência tectônica (a colocação dos diques em crosta fria) se contrapondo com a intensa atividade tectonomagmática, correlacionada à orogênese Brasiliana, desenvolvendo-se em blocos crustais lateralmente contíguos na porção central da Zona Transversal.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2009-10-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Hollanda, M. H. B. M. de, Mejía, C. P., Archanjo, C. J., & Armstrong, R. (2009). Geologia e caracterização química do magmatismo peralcalino ultrapotássico do enxame de diques Manaíra-Princesa Isabel, Província Borborema . Geologia USP. Série Científica, 9(3), 13-46. https://doi.org/10.5327/Z1519-874x2009000300002