Contexto geológico, estudos isotópicos (C, O e Pb) e associação metálica do depósito aurífero Tocantinzinho, domínio Tapajós, Província Tapajós-Parima

Autores

  • Raimundo Netuno Nobre Villas Universidade Federal do Pará
  • Érika Suellen Barbosa Santiago Universidade Federal do Pará; Instituto de Geociências; Programa de Pós-graduação em Geologia e Geoquímica
  • Marília Portela Castilho Universidade Federal do Pará; Instituto de Geociências; Programa de Pós-graduação em Geologia e Geoquímica

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2013000100008

Palavras-chave:

Província Tapajós, Granitoides, Mineralização aurífera, Suíte metálica, Isótopos radiogênicos e estáveis

Resumo

O depósito Tocantinzinho, localizado em um lineamento de direção NW-SE, a SW de Itaituba (PA), é atualmente o maior depósito aurífero conhecido na Província Tapajós. Está hospedado no granito homônimo, essencialmente isótropo, no qual dominam rochas sieno e monzograníticas, que foram fraca a moderadamente alteradas por fluidos hidrotermais. Microclinização (mais precoce), cloritização, sericitização, silicificação e carbonatação (mais tardia) são os mais importantes tipos de alteração. O principal estágio de mineralização é contemporâneo à sericitização/silicificação e é representado por vênulas com sulfetos (pirita ± calcopirita ± galena ± esfalerita) e ouro associado, as quais mostram localmente trama stockwork. Além de teores expressivos de Cu, Pb e Zn, são anômalos, em algumas amostras, os de As, Bi e Mo. A relação dos teores do Au com os dos metais-base é aleatória e as razões Au/Ag variam de 0,05 a 5,0. O Au é mais enriquecido nas porções com maior abundância de sulfetos de metais-base, embora ocorra principalmente incluso na pirita. Monocristais de zircão, extraídos do granito Tocantinzinho, forneceram idade Pb-Pb média de 1982 ± 8 Ma, permitindo interpretá-lo como uma manifestação magmática precoce do arco Creporizão. Valores de δ13C PDB em calcita do estágio de carbonatação, dominantemente entre -3,45 e -2,29‰, são compatíveis com fonte crustal profunda, quiçá carbonatítica, enquanto os de δ18O SMOW (+5,97 a +14,10‰) indicam forte contribuição magmática, ainda que mascarada por influxo de águas provavelmente superficiais. Estudos de inclusões fluidas em andamento revelam a presença de fluidos aquocarbônicos, cujo CO2 poderia ter estado dissolvido no magma granítico em vez de ser relacionado à zona de cisalhamento. Os dados até aqui disponíveis permitem classificar o depósito aurífero Tocantinzinho como do tipo relacionado à intrusão.

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Publicado

2013-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Villas, R. N. N., Santiago, Érika S. B., & Castilho, M. P. (2013). Contexto geológico, estudos isotópicos (C, O e Pb) e associação metálica do depósito aurífero Tocantinzinho, domínio Tapajós, Província Tapajós-Parima . Geologia USP. Série Científica, 13(1), 119-138. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X2013000100008